MEPISCO: aula magna destaca relevância do primeiro mestrado profissional na área de saúde da UNEB

Tânia Hetkowski (PPG), ao lado de gestores, destacou iniciativas da UNEB para apoiar comunidade de pós-graduação

“Devemos pensar esse novo mestrado como possibilitador de transformações sociais nos próximos dois anos; que a gente tenha uma boa produção de artigos científicos, mas também de felicidade.”

A reflexão, de Márcio Souza, diretor do Departamento de Ciências da Vida (DCV) do Campus I da UNEB, durante abertura da aula inaugural da primeira turma do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva (Mepisco), nessa quinta-feira (28), resumiu a expectativa positiva de docentes, discentes e gestores quanto ao primeiro curso de pós-graduação stricto sensu profissionalizante na área de saúde da universidade.

A aula magna “O campo da saúde coletiva” foi ministrada pela professora Lígia Vieira da Silva (foto home), do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A atividade ocorreu no auditório do histórico Edifício Jequitaia, bairro da Calçada, em Salvador, onde está sediado o curso.

Segundo o diretor do DCV, departamento ao qual está vinculado o novo mestrado, o processo de criação do Mepisco, desde seus primeiros momentos, contou com a participação decisiva da Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG) da UNEB.

“A pró-reitoria se propõe a ser sempre uma grande parceira e incentivadora dos programas de pós-graduação. Porque temos uma demanda imensa por formação stricto sensu, principalmente no interior do estado. Por isso, esperamos que vocês, como professores e alunos, possam ampliar essas ações e expertise para outros departamentos da universidade e para outros municípios da Bahia”, disse a pró-reitora Tânia Hetkowski (PPG).

Ao dar as boas-vindas aos novos mestrandos, Tânia citou alguns programas que apoiam a comunidade de pós-graduação da universidade, a exemplo do ProfVisit, que propicia a vinda de docentes visitantes de qualquer instituição do mundo para uma breve estada na UNEB: “Em dois anos, já trouxemos 25 professores de diferentes continentes, isso é muito valioso para nossos cursos”.

Entre outras iniciativas oferecidas pela UNEB, a pró-reitora destacou também o ProPublic, programa de auxílio à publicação em periódicos nacionais e internacionais, e o Proep, programa de apoio a editoração e publicação de periódicos científicos da UNEB.

Ditadura e saúde coletiva

A opção da UNEB por um mestrado profissionalizante na área de saúde também foi enfatizada pela coordenadora do Mepisco, Thais Aranha, ao afirmar que a proposta do curso é fortalecer a relação entre academia e sociedade, “para que o conhecimento produzido aqui, no mundo científico, possa induzir mudanças no mundo social e na vida do trabalho”.

Reforçando reflexões dos colegas da mesa de abertura, o coordenador substituto do mestrado, Laio Magno, salientou o “papel político que temos como agentes de saúde”, visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com as secretarias municipais e do estado.

“Que tenhamos um caminho pela frente com afeto e com açúcar, como dizia o poeta, e consigamos resistir às intempéries que vamos enfrentar, porque somos fortes”, finalizou Laio.

Na aula inaugural, a professora Lígia Vieira, que possui pós-doutoramentos na França e no Canadá, detalhou a evolução histórica do conceito de saúde coletiva, que no Brasil teve início nas décadas de 1960 e 1970.

“A construção inicial do conceito ocorreu aqui em plena ditadura militar. E muitos dos protagonistas da área de saúde daquela época foram vítimas de perseguições políticas e tiveram grandes dificuldades no desenvolvimento de suas propostas, pesquisas e na apresentação de seus trabalhos”, ressaltou a docente.

A pesquisadora do ICS/Ufba explicou que, nesse processo histórico de consolidação da Saúde Coletiva, três instâncias estiveram implicadas: os departamentos de Medicina Preventiva das faculdades de Medicina, algumas instituições governamentais e internacionais, como o Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais de Saúde, e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

“A Saúde Coletiva brasileira se configurou principalmente como um amplo campo de saberes e práticas”, resumiu Lígia.

Fotos: Toni Vasconcelos/Ascom