A Universidade do Estado da Bahia, por meio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, saúda as mulheres pelo 8 de março ao tempo em que a reconhece como um símbolo de resistência e combate a todas as formas de violência.
É com grande preocupação e pesar que acompanhamos a ampliação dos casos de feminicídio que, no Brasil, atingem principalmente as mulheres negras. Uma das faces violentas do matriarcado, do sexismo, do classismo, do capacitismo e do racismo que oprime mulheres se materializa no feminicídio. A violência se dirige ao feminino e a tudo o que representa.
No país que mais mata LGBT’s, as mulheres trans disputam sua existência cotidianamente. No dia 14 de março completará um ano do assassinato da vereadora negra, ativista, lésbica e carioca Marielle Franco. A despeito de toda repercussão nacional e internacional, o caso não foi resolvido.
A atual conjuntura está marcada por grandes retrocessos que refletem diretamente em todas as esferas sociais e a universidade não é uma exceção. Somamos aos números das estatísticas da onda conservadora e os casos recentes de feminicídio e violências que atingiram membros da comunidade acadêmica da UNEB são um exemplo. Mulheres, de todos os gêneros, morrem em todo o Estado da Bahia e, segundo o mapa da violência, até a publicação deste texto, 245 casos de feminicídio já foram registrados no Brasil em 2019.
O 8 de março ecoa o brado do luto das mulheres que perdem seus familiares em casos de genocídio da juventude negra, assim como a luta das indígenas, quilombolas e ciganas que enfrentam desigualdades raciais, sociais, sexuais e de gênero no Brasil.
A ameaça aos direitos trabalhistas e previdenciários das mulheres atingirá diretamente professoras, técnicas, analistas e terceirizadas que atuam na UNEB. Nesse contexto, a Universidade do Estado da Bahia tem empreendido esforços para combater o machismo, misoginia, assédio moral e sexual, assim como lesbofobia e transfobia na instituição, dando encaminhamento às denúncias e acompanhando externamente os casos que envolvem servidoras e alunas, junto ao Ministério Público.
Nesse 8 de março, reafirmamos que a construção de uma universidade popular e inclusiva é a luta por uma UNEB livre de quaisquer formas de opressão do feminino.
Universidade do Estado da Bahia