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UNEB divulga nota de repúdio ao PEC 206/2019, que propõe mensalidade em universidades públicas

NOTA DE REPÚDIO

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) repudia a tentativa de estabelecimento de cobrança de mensalidade nas Universidades Federais Brasileiras, por meio do Projeto de Emenda à Constituição Federal (PEC) 206/2019, que tramita no Congresso Nacional, o que, caso aprovado, representaria um retorno da fracassada agenda estabelecida pelo acordo entre o Ministério da Educação e a United States Agency for International Development (MEC-USAID), que existiu no período ditatorial do Brasil e que não nos traz nenhuma saudade.

Entendemos que não existe Universidade gratuita em nosso país, mas sim universidade pública, cujos custos já são pagos pela sociedade. Tal cobrança acirraria ainda mais as desigualdades existentes entre possuidores e despossuídos, além de transformar a relação existente na academia, do exercício de cidadania, para a de clientela. Não abriremos mão da defesa insistente de uma Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade!

Reitoria da UNEB

Reitoria da UNEB divulga nota em solidariedade aos professores da Educação Básica de Feira de Santana

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) manifesta, de público, a solidariedade da sua Administração Central e da sua comunidade acadêmica aos professores e às professoras da Rede Municipal de Educação de Feira de Santana, que exercem o seu direito constitucional de greve, conforme preconiza o Artigo 9º da nossa Carta Magna, desde a última quinta-feira (31).

Esta é também uma moção de repúdio aos fatos violentos ocorridos, e devidamente registrados, em repressão aos protestos de educadores e educadoras na cidade. Não compactuamos com a violência em nenhuma circunstância ou esfera e de nenhum tipo, seja ela moral, física ou psicológica. Preocupa-nos, sobremaneira, a brutalidade das forças municipais na relação que tem se estabelecido com professores e professoras.

Lutar é um direito de todo trabalhador e de toda trabalhadora. A educação não convive com a barbárie, portanto, a UNEB defende que o respeito à legítima e constitucional manifestação dos interesses de educadores e educadoras prevaleça, que o diálogo se sobreponha à violência, que os direitos historicamente conquistados sejam integralmente respeitados e que a paz se estabeleça nas negociações, sinalizando para o caminho de uma educação pública, autônoma, democrática e inclusiva.

Reitoria da Universidade do Estado da Bahia

UNEB emite nota de repúdio pelo leilão do prédio do Arquivo Público da Bahia

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) vem a público manifestar repúdio ao leilão do prédio da Quinta do Tanque, que abriga, desde 1980, o Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB).

O casarão, localizado na Baixa de Quintas, atualmente, guarda mais de 40 milhões de documentos que contam a história da Bahia e do Brasil e estão à disposição para consulta e visualização pública.

Construído no século XVI para ser um local de repouso para os jesuítas, o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949, ocupando, assim, a condição de Monumento Nacional.

Como versa o art. 11 do Decreto-Lei nº 25/1937, é proibida a venda de imóveis públicos tombados a agentes privados. Assim, por estar inserido em um grande conjunto arquitetônico, documental e histórico que salvaguarda a memória e a história do estado e do país, o prédio deve ser protegido pelos poderes públicos e sociedade civil.

Inclusive, recentemente o casarão passou por uma grande reforma, promovendo melhorias na experiência de quem visita a instituição, com o objetivo de continuar democratizando o conhecimento e garantindo o acesso aos documentos históricos.

Portanto, a UNEB se posiciona contra a venda do edifício e exige a suspensão imediata do leilão, ao tempo em que defende a manutenção do prédio do Arquivo Público do Estado da Bahia e do acervo, como patrimônio público do Governo do Estado.

Universidade do Estado da Bahia

 

UNEB divulga nota de repúdio à revogação da Portaria Normativa Nº 13/2016 pelo MEC

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB), vanguardista na defesa da adoção do sistema de cotas como política institucional, através da implantação da reserva de vagas para negros, em 2002, recentemente ampliou seu programa de políticas afirmativas a outras populações que sofrem com a desigualdade social e encontram sérias restrições de acesso ao ensino superior.

Essa decisão institucional, deliberada através de seu Conselho Universitário, tem proporcionado o acesso e formação na educação superior de diversos grupos identitários. Por isso, recebemos com perplexidade a posição retrógrada e perversa de revogação da Portaria Normativa Nº 13/2016, pelo Ministério da Educação (MEC), publicada no D.O.U. de 18/06/2020 (Portaria nº 545/2020).

Tal revogação, associada a outras medidas igualmente nocivas à educação brasileira, tomadas pelo Governo Federal, constitui um duro golpe ao desenvolvimento da pesquisa no país, ao tempo em que dificulta ainda mais o ingresso de pessoas em risco social, e historicamente apartadas da educação formal, na universidade pública, legitimando o processo de elitização dos programas de pós-graduação nas universidades brasileiras.

Essa medida incide como um ataque à autonomia universitária, garantida por nossa Constituição, valor transversal a todas as práticas acadêmicas, especialmente aquelas que nos autorizam decidir sobre nosso ordenamento ou sobre o modo como agimos e nos dirigimos à sociedade. A UNEB no uso de sua autonomia reafirma que continuará mantendo sua política de inclusão social através da manutenção da política de cotas na graduação e pós-graduação.

A UNEB sublinha a sua postura, não só de repúdio, mas, sobretudo, de aguerrida oposição a esse ato descabido e com um evidente propósito, a saber, elitizar a pós-graduação e impedir a emancipação de consciência daqueles que, agora e em um futuro breve, podem fazer frente à ignorância do julgo de governantes que seguem indiferentes ao valor de suas vidas.

Universidade do Estado da Bahia

Nota de repúdio ao presidente da Fundação Palmares

O Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (CEPAIA), órgão suplementar da Universidade do Estado da Bahia, que tem como função promover o estudo, a pesquisa e a formação sobre as populações negras e indígenas do Brasil e das Américas, desenvolvendo atividades com o propósito de incentivar a produção científica e cultural, direcionadas e desenvolvidas por estudantes, professores e profissionais técnicos, sempre buscando sinalizar para a sociedade as necessárias e indispensáveis AÇÕES AFIRMATIVAS, “políticas públicas de reparação”, para alguns estratos sociais historicamente negligenciados, entre eles a comunidade negra e indígena, para minimamente reparar os direitos que lhes foram sonegados ao longo de alguns séculos, aqui no Brasil, um país cujos dados demonstram ser institucionalmente, estruturalmente e culturalmente racista e que mantém, até os dias atuais, uma nefasta segregação racial e marginalização destes povos acima mencionados. Dito isto, o CEPAIA vem publicamente repudiar as falas e condutas do atual presidente da Fundação Palmares, Sr. Sérgio Camargo, especificamente as relativas ao Movimento Negro, a uma Mãe de Santo e às religiões de matriz africana, conforme amplamente divulgados em diversos setores da imprensa no decorrer desta semana, falas estas indignas de reprodução.

A direção do CEPAIA, os professores e grupos de pesquisa vinculados ao centro e toda sua equipe funcional, de forma suasória, vêm empreendendo esforços para implementar, cada vez mais, ações que lhes permitam,  a partir de pesquisa e das atividades de extensão, com foco na cultura africana, contribuir para desenvolver e fomentar uma formação avançada e de excelência nas ciências sociais e nas humanidades, dentro da Universidade do Estado da Bahia – UNEB e na sociedade baiana, como um todo. Para tanto, tem desenvolvido e promovido uma abordagem das questões étnicas e raciais, de forma inter e transdisciplinar, que contribui para a construção de uma sociedade mais dinâmica, crítica, reflexiva, inclusiva e substancialmente igualitária. De modo que vemos com grande pesar a conduta e as falas de Sérgio Camargo, “vomitando” um preconceito criminoso para com os movimentos sociais que tanto contribuíram para o resgate da identidade, cultura e autoestima do povo preto, bem como exercerem e exercem significativo papel social na aprovação de diversas leis que contribuem para o combate ao racismo e diminuição das desigualdades incontroversas e inquestionáveis.

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, empreende um linguajar chulo, de baixo nível e inapropriado para a dignidade e liturgia do cargo que ocupa, atuando de forma racista e injuriosa em relação às pessoas que cultuam religiões de matriz africana, agindo como elemento fomentador de mais intolerância e violência, que já correm em níveis alarmantes e inaceitáveis para qualquer ambiente democrático que minimamente prese pela civilidade.

A conduta de Sérgio Camargo, ao delimitar como critério de exclusão ser da religião de matriz africana para receber recursos ou benefícios públicos, apenas baseado em sua opinião, além de nítida violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade previstos no caput do art. 37 da Constituição Federal de 1988, viola também os fundamentos de nossa República, especialmente a cláusula de não discriminação, prevista no inciso IV do art. 3º da Constituição, que impõe a todo cidadão, mas  especialmente aos gestores públicos, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Contudo, o Sr. Sérgio Camargo, demonstra nítido desprezo à dignidade da pessoa humana, esculpida como fundamento constitucional no inciso III do art. 1º de nossa Carta Magna, se denunciando como alguém totalmente despreparado para ocupar um cargo de chefia na estrutura do Estado.

As malfadadas e odiosas falas do atual presidente da Fundação Palmares indicam que este atua deliberadamente contra a finalidade para qual a mesma foi criada, que é promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira, conforme prevê o art. 1ª caput da Lei nº 7.668/88, sendo as religiões de matriz africana, “ele goste e cultue ou não”, um destes entes da influência negra em nosso país.

O CEPAIA se solidariza com todas as pessoas diretamente atingidas pelas falas impublicáveis, ao tempo que manifesta apoio ao Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes), que enviou uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) acusando o presidente da Fundação Palmares de ter cometido crime de racismo, para o qual a lei, que prevê reclusão de um a três anos por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Acreditamos nas instituições democraticamente constituídas e esperamos que o Ministério Público Federal instaure um inquérito para investigar tais condutas reprováveis, bem como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) promova o afastamento de Sérgio Camargo por meio de um Mandado de Segurança Coletivo, interposto naquela corte para tal finalidade, para que no curso da investigação, assim como ao seu final, a Fundação Palmares possa cumprir seus objetivos: promover e valorizar a memória, identidade e religiosidade do povo preto, de forma isenta de ideologias e idiossincrasias de cunho intolerantes, preconceituosas e repugnáveis.

Salvador, 05 de junho de 2020

Marcelo Pinto da Silva
Diretor do CEPAIA
Portaria UNEB nº. 224/2018

UNEB divulga nota de repúdio ao assassinato da vereadora Marielle Franco

A Reitoria da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), profundamente consternada, repudia o assassinato sumário da vereadora Marielle Franco, ocorrido ontem (14), no Rio de Janeiro.

Nascida no conjunto de favelas da Maré, na capital carioca, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio, nas eleições de 2016. Era Socióloga e conhecida militante dos Direitos Humanos e do Movimento Negro.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm), além de coordenar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A UNEB expressa extrema indignação diante do ocorrido e espera que os poderes públicos envolvidos apurem os fatos desse crime com celeridade e o rigor da lei.

Salvador, 15 de março de 2018
Reitoria da UNEB