Na 76ª posição, a UNEB figura entre as 80 melhores universidades da América Latina, segundo a plataforma QS Top Universities. O resultado foi divulgado na 14ª edição do QS World University Rankings, no último dia 3 de outubro.
A Universidade possui indicadores de qualidade, por uma das classificações mais reconhecidas e respeitadas de universidades ao redor do mundo.
Os rankings são elaborados pela empresa britânica Quacquarelli Symonds (QS) e avaliam instituições de ensino superior com base em diversos critérios, como reputação acadêmica, reputação entre empregadores, proporção de professores para alunos, citações por professor, proporção de professores internacionais e proporção de estudantes internacionais.
Nesta quinta-feira (11), as Universidades Estaduais da Bahia (UEBAs), através do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais Baianas, publicaram um vídeo com a leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. O documento é uma forma de reforçar a defesa da democracia e das instituições brasileiras, além de ser um manifesto de oposição aos ataques contra o processo eleitoral atual do Brasil, bem como a eficácia das urnas eletrônicas.
O vídeo conta com a participação da reitora e dos reitores das quatro Instituições que representam as UEBAs: a professora Adriana Marmori Lima, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb); o professor Luiz Otávio de Magalhães, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb); o professor Alessandro Fernandes de Santana, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc); e o professor Evandro do Nascimento Silva, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Assista à leitura abaixo:
Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!
Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.
Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.
Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.
A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.
Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.
Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.
Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.
Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.
Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.
Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.
Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos às brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.
No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.
Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:
A Bahia vive uma situação de calamidade pública, em função das fortes chuvas que atingiram diversas cidades de nosso Estado. Os temporais causaram mortes, desabrigados, desalojados, ferimentos e perdas materiais. Nesse cenário de grande sofrimento, causa ainda maior preocupação a situação dos mais vulneráveis, que certamente precisam ainda mais de nossa solidariedade e de nosso apoio, bem como de ações decididas do governo estadual e das autoridades municipais.
Nesse sentido, as Instituições Públicas de Educação da Bahia signatárias desta nota, registram terem constituído uma rede de colaboração institucional e de interlocução com os poderes públicos, mobilizando-se todas elas tanto para uma ação mais direta segundo as necessidades dos municípios em que atuam, quanto para uma ação mais ampla e conjunta, orientada ao interesse do bem comum em nosso Estado. Desse modo, colocaram à disposição dos gestores estaduais e municipais seus recursos materiais e sua expertise, no sentido de apoiarem campanhas, desenvolverem ações próprias e também fortalecerem as ações ora em andamento.
Compreendem, então, a importância de fortalecermos as campanhas de doação de bens e de recursos, dando prioridade às campanhas institucionais e também aos postos de arrecadação sob a guarda do Estado e dos municípios ou por estes orientados, de modo que seja garantida a distribuição adequada dos recursos, sendo dada prioridade aos grupos mais duramente atingidos e sabidamente mais vulneráveis. Locais de doação e outras informações pertinentes estarão nos sites e nas redes sociais de cada uma de nossas instituições.
Registramos, enfim, que mantemos contato constante com as autoridades municipais e estaduais, de modo que possamos traduzir, por meio de nossas redes de comunicação, as reais e urgentes necessidades das populações atingidas, bem como apoiar, de modo mais específico, ações que exijam o trabalho e a intervenção de nossos profissionais – por exemplo, na atenção psicossocial, na saúde em geral ou em intervenções que necessitem do suporte técnico das engenharias.
Estaremos assim todos unidos, em função do bem comum de nosso povo e do que nos é próprio como instituições da educação, respondendo a esta grave situação de emergência com conhecimento e solidariedade.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Campus dos Malês)
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Universidade Federal do Sul da Bahia
Universidade do Estado da Bahia
Universidade Estadual de Feira de Santana
Universidade Estadual de Santa Cruz
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia