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PESQUISA: Docente da UNEB participa de estudo internacional sobre monitoramento de variantes do vírus da dengue

Estudo envolve mais de 30 pesquisadores de todos os continentes; plataforma digital já foi lançada.

O docente da UNEB Vagner Fonseca está participando do seleto grupo de pesquisadores do Brasil e de outros países que desenvolvem uma nova plataforma para classificação e monitoramento de variantes do vírus da dengue.

A plataforma Dengue-Lineages, já lançada no mês passado, reúne sequências genéticas do vírus com o objetivo de facilitar a comunicação entre cientistas de vários países para, em casos de novos surtos, poderem detectar as linhagens responsáveis pelo aumento de casos da doença.

“Nossa pesquisa desenvolveu um sistema padronizado de nomenclatura de linhagens para auxiliar na vigilância genômica do vírus da dengue. Esse sistema foi projetado para fornecer uma resolução mais detalhada na identificação e classificação das diferentes linhagens do vírus, permitindo uma melhor compreensão da diversidade genômica, evolução e propagação do vírus”, destaca Vagner Fonseca, que é professor do curso de Sistemas de Informação, vinculado ao Departamento de Ciências Exatas e da Terra (DCET) do Campus I da UNEB, em Salvador.

Vagner Fonseca, único nordestino a integrar a pesquisa, começou na UNEB como menor aprendiz.

Segundo o docente, a implementação desse sistema, em âmbito mundial, vai facilitar a comunicação entre pesquisadores e profissionais de saúde pública, possibilitando uma vigilância mais eficaz e aprimorando as estratégias de controle e prevenção da dengue.

Estão envolvidos na iniciativa mais de 30 pesquisadores de diversos centros de pesquisa em todos os continentes, como Brasil, Estados Unidos, Bélgica, África do Sul, Reino Unido, Vietnã, Senegal, Alemanha, Peru, Índia, Singapura, Tanzânia, Itália, Austrália, em ter outros. Dos sete pesquisadores brasileiros, apenas Vagner Fonseca é da Bahia.

A pesquisa foi financiada por instituições internacionais e nacionais, a exemplo, no Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

O professor espera apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade acadêmica da UNEB: “Acredito que a divulgação científica é fundamental para estimular novos pesquisadores a se dedicarem à pesquisa”.

Além de docente, Vagner Fonseca coordena projetos de iniciação científica (IC) e integra dois grupos de pesquisa na universidade: o PIMAT (Grupo de Pesquisa em Predições Inteligentes em Métodos Aplicados a Séries Temporais) e o G2BC (Grupo de Pesquisa em Bioinformática e Biologia Computacional).

Vagner Fonseca entrou na UNEB como menor aprendiz em 1998, atuando na Reitoria dos 14 aos 18 anos. Após cursar o pré-vestibular do programa Universidade para Todos (UPT) em 2008, ingressou no bacharelado em Sistemas de Informação, em que hoje leciona. Com dois doutorados simultaneamente concluídos – em Bioinformática, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e em Virologia, pela University Kwazulu-Natal (África do Sul) –, o pesquisador ostenta dezenas de artigos científicos publicados em revistas internacionalmente reconhecidas, como Science, Nature e Lancet. Atualmente é único baiano e nordestino a integrar o consórcio global Climade (Climate Amplified Diseases and Epidemics) e o UWARN (United World Antiviral Research Network), uma colaboração global para pesquisa de arbovírus emergentes.

Saiba mais:
Dengue-Lineages (plataforma)
Pesquisadores brasileiros criam plataforma para monitorar variantes da dengue
A new lineage nomenclature to aid genomic surveillance of dengue virus (artigo)

Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Divulgação.

Comissão da UNEB divulga nota com recomendações para prevenção e combate ao novo Coronavírus

NOTA DA COMISSÃO – 13/03/2020

Atentos ao que vem orientando as autoridades sanitárias e de saúde do país sobre a pandemia do novo coronavírus, a Administração Central da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) se empenha pela disseminação das informações preventivas, no sentido de evitar o contágio.

As medidas preventivas adotadas são aquelas preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), que visam evitar o pânico generalizado, mas, sobretudo, manter a população informada sobre o avanço do vírus e sobre o seu combate.

No cenário atual do novo Coronavírus na Bahia, recomendamos que:

Os alunos com sintomas respiratórios agudos como: tosse, dor de garganta, espirro, coriza, rouquidão, diarreia ou febre, mesmo que leves; ou assintomáticos com familiares e contactantes com sintomas semelhantes, deverão permanecer em suas residências e retornar às atividades somente após 15 dias do início dos sintomas ou após definição diagnóstica do caso;
Indivíduos com piora dos sintomas respiratórios, febre alta e/ou falta de ar deverão procurar unidade de emergência mais próxima para avaliação clínica;
Sejam suspensas as viagens internacionais;
Sejam suspensas as atividades com grande presença de público em lugares fechados e pouco ventilados; onde não é possível manter a distância recomendada de um metro entre as pessoas;

Reforçamos ainda a necessidade de seguir as recomendações dos cuidados gerais para redução da transmissibilidade:

Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente antes de ingerir alimentos, após utilizar transportes públicos, visitar locais com grande fluxo de pessoas como: mercados, shoppings, cinemas, teatros, aeroportos e rodoviárias. Se não tiver acesso à água e sabão, use álcool em gel a 70%.
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e outros utensílios;
Evitar tocar mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos não estejam higienizadas;
Proteger a boca e o nariz com um lenço de papel (descarte logo após o uso) ou com o braço (e não as mãos) ao tossir ou espirrar;
Recordar que notas de papel moeda e aparelhos celulares podem ser fontes de contaminação e por isso recomenda-se o cuidado de reforçar a higienização das mãos.

Os chefes de setores, como os da limpeza e manutenção, estão orientados a instruir seus funcionários para que tenham um cuidado especial na limpeza de portas, maçanetas e corrimões, por exemplo. Também a higiene das mesas de trabalho, computadores e cadeiras. Esses equipamentos e móveis são de uso comum!

A UNEB instalou Comissão coordenada pelo professor Dr. Paulo Barbosa, Coordenador do Serviço Médico Odontológico e Social (SMOS) da universidade, e pela professora Dra. Dayse Lago de Miranda, Assessora Chefe da Reitoria. Esse comitê será responsável por toda orientação e tomada de decisão acerca do enfrentamento da pandemia e da sua prevenção, no âmbito da UNEB.

Atualizaremos as recomendações, de acordo com os acontecimentos e casos notificados pelo Estado e Municípios, por meio da página portal.uneb.br/duvidascoronavirus.

Para maiores informações, entrar em contato com o SMOS através do e-mail: duvidascoronavirus@uneb.br.

Comissão com a finalidade de acompanhar e orientar as condutas institucionais relativas à pandemia do COVID-19, no âmbito da UNEB:

Paulo José Bastos Barbosa
Dayse Lago de Miranda
Ana Gabriela Alvares Travassos
Ana Paula Chancharulo de Morais Pereira
Venetia Durando Braga
Kátia Silene Lopes de Souza Albuquerque
Leandro Santos Coelho de Souza
Daniel de Cerqueira Góes
Danilo Oliveira da Silva

Segue link para maiores informações: portal.anvisa.gov.br/coronavirus/protocolos. Acessado em 13 de março de 2020, às 11:h32.

Coronavírus: Infectologista da UNEB orienta sobre cuidados para curtir o Carnaval 2020

Professor do curso de Medicina, Claudilson Bastos concedeu entrevista sobre o Coronavírus. Fotos: Danilo Cordeiro/Ascom

“Já pintou verão. Calor no coração. A festa vai começar”. O clima carnavalesco já tomou a Bahia. Festejos de pré-Carnaval arrastam multidões na capital e no interior do estado. E os foliões já estão com suas programações a todo o vapor.

Larissa Almeida: “Eu vou para o Carnaval e espero que saia de lá ilesa”

O cenário tem sido o mesmo: muita gente, música e paquera. Mas, até para aqueles que desejam devotamente que “essa fantasia fosse eterna”, uma preocupação inesperada surge para a folia em 2020: o novo Coronavírus (SARSCoV2).

Nas ruas, o clima é de incerteza. Ainda sem muitas informações sobre o novo problema de saúde internacional, tem os que se apegam à fé e prometem não abandonar a festa.

Esse é o caso da estudante da UNEB Larissa Almeida, que acredita que o temor não deve interferir intensamente na folia. “A gente já teve períodos assim, de ficar com medo de um surto, como com o H1N1. Eu vou para o Carnaval e espero que saia de lá ilesa. Mas, que dá uma tensão, dá”, afirmou a discente.

Tem também os que prometem não pôr os pés na rua. Como será para a assistente administrativa Jamile Oliveira, que já prepara uma programação mais caseira para o período.

“Acho perigoso. Acredito que nesse período tem algum risco, porque tem muito turista aqui. Eu vou ficar em casa, mas, não tenho nada contra o Carnaval, não”, salientou a jovem.

Jamile Oliveira: “Eu vou ficar em casa, mas, não tenho nada contra o Carnaval, não”

Os primeiros casos de contaminação pelo Coronavírus de 2019 foram registrados na cidade de Wuhan, na China, em dezembro. Hoje, já são mais de 70 mil casos registrados em 26 países da Ásia, Europa, África e Oceania.

E agora?

Que as ruas cheias de gente e longas horas de festa criam um ambiente propício para a transmissão de doenças infectocontagiosas, ninguém duvida. Mas, será que há riscos de um surto dentro da folia? Há motivos para pânico?

Para responder a essas e a outras perguntas, o infectologista e professor do curso de Medicina da UNEB, Claudilson Bastos, aceitou o convite da Assessoria de Comunicação (Ascom) da universidade e concedeu entrevista sobre o tema.

Para o pesquisador, não há motivo para pânico, “mas, há uma situação de precaução, de cuidados e de atenção”, sobretudo, quando o assunto é a maior festa de rua de todo o planeta.

Ele destaca que não há registro de diagnósticos positivos em território nacional e que medidas de vigilância epidemiológica estão sendo promovidas em aeroportos e em outros locais de grande circulação de pessoas.

Claudilson Bastos: “A higienização das mãos é o ponto chave, e o melhor remédio é a educação”

Em Salvador, por exemplo, a equipe do aeroporto internacional já apresentou, em parceria com a Anvisa, um plano de contingência para o novo Coronavírus. Os passageiros são orientados periodicamente por mensagens sonoras e todos têm acesso a álcool em gel e a informativos.

“É impossível ter o controle de 100%. Teria que ser um policiamento das pessoas. Mas, essas ações são cientificamente comprovadas para o controle epidemiológico em qualquer governo. Então, isso tem uma eficácia grande”, explica o professor.

Ainda segundo o epidemiologista, o álcool em gel merece destacada menção como dica para os dias de Carnaval: “O uso dele é muito importante por ser um meio seguro e eficaz para situações de risco, como após cumprimentar pessoas. Mas, ele não é indicado depois do banheiro. Quando tem sujidade, é indicado água e sabão. A higienização das mãos é o ponto chave, e o melhor remédio é a educação”.

Riscos na folia

Em todo o mundo, a doença causada pelo novo Coronavírus, nomeada Covid-19, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), já vitimou aproximadamente 1,7 mil pessoas.

Segundo o professor Claudilson Bastos, para evitar o contágio e a proliferação, os cuidados devem ser o mesmos para se precaver de uma gripe: não espirrar nas mãos, usar periodicamente álcool em gel e evitar grande aproximação física com pessoas que manifestem sintomas gripais.

Circuito Barra-Ondina durante o Carnaval 2019. Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Ao ampliar as orientações, o pesquisador alerta os foliões também para diversos riscos à saúde:

Mononucleose Infecciosa (Vírus do Beijo)
Herpes Simples
Hepatite A
Meningite
– Contaminação alimentar por Salmonella ou Shigella (infecções bacterianas diarreicas)
HIV, Sífilis, Gonorréia – ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)

Outra dica é que as pessoas avaliem criteriosamente o local onde irão se alimentar, sobretudo, durante o Carnaval. “Os alimentos, se mal preparados ou crus, podem apresentar diversos riscos no consumo. Não do Coronavírus em si, mas de outras infecções, sejam elas virais ou bacterianas”, salientou o infectologista, ressaltando que todos podem curtir, “mas, com essas limitações e exigências”. 

Imagem microscópica do coronavírus MERS-COV. Foto: CDC/Unsplash

Novo Coronavírus

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do Coronavírus (SARS-CoV-2) foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China.

Os principais sintomas são febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há ainda registros de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.

O período de incubação do vírus varia de 1 a 14 dias. Ou seja, os sintomas devem ser manifestados por indivíduos infectados dentro desse prazo. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa.

Os coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito dessa forma, em virtude do seu perfil microscópico, que se assemelha com uma coroa.

A iniciativa institucional de debate e divulgação sobre o novo Coronavírus é coordenada pela Ascom, pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e pelo Departamento de Ciências da Vida (DCV) do Campus I da UNEB, em Salvador.

Veja também a matéria da TV UNEB sobre o Coronavírus

Foto (home): Fernando Vivas/GOVBA