
Professores e estudantes pesquisadores de áreas relacionadas a oceanos, unidos a representações comunitárias e grupos culturais de expressões ligadas ao mar, estiveram presentes na cerimônia de abertura da III Conferência Oceânica do Brasil, evento promovido pela organização RedeMar.

A conferência sela as parcerias estratégicas entre a RedeMar, a UNEB e a Secretaria estadual da Educação (SEC) para a formação articulada sobre educação azul na educação básica, com foco na cultura oceânica. A abertura oficial do evento aconteceu no último dia 25, em Salvador.
“Pensar em equilíbrio ambiental é pensar na emergência como lidamos com os oceanos. E aí, a questão da humildade científica precisa acontecer. Não tem ninguém melhor para nos ensinar a lidar com as questões ambientais do que os nossos povos originários indígenas e quilombolas e os nossos povos do campo”, celebrou a reitora da UNEB, Adriana Marmori.
Com uma equipe multidisciplinar composta por doutores em biologia marinha e em psicopedagogia, o curso de Pedagogia da UNEB, educadores ambientais e estagiários, o programa Educação Azul (EA) teve ações realizadas no Colégio Estadual de Tempo Integral de Portão, em Lauro de Freitas.

“O programa Educação Azul, da UNEB, é o exemplo prático de quando a pesquisa conversa com a extensão e a universidade produz ciência em diálogo com a comunidade, com todos os povos. Representa um passo importante na perspectiva da educação humana, que precisa rever sua relação com o descartável”, alertou o vice-coordenador do programa, Vinicius Santos, diretor do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII da universidade, em Paulo Afonso.
Homenagem
Na cerimônia de abertura, a reitora Adriana Marmori recebeu da equipe da RedeMar a honraria Medalha Tia Ciata, uma referência à notável figura histórica que tanto contribuiu para a cultura e a história afro-brasileira.

“A UNEB, ao assumir a educação azul, está colocando a Bahia no protagonismo do país. Antes de ser declarada a obrigatoriedade do currículo azul, a universidade já tinha assumido essa pauta”, afirmou o presidente da RedeMar Brasil, William Freitas.
Educação azul
Educação azul (ou educação oceânica) é um conceito que integra o conhecimento sobre os oceanos e a cultura oceânica no currículo escolar, visando promover a conscientização e a conservação marinha desde a infância. Ao ser aplicado, torna-se uma ferramenta de auxílio na interdisciplinaridade, convergindo conhecimentos de disciplinas como Ciências, Geografia, Matemática e Língua Portuguesa (literatura sobre o mar), entre outros, sobre os oceanos.
As atividades giram em torno de conhecimentos teóricos relacionados à conservação e sustentabilidade, como a conservação marinha, poluição oceânica, pesca sustentável e a importância de proteger os oceanos para garantir um futuro saudável para o planeta.

As ações envolvem também o desenvolvimento de habilidades, já que a cultura oceânica pode ser um excelente contexto para desenvolver habilidades de pesquisa, pensamento crítico e resolução de problemas, permitindo que os adolescentes busquem soluções para problemas ambientais. Por isso, incluem também atividades práticas como limpeza de praias, plantio de corais, projetos de reciclagem e até mesmo a criação de pequenos aquários na escola.
O Brasil é pioneiro na adoção desse currículo, alinhado à Década do Oceano da ONU, para formar cidadãos conscientes da importância dos oceanos para a saúde do planeta e o desenvolvimento sustentável. O programa Educação Azul promove ações educativas, desde a educação básica até o ensino médio, e incentiva a participação da comunidade escolar em projetos de sustentabilidade.
Texto: Scheilla Gumes/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira/Ascom.


















