Aproximadamente 1,5 mil pessoas, entre estudantes, professores e pesquisadores, participaram, na última segunda-feira (14), do primeiro dia de atividades do IV Encontro Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão e Ações Afirmativas da UNEB (Eninepe), no Hotel Sol Bahia Sleep, no bairro de Patamares, em Salvador.
A iniciativa tem como objetivo a promoção de debates sobre as ações de ensino, pesquisa, extensão e ações afirmativas frente aos desafios contemporâneos, e em defesa da garantia de uma educação superior pública, gratuita, de excelência e popular.
O professor franco-brasileiro Michel Thiollent (Unigranrio) ministrou a conferência de abertura do evento. O pesquisador abordou o tema Metodologias Participativas.
“A metodologia participativa requer liberdade de criação e execução, por isso é pouco compatível com ambientes burocráticos. Nas universidades, por exemplo, vejo que essa metodologia é mais eficiente quando aplicada na extensão universitária, que possui características mais livres, sem um programa definido, rígido e nem exigências de prazos. Em função disso, o resultado é alcançado de forma mais fluida, visando à emancipação dos indivíduos envolvidos”, explicou o palestrante.
Thiollent ainda participou da roda de conversa do V Seminário de Metodologias Participativas e extensão em Comunidade, que também integrou a programação do evento. A atividade aconteceu no Centro de Referencia em Desenvolvimento e Humanidade (CRDH) da universidade, no centro histórico de Salvador.
“Comprometimento com a defesa da educação pública e gratuita”
A solenidade de abertura do evento contou com a presença do secretário estadual da Educação (SEC), Jerônimo Rodrigues, e do reitor da UNEB, professor José Bites de Carvalho.
O secretário destacou o empenho da universidade no fomento à produção científica e a transformação social que a universidade vem promovendo em toda a Bahia, durante seus 36 anos de existência. “A UNEB reafirma, a cada ação como essa, o seu comprometimento com a defesa da educação pública e gratuita”, afirmou o secretário.
O reitor da universidade, professor José Bites, pontuou o caráter coletivo do evento que perpassa sua concepção, construção e execução. “O Eninepe é uma importante iniciativa de integração, de troca de conhecimentos e experiências entre membros de todos os segmentos da universidade. Cria um espaço coletivo de discussão sobre diversos temas caros à universidade, principalmente no que se refere ao percurso formativo do estudante”, frisou o reitor.
Participaram ainda da abertura, as pró-reitoras de Ensino de Graduação (Prograd), Eliene da Silva; de Ações Afirmativas (Proaf), Amélia Maraux; de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG), Tânia Hetkowski; e de Assistência Estudantil (Praes), Elivânia Alves.
A coordenadora-geral do Eninepe e pró-reitora de Extensão (Proex) da universidade, Adriana Marmori, ressaltou a importância da iniciativa. “É um encontro que congrega 15 atividades, com objetivo de socializar o conhecimento, trazendo luz às questões da conjuntura atual do nosso estado e da nossa nação”, destacou a gestora.
“O diálogo do saber científico e popular é a substância da educação”
A extensa programação do evento contou ainda com a palestra Universidade Pública e Gratuita: resistência, produção científica e transformação social, ministrada pelos professores Jason Mafra (UNNOVE) e Roberta Traspadini (UFSC).
Mafra destacou a educação como a principal ferramenta para o combate ao conservadorismo. “O conservador não tem apreço pelos processos democráticos e participativos, ele vive do essencialismo e da defesa dos valores absolutos. O diálogo do saber científico e popular é a essência da liberdade, da revolução e, principalmente, a substância da educação”, ressaltou o pesquisador.
Para Roberta, a educação precisa estar conectada com a sociedade. “Ao longo da nossa história, prevaleceu o modelo de desenvolvimento, que definiu a função da escola de obedecer, aprender, educar e preparar para o mercado de trabalho. A educação não pode ser formatada sem o regaste da nossa história, precisamos refazê-la em diálogo com a sociedade”, defendeu a docente.
Socialização do conhecimento científico
A quarta edição do Eninepe oportunizou a socialização do conhecimento científico entre estudantes, professores e pesquisadores. Cerca de mil trabalhos acadêmicos foram submetidos à apresentação e discussão.
Um deles foi o da estudante de Pedagogia do Campus XII da universidade, em Guanambi, Jamile de Souza. A discente apresentou o trabalho A gestão das escolas no campo em seis municípios pertences ao setor produtivo da Bahia, e destacou a relevância do evento para sua formação acadêmica.“Esse é um encontro muito rico, que oportuniza a troca de experiências entre estudantes de diversas localidades e diferentes áreas do conhecimento”, avaliou a estudante.
Segundo o professor de Ciências Biológicas, do Campus VIII, em Paulo Afonso, Natan Pereira, o encontro possibilita a integração do corpo docente da instituição.
“Por ser multicampi, muitas vezes, não temos oportunidade de trocarmos experiências com outros docentes da universidade. No Eninepe, pudemos conhecer e estreitar laços com professores e pesquisadores da instituição, visando a criação e fortalecimento de diversas frentes de pesquisa”, relatou o docente, que também acompanhou, como orientador, um dos seus discentes na apresentação de trabalhos.
A iniciativa reservou ainda atividades culturais do grupo Trupe I’Circo; a exposição do projeto Expotudo; Sarau performances músico-poéticas; e a participação da Camerata para Todos, da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba).
A extensa programação do Eninepe segue com atividades até esta sexta-feira (18).
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Fotos: Cindi Rios/Ascom UNEB