A UNEB participou, no último sábado (7), do seminário “Universidade para Todos (UPT) 2019: formação, acesso e permanência das juventudes para a Educação Superior”, que aconteceu no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador.
O evento, realizado pela Coordenação Executiva de Projetos e Programas Estratégicos da Educação (CEPEE), da Secretaria da Educação do Estado (SEC-BA), teve como objetivo fazer um balanço sobre o impacto e a relevância das ações desenvolvidas pelo UPT em 2019. O programa, que este ano alcançou 11.505 estudantes em todo o território baiano, é ofertado pela SEC-BA em parceria com as universidades estaduais da Bahia (UEBAs): UNEB, UESC, UEFS e UESB.
O reitor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), José Bites, falou sobre a importância do encontro para o fortalecimento do projeto. “É uma grande satisfação estar aqui hoje, junto às outras universidades estaduais, avaliando esse projeto de tanto sucesso. O UPT é o programa mais visível que temos em todo o estado pela sua capacidade de inclusão social. E estamos presentes, por meio dos nossos estudantes, não apenas em cursos de pouca promoção social, mas também em cursos concorridos, como Medicina, Direito e Agronomia”, afirmou o reitor.
O secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, destacou a importância do UPT. “A Educação Superior é muito cara para a sociedade brasileira, principalmente para a classe mais pobre, para as comunidades que não têm acesso à Educação, a exemplo dos indígenas, quilombolas, moradores de municípios que estão muito distantes dos campi. Então, o Estado vem fomentando estratégias que garantam o acesso e a permanência dos nossos estudantes nas universidades”, destacou o gestor.
Além de representações das quatro UEBA, o seminário contou com a presença do subsecretário Danilo de Melo Souza, do coordenador de projetos estratégicos da SEC, Marcius Gomes, do diretor executivo do Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep), Marco Aurélio Lessa, além de professores, estudantes e familiares, todos focados na discussão sobre a garantia do ingresso e da permanência com qualidade do estudante na universidade.
Prestação de contas e avaliação
A programação do evento foi construída de modo que permitisse um diálogo aberto entre os gestores, coordenadores, colaboradores e beneficiários do projeto.
De acordo com Simone Wanderley, coordenadora do UPT/UNEB, a universidade cumpriu com competência todas as ações e atividades previstas no contrato, e o resultado foi a menor evasão da história do projeto.
“Dos 8.400 estudantes matriculados nos 144 polos do UPT UNEB, apenas mil desistiram do curso. Essa é a menor evasão em 15 anos de existência do projeto. É uma alegria encerrar o ano com a sensação de dever cumprido! Nossa equipe, com muita dedicação e entusiasmo, finalizou todas as atividades previstas para essa edição do projeto e com certeza, nos próximos meses, vamos celebrar muitas aprovações”, ressaltou Simone.
A coordenadora geral do UPT/SEC, Patrícia Machado, com muita animação, guiou os trabalhos do seminário. “Cada um de nós é pertencente ao UPT em seu chão, seu território. Hoje só podemos comemorar e colher frutos porque todos nós trabalhamos duro para podermos dizer com alegria que o UPT faz a diferença na vida das nossas juventudes”, frisou.
Relatos estudantis
Durante o encontro, beneficiários do UPT deram emocionantes relatos para o público presente. Foi o caso de Leiliane Silva (23), do município de Itacaré, no Sul da Bahia.
“Sou mulher, negra, quilombola, e o UPT foi de um grande incentivo para eu ingressar na universidade. Passei em dois cursos na UNEB: Pedagogia e Direito. Minha família está muito orgulhosa de mim, porque fui a primeira da família a passar em uma universidade pública”, relatou Leiliane, que está cursando o segundo semestre de Direito no Campus XV da UNEB, em Valença.
O indígena Ryan Apetxanã (18), que ingressou, este ano, no curso de Ciências Agronômicas no Campus III da UNEB, em Juazeiro, também falou sobre a oportunidade que teve ao estudar no UPT. “Somos da Aldeia Boca da Mata, em Porto Seguro, e foi com muita alegria e orgulho que digo que sou o primeiro da comunidade Pataxó do município a ingressar no curso que estou fazendo. O UPT foi muito importante para que este primeiro sonho se realizasse, que era ingressar no Ensino Superior, e o mais importante é que sai da minha aldeia para adquirir conhecimentos e vou retornar quando terminar o curso para aplicar os estudos teóricos na prática e, com isso, estarei ajudando o meu povo”.
Ryan participou do encontro acompanhado de sua mãe, a professora Juliana Pataxó, que falou sobre o papel do projeto para a vida do filho. “O UPT foi essencial e de grande importância na vida da nossa comunidade, por isso continuarei sendo uma voluntária incentivadora do programa na nossa aldeia. Nada teria sido possível se o UPT não tivesse entrado em nossas vidas”, contou.
Fotos: Cindi Rios, Ascom UNEB
Texto: com informações da SEC BA