“Contar uma história significa levar as mentes no voo da imaginação e trazê-las de volta ao mundo da reflexão. Estamos aqui contando uma história, uma história de 39 anos. E a reflexão que fazemos é de que estamos no caminho certo! Salve a UNEB! Salve a universidade popular!”
Citando versos da escritora moçambicana Paulina Chiziane, com essas palavras a reitora Adriana Marmori celebrou os 39 anos da instituição, antes de convidar a Escola Olodum para tocar com seus tambores e vozes o tradicional “Parabéns para você”, emocionando todos os presentes.
A celebração, marcada por forte emoção dos convidados e do público, foi realizada na tarde de ontem (1°), dia em que a universidade faz aniversário, no Teatro UNEB, no Campus I, em Salvador, sendo transmitida ao vivo pelo canal da TV UNEB, no YouTube.
“Esta é uma universidade que nasceu para servir à Bahia, para produzir ciência em todas as áreas do conhecimento em todos os territórios do estado. Uma universidade popular, inclusiva, aberta às comunidades e pessoas mais vulneráveis, mulheres, LGBTQIA+, negros, quilombolas, indígenas, idosos, pessoas com deficiência, enfim todas, todos e todes. Porque somos multicampi, multirregional, estamos em toda a Bahia!”, comemorou a reitora.
Dirigindo-se aos estudantes da rede pública do estado, convidados ao evento, Adriana Marmori asseverou: “Esta universidade é de vocês, e vocês devem se apropriar deste espaço!”.
Para exemplificar a potência e relevância atual da UNEB, a reitora destacou também alguns quantitativos que tornam a universidade uma das maiores do país: “Temos 147 cursos de graduação, entre bacharelados e licenciaturas; 30 cursos de pós-graduação stricto sensu, entre mestrados e doutorados; e 20 centros de pesquisas em vários campi. No programa UPT (Universidade para Todos), a UNEB está em 209 locais na Bahia, ofertando esse curso pré-vestibular gratuitamente a 10,1 mil estudantes da rede pública. E vamos avançar muito mais”.
Além da reitora, compuseram a mesa da homenagem, a vice-reitora Dayse Lago; as secretárias estaduais da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, e de Políticas para Mulheres (SPM), Julieta Palmeira; a diretora-geral do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Cybele Amado; o coordenador executivo de Programas e Projetos Estratégicos da Secretaria da Educação (SEC), Marcius Gomes; representantes dos três segmentos da comunidade acadêmica: Eduardo Arruda (discentes), Flávia Lorena (docentes) e Sônia Bamberg (técnicos administrativos); e a coordenadora do Fórum de Diretores e Diretoras de Departamento da UNEB, Érica Macedo.
Os deputados estaduais Osni Cardoso, Fátima Nunes, Bira Coroa e Olívia Santana e a vereadora Maria Marighella prestigiaram o evento presencialmente, enquanto a deputada federal Alice Portugal enviou mensagem gravada – todos parabenizaram a comunidade universitária e seus gestores e a presença feminina hegemônica na mesa, reafirmando o compromisso de apoiar projetos e iniciativas da universidade nas casas legislativas.
Também participou da mesa a professora da UNEB Yeda Pessoa de Castro, umas das mais respeitadas pesquisadoras de línguas e culturas africanas. Muito aplaudida pelos presentes, a pesquisadora lançou seu novo livro Camões com dendê: o português do Brasil e os falares afro-brasileiros.
Compareceram ao teatro estudantes, técnicos e professores da UNEB, outros gestores da administração central da instituição, além de muitos convidados que participam de projetos da universidade. Na abertura, apresentaram-se o Coro Oyá Igbalé, coordenado pela docente da casa Julice Oliveira, e a Escola Olodum.
Transformando vidas, emancipando pessoas
Muitos pronunciamentos durante a celebração aos 39 anos da UNEB enfatizaram o pioneirismo da universidade na implantação de ações afirmativas, a multicampia e atuação da instituição em todo o estado, e a presença hegemônica das mulheres em espaços de poder tanto na gestão universitária, na comunidade acadêmica e mesmo na mesa do evento.
Por tudo isso, na avaliação da vice-reitora Dayse Lago, a “história da UNEB é uma história de transformação de vidas e de emancipação de pessoas”.
“Meu coração está igual ao repique do Olodum, de tanta emoção! Os 39 anos da UNEB se entrelaçam com a nossa história de vida e de muitas pessoas. Fui egressa desta casa e me lembro de quantas coisas eu conquistei por estar nesta universidade. Aqui, eu me compreendi como mulher, para lutar pelos meus direitos e de tantas outras. Vida longa à UNEB”, salientou a vice-reitora.
O representante discente, Eduardo Arruda, defendeu que “esta universidade cumpre um lugar estratégico em nosso estado, como uma instituição interiorizada, que potencializa a cultura e o desenvolvimento intelectual e humano, formando no tripé do ensino, da pesquisa e da extensão, com qualidade em todos os campi do interior”. E completou: “Eu tenho muito orgulho de dizer que sou unebiano. Esta instituição representa o povo baiano“.
Coordenadora do projeto extensionista da UNEB Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati), Sônia Bamberg, que representou o corpo técnico administrativo na mesa, também ressaltou “a grandeza da nossa instituição hoje“.
“Como uma das fundadoras desta universidade, eu acompanhei essa história e percebo isso em todos os lugares em que chegamos. A nossa universidade está no caminho certo da inclusão social e da preocupação com os que mais precisam, com o olhar político e social da nossa comunidade. Estou muito feliz de estar vivenciando um novo ciclo da nossa universidade“, reforçou Sonia Bamberg.
A representante do corpo docente na mesa, Flávia Lorena, disse que “falar e parabenizar a UNEB neste aniversário é falar de vida e transformação. Vida também minha, que fui aluna da graduação e da pós-graduação, agora sou professora e componho o sindicato da nossa categoria (Aduneb) desta universidade. Devemos continuar nossa luta para garantir nossos direitos e a autonomia universitária, para que a UNEB continue cuidando da vida de seus professores, técnicos e discentes“.
Na mesma linha de outras falas, a representante do Fórum de Diretores e Diretoras de Deptamento da UNEB, Érica Macedo, lembrou: “se não fosse a UNEB eu não conseguiria fazer minha graduação no interior”.
“Vamos caminhar na certeza de que estamos trilhando aqui o caminho do desenvolvimento, da pesquisa, da tecnologia e da ciência. Vamos avançar mais na interiorização, agora também da pós-graduação. Agradeço a todo corpo discente e docente e a todos os técnicos e analistas que, desde a fundação desta casa, tanto fizeram e fazem para continuarmos esta história”, concluiu Érica Macedo.
Texto: Toni Vasconcelos/Ascom
Com colaboração de Danilo Cordeiro/Ascom
Fotos: Leandro Pessoa e Caio Santos/ Ascom