PROAF divulga nota de repúdio pelo feminicídio da estudante Elitânia de Souza da Hora

É com imensa indignação que a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (PROAF) da Universidade do Estado da Bahia manifesta, publicamente, total repúdio pelo brutal assassinato da liderança quilombola e estudante de Serviço Social da UFRB, Elitânia de Souza da Hora ocorrido na cidade de Cachoeira.

O brutal assassinato dessa jovem mulher negra, quilombola e estudante passa a integrar estatísticas, como a divulgada recentemente pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que aponta para 1.206 feminicídios ocorridos em 2018, entre os quais, 61% vitimou mulheres negras.

A suspeita de que o crime contra a vida de Elitânia tenha sido cometido por seu ex-namorado, nos leva a reforçar a importância das lutas contra o machismo e a sua perversa interseção com o racismo, que aumenta o risco para a vida das mulheres negras.

Nesse momento, em que nos mobilizamos em diversas ações para pautar o “Novembro Negro” e a “Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, acompanhamos pela imprensa o crime de injúria racial, que envolveu machismo e gordofobia contra a atriz Cacau Protásio, assim como a notícia de que a Fundação Cultural Palmares será presidida por um jornalista que nega a existência do racismo no Brasil. Tais fatos indicam o avanço da pauta conservadora, explicitada em afirmações de lideranças políticas, que ignoram e negam a produção do conhecimento sobre as questões étnico-raciais, gênero e sexualidade. Esses posicionamentos incentivam atos de violência e tentam negar a importância da atuação intelectual e artística, com o intuito de deslegitimar o exercício do livre pensamento e do posicionamento crítico.

Reiteramos a necessidade de que a luta antirracista e combate às opressões de gênero pautem as práticas curriculares no ambiente acadêmico e que estejamos atentas(os) aos mecanismos de reprodução das opressões institucionais.

A PROAF/UNEB se solidariza com os familiares de Elitânia de Souza da Hora e a comunidade acadêmica da UFRB. No atual contexto vivido pelo Brasil, reforçamos que cabe às universidades públicas, em parceria com os movimentos sociais e outras instituições sociedade civil, a promoção de ações e debates que priorizem a vida de mulheres negras e outras populações, cujos direitos humanos não estão garantidos!

Pró-Reitoria de Ações Afirmativas
Universidade do Estado da Bahia