A UNEB deu continuidade, nesta quinta-feira (29), ao segundo dia do III Congresso de Extensão Universitária (CEU), com uma programação marcada por intensas trocas de saberes, vivências comunitárias e reflexões sobre a curricularização da extensão. Realizado no Campus X, em Teixeira de Freitas, o evento reúne estudantes, docentes, técnicos e representantes de comunidades externas, em diálogo com os territórios e identidades locais.
Entre os destaques do dia, estiveram as oficinas vivenciais e a roda de extensão “Identidades, Corpos e Ancestralidades: Helvécia em performances sob a sombra dos eucaliptos”, realizada na comunidade quilombola de Helvécia, em Nova Viçosa. As atividades contaram com a presença da reitora, Adriana Marmori, da vice-reitora, Dayse Lago, e da pró-reitora de Extensão (Proex), Rosane Vieira.
“Me sinto profundamente emocionada e grata, mas também tomada por um sentimento de luta ainda maior, estando aqui na comunidade quilombola de Helvécia. A UNEB reafirma seu compromisso com a ancestralidade, a inclusão e a transformação social. A voz das mulheres negras, dos quilombos e das comunidades do campo ecoa em nossa missão. É essa universidade que defendemos, confiamos, com a qual traçamos rumos e acreditamos para fazer mais. Seguiremos juntas e juntos, construindo um futuro coletivo e plural”, declarou a reitora, Adriana Marmori.
A vice-reitora, Dayse Lago, também destacou o papel da universidade na articulação com a educação básica e nas ações afirmativas. “Reconhecemos e nos identificamos com a importância dessa articulação. Este momento, aqui no Quilombo de Helvécia, nos enchem de emoção e nos faz pensar em como seguir unidas e unidos, garantindo presença para quem já se formou e para os jovens que estão chegando na universidade”, afirmou.
Para Regina Ricardo, egressa da UNEB e integrante do Quilombo de Helvécia, o reconhecimento da comunidade como quilombola está diretamente ligado à presença da universidade. “Helvécia passou a ser reconhecida como comunidade quilombola após o nosso ingresso na universidade. A construção da identidade e o fortalecimento da cultura se intensificaram com as discussões que vieram depois. A UNEB é um divisor de águas: temos uma Helvécia antes e outra depois da universidade”, disse.
A programação também incluiu atividades na comunidade quilombola de Volta Miúda, em Caravelas, com a roda de extensão “Impactos socioambientais e culturais da monocultura do eucalipto nas comunidades quilombolas do Extremo Sul da Bahia: enfrentamentos e resistências”.
“A universidade se sustenta no tripé ensino, pesquisa e extensão — e é exatamente isso que buscamos em Volta Miúda. Com projetos como a Brinquedoteca, cursos de Agroecologia, turismo de base comunitária e, agora, a implementação de uma turma de Educação de Jovens e Adultos, queremos garantir que mais pessoas tenham acesso à leitura, à escrita e à possibilidade de ler o mundo de outra forma”, afirmou a professora Luzeni Carvalho, do curso de Pedagogia do Campus X e integrante do Centro Acadêmico de Educação e Desenvolvimento Territorial (Caecdt) da UNEB.
O congresso também deu continuidade aos painéis temáticos, apresentações de trabalhos, oficinas, exposições, lançamentos de livros, mostra audiovisual, feira agroecológica, pôsteres digitais e espetáculos teatrais e musicais.
Nesta sexta-feira (30), último dia do evento, a programação inclui rodas de extensão, oficinas vivenciais, painéis, feira agroecológica e apresentações culturais. Às 14h, acontecem simultaneamente as rodas “Curricularização da Extensão e a Pedagogia da Alternância na UNEB”, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, e “A Extensão nas andanças pela rede pública de Educação Básica”, na Escola Municipal João Mendonça.
O encerramento será marcado por uma celebração cultural, com espetáculos musicais e teatrais. O destaque da noite é o show da Banda Ifá, às 22h, no Espaço Zé da Baiana, no Campus X da UNEB.
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom
Fotos: Equipe comunicação Ascom/UNEB
