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Campus de Camaçari realiza debate público sobre violência na região: nesta quinta-feira (24/8), entrada gratuita

Iniciativa vai reunir comunidade acadêmica e instituições de estado e sociedade civil.

Nesta quinta-feira (24), às 9h, no auditório do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) do Campus XIX da UNEB, em Camaçari, vai se realizar o debate público “A elevação de homicídios e de outros crimes na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e o papel da UNEB para a proteção e defesa dos direitos humanos“.

Iniciativa do colegiado do curso de Direito e do Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades (CRDH) do departamento, o evento tem o objetivo de promover o debate entre membros da comunidade acadêmica, da sociedade civil e convidados acerca do cenário de insegurança pública e violência letal vivenciado na região.

Segundo a professora Anhamoná Brito, coordenadora do evento, “a alarmante elevação de mortes na Região Metropolitana de Salvador, a ampliação de outros crimes nesta região e o medo que repercute no cenário local justificam a construção desse debate público como demanda prioritária no início deste semestre letivo”.

“Dados estatísticos apontam para um cenário social típico de extermínio, com 120 pessoas assassinadas em chacinas policiais ocorridas em Salvador e região metropolitana entre 1º de julho e 8 de agosto deste ano. O nosso departamento situa-se numa região limítrofe de território tradicional, e toda a comunidade local sofre com os conflitos constantes que envolvem as polícias, células do tráfico de drogas e também posseiros”, apontou a docente.

Para o coordenador do curso de Direito, Jailson Braga, “a articulação do colegiado com instituições de estado e organizações da sociedade civil foi decisiva para a realização desse debate público, que vai coletivizar as discussões sobre o tema e possibilitar que sejam conhecidas as principais medidas adotadas por diferentes instituições e órgãos, visando a reversão do contexto de violência”.

O evento, que tem entrada gratuita, espera contar com a participação de representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Militar, Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos e Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Camaçari, além de organizações da sociedade civil. Também é aguardada a presença de integrantes do Instituto Fogo Cruzado – Seção Salvador e Região Metropolitana, para apresentação de pesquisa sobre violência nesse território de identidade.

Texto: Coordenação do evento, com edição da Ascom. Imagem: Divulgação.

Abordagem policial é tema de Audiência Pública em Juazeiro

 

A audiência, provocada pelo Conselho Municipal de Promoção à Igualdade Racial (Compir), destacou a violência na abordagem policial contra pessoas negras 

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia realizou, no último dia 5 de maio, no Auditório Antônio Carlos Magalhães do Campus III da UNEB, em Juazeiro, uma audiência pública para discutir e refletir sobre a abordagem policial no município.

A audiência, provocada pelo Conselho Municipal de Promoção à Igualdade Racial (Compir), destacou temas como violência na abordagem policial contra pessoas negras e segurança pública.

“A relação da polícia com o cidadão brasileiro deve ser de respeito, sem coação, sem violação de direitos, respeitando a dignidade humana, como garante a constituição federal”, destacou o deputado estadual Marcelino Galo, que presidiu a sessão.

O reitor da UNEB, José Bites de Carvalho, também participou da audiência. “A universidade tem um papel fundamental na promoção de debates sociais e na formação do cidadão. É urgente a articulação de espaços que oportunizem o diálogo entre os poderes constituídos e a sociedade organizada para discutir conjuntamente possibilidades de enfrentamento, encaminhamentos e soluções”, pontuou o reitor José Bites.

O evento reuniu representantes de conselhos municipais como o de Direitos Humanos, da Juventude e do Idoso; de instituições públicas e de ensino; câmara municipal; Policia Civil em Juazeiro, Ong’s, movimentos sociais e culturais; associações comunitárias; professores e estudantes.

Denúncias

José da Silva Rosa, presidente do grupo Afoxé Filhos de Zaze, foi vítima de agressões verbais após intervir numa abordagem policial violenta sofrida pelo seu filho em frente à residência da família.

Além de ver o filho sendo abordado de forma violenta, armas foram apontadas na direção de sua esposa e sobrinho. “Foram dois tipos de tortura, uma com o meu filho e a outra com a arma apontada para minha família”. A violência policial aconteceu no bairro do Kidé, em Juazeiro.

José da Silva foi um dos sete denunciantes que narraram, durante a audiência, casos de agressões físicas e psicológicas cometidos por integrantes da polícia.

“O tema é tratado com indiferença na agenda pública nacional, as consequências do preconceito dos estereótipos negativos devem ser amplamente discutidas e repudiadas”, ressaltou Márcia Guena, diretora do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus III, ao ler a carta elaborada coletivamente pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial.

O deputado Marcelino Galo frisou que a audiência tem caráter investigativo. “Desse encontro sairá um documento que será entregue ao secretário de segurança pública e ao governador. Vamos investigar todos os casos denunciados aqui”, comunicou o parlamentar.

*Texto e foto: Letícia Figueiredo e Renilson Silva (respec.), com edição da Ascom.