
Nos últimos dois anos, a Editora da UNEB (EdUNEB) consolidou sua atuação como instrumento de política pública do livro e da leitura, tornando a produção editorial da universidade acessível a toda a sociedade. Em 2023, a editora publicou 21 obras, sendo 19 impressas e duas digitais, com títulos que vão das ciências humanas às ciências exatas. Em 2024, foram 21 livros, dos quais 17 impressos e quatro digitais, com destaque para duas coedições realizadas com a Edufba, editora da Universidade Federal da Bahia.
Os dados de produção e circulação recentes comprovam essa estratégia de expansão. A EdUNEB concentra sua atenção em áreas como ciências humanas, letras e ciências Sociais, garantindo que os livros publicados dialoguem com o debate social e cultural e mantenham alto padrão de qualidade editorial.

Os livros circulam sob os selos EdUNEB e Universalis e têm presença significativa em eventos literários dentro e fora da Bahia. O acesso é ampliado ainda por meio do Repositório Saber Aberto e da plataforma SciELO Livros, com 11 obras aprovadas em 2024 e duas em 2025.
Com diversidade editorial que abrange diferentes áreas e formatos, a EdUNEB reforça seu compromisso com a difusão do conhecimento e a acessibilidade. A atuação da editora garante que a produção acadêmica se torne um recurso público, compartilhado e socialmente relevante.
A editora assume um papel estratégico de fomento, incentivo e democratização do acesso à leitura. Compromisso que se manifesta em frentes como a articulação de iniciativas com o governo do estado, a exemplo do Programa Bahia Literária, que promove a leitura como prática social, fomenta a cadeia produtiva do livro e contribui para transformar a Bahia em um estado leitor; além da intensa participação em feiras e eventos literários, principal via para ampliar a presença da universidade nesses espaços.
Democratização do conhecimento
Essa política de difusão editorial é, em essência, um instrumento de política pública para a democratização do conhecimento. Ao articular a circulação do acervo em circuitos ampliados, que vão das grandes bienais às feiras literárias no interior da Bahia, a EdUNEB garante que a produção científica da UNEB transcenda a esfera acadêmica.

O objetivo é converter a produção científica em retorno social tangível, integrando a pesquisa de forma ativa e permanente à vida social, cultural e econômica dos territórios baianos. A EdUNEB se configura como um agente de Estado que articula o fomento à leitura como estratégia central de intervenção e presença institucional, consolidando a universidade como espaço de produção, mediação e difusão do conhecimento em diálogo com a sociedade.
Reconhecimentos nacionais, como a aprovação de obras na plataforma Scielo Livros e a semifinal do Prêmio Jabuti Acadêmico, atestam o rigor e a relevância desse trabalho. Paralelamente, a presença em feiras e eventos literários, em diferentes regiões do estado e do país, reforça a territorialização da leitura e amplia a visibilidade da produção acadêmica da UNEB, fortalecendo a relação da universidade com diversos públicos e territórios.
Circulação de experiências
O Dia Nacional do Livro, celebrado hoje, 29 de outubro, não é apenas uma referência ao objeto impresso: é um marco para discutir circulação, acesso e produção do conhecimento no Brasil. No contexto da universidade pública, como a UNEB, a data evidencia a interseção entre memória, pesquisa e cidadania e aponta para o papel estratégico da instituição na formação crítica de estudantes e na presença da universidade nos territórios da Bahia.

A circulação do livro não se limita à disponibilidade de obras; ela estrutura práticas de leitura, reflexão e produção crítica que atravessam ensino, pesquisa e extensão universitária. É por meio dessa circulação que o conhecimento se torna vivo, capaz de conectar experiências acadêmicas e sociais, ampliar repertórios intelectuais e sustentar o debate público. No contexto da universidade, cada obra atua como ponte entre saberes especializados e a sociedade, reforçando que a leitura e a escrita não são instrumentos neutros, mas práticas estratégicas de formação crítica e presença social.
Nesse ecossistema de conhecimentos, a Editora da Universidade do Estado da Bahia é o vetor que materializa a produção científica, cultural e didática da instituição. A atuação da EdUNEB se consolidou como uma peça-chave na política pública do livro, da leitura e da escrita.
A coordenadora da editora, professora Elisângela Santana, reforça a dimensão política dessa difusão: “A EdUNEB tem colaborado com a política pública do livro e da leitura, na medida em que busca difundir o conhecimento produzido na universidade, de forma democrática e transparente, a partir da editoração e publicação de obras autorais ou coletâneas digitais e/ou impressas”.
A editora conta com dois selos para publicação: um é o selo EdUNEB propriamente, por meio do qual docentes, técnicos administrativos e egressos da pós-graduação stricto sensu podem submeter-se a editais anuais internos e, se aprovados, terem seus originais publicados com recurso da própria UNEB; o outro selo é o Universalis, o qual tem fluxo contínuo, ocorre por demanda espontânea, podendo a publicação ser custeada pelo próprio autor ou autora, ou por meio de processo de descentralização de recursos provenientes de setores, programas de pós-graduação, departamentos ou pró-reitorias da UNEB.

Em ambos os casos, a EdUNEB conta com pareceristas ad hoc e com o seu Conselho Editorial para avaliação às cegas dos originais. Ademais, as obras publicadas pela editora são, após seis meses de lançamento, disponibilizadas no Repositório Saber Aberto, propiciando um acesso ainda mais democrático à leitura dos livros produzidos.
Também há a possibilidade de esses livros integrarem a plataforma da SciELO, uma vez que a EDUNEB, por meio de contrato com essa empresa, pode encaminhar anualmente uma média de vinte e cinco títulos para apreciação do Conselho Científico da plataforma e, consequente, publicação na base de dados da empresa.
A EdUNEB vem disponibilizando seus livros a preços acessíveis em lançamentos e em eventos acadêmico-científicos, assim como em férias/festas literárias e bienais dentro e fora da Bahia, em estande próprio ou no estande das editoras universitárias, por meio da Associa Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU). Tudo isso para dar visibilidade e maior acesso ao que é produzido e chancelado pela Editora da UNEB.
Formação de leitores
Além da atuação editorial, a política de democratização da leitura se materializa também nas bibliotecas da UNEB, que funcionam como polos de acesso, mediação e incentivo à formação leitora. Um exemplo é o projeto “Incentivando a leitura através da contação de histórias”, vinculado à Biblioteca Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes, no campus de Brumado, que promove atividades de contação de histórias e ações educativas voltadas a diferentes públicos, especialmente crianças e comunidades escolares, estimulando o hábito da leitura, o encantamento pelas narrativas e a formação de novos leitores e leitoras.

A coordenadora da biblioteca, professora Maria Salete, explica que o projeto vai além da atuação interna: “Desenvolvemos contação de histórias nas escolas públicas de Brumado e, nos últimos anos, também em cidades vizinhas. Recebemos alunos de áreas rurais ou de cidades menores, para que conheçam a biblioteca e compreendam a importância da leitura. Mantemos parcerias com escolas e órgãos de educação do município, envolvendo estudantes, monitores e a comunidade em oficinas, dramatizações e outras ações lúdicas. Nosso objetivo é conquistar leitores mirins e mostrar que a leitura e o acesso à universidade pública transformam vidas, fortalecendo o papel da Universidade do Estado da Bahia”.
A inclusão de crianças desde cedo também é fundamental em bibliotecas; é um espaço descoberto, de diversão para as crianças, onde elas podem explorar os livros, desenvolver o amor pela leitura, não só lendo, mas também pintando, desenhando, tendo uma intimidade maior. A ideia é permitir que as crianças manipulem os livros e usem como objeto de criatividade. O chamado “júri simulado” também é considerado uma importante ferramenta de promoção da leitura, da crítica e da discussão dos temas relevantes.
A coordenadora do Sistema de Bibliotecas (Sisb) da UNEB, Ana Gusmão, também destaca a importância dessas ações e reforça o papel das bibliotecas no incentivo à leitura: “A promoção da leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual e cultural de nossa sociedade. A organização de feiras e autores é uma excelente forma de incentivar essa leitura crítica, além de criar um ambiente agradável e aconchegante nas bibliotecas, com materiais diversos, de diferentes formatos, o que é essencial para atrair outros leitores. Não só o material impresso, mas também o material digital, books, e disponibilizar também notebooks e outros dispositivos digitais para alcançar vários tipos de público”.
Texto: Rozin Daltro/Ascom. Fotos: divulgação e EdUNEB.

