Estudantes e professores participaram ontem (18) e hoje (19) da quarta edição da Jornada Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Japex), realizada no Campus I da UNEB, em Salvador.
O evento, promovido pelo Departamento de Ciências Exatas e da Terra (DCET) do campus, teve ampla programação com atividades como palestras, comunicações orais, mesas-redondas, minicursos, lançamento de livros e mostras científicas e culturais.
O primeiro dia do evento contou com a palestra “Método científico como antídoto às fake news e pseudociências”, proferida pela docente Débora Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pesquisadora destacou a importância de se discutir nos diversos segmentos da sociedade como a ciência é construída.
“Não basta apenas fazer ciência, é preciso também discutir como ela é feita, para que essa discussão não fique apenas entre os convertidos. Fazer ciência significa seguir a metodologia científica. E entender como opera o método científico e as suas limitações funciona como uma vacina contra as informações falsas, crenças dogmáticas e enganações”, destacou a professora.
Ainda de acordo com a palestrante, a descoberta científica precisa ser reprodutível: “Uma vez publicado um artigo, toda a comunidade pode ler, checar a validade das conclusões apresentadas e utilizá-lo como base para produzir novos resultados”, disse a pesquisadora.
O evento também foi prestigiado pelos pró-reitores da UNEB: de Graduação (Prograd), Gabriela Pimentel; de Extensão (Proex), Rosane Vieira; de Ações Afirmativas (Proaf), Marcelo Pinto; de Pós-graduação (PPG), Tânia Hetkowski; e pelo diretor do DCET do Campus I, Leandro Coelho.
“Onde nascem os monstros”
A programação do evento reservou ainda o lançamento do livro “Onde nascem os monstros”, do professor Carlos Zacarias, da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Durante a sua apresentação, o autor ressaltou o papel da universidade na defesa da democracia: “Eu, como professor de História, tenho me preocupado com o modo como as mentiras e a disseminação de notícias falsas têm se pulverizado. Há muitas mentiras sobre tantas coisas, e a universidade tem sido uma trincheira importante de defesa da vida, dos princípios da democracia e da civilidade”.
A discente do curso de História do Campus I Érica Pereira defendeu a valorização da ciência no incentivo à educação: “A desconfiança em relação à ciência reflete na qualidade das políticas de permanência dos estudantes e no atual sucateamento das instituições de ensino. Sem educação não iremos a lugar algum. Hoje se estou na universidade agradeço à ciência e à política de cotas”.
Essa edição da jornada versou sobre o tema “Ensino, pesquisa e extensão entrelaçados na vanguarda do conhecimento”. A coordenadora do evento, Cristina Elyote, salientou a relevância do evento para a formação dos estudantes.
“Nós procuramos não só trazer discussões inerentes às ciências exatas e da terra, mas de áreas do conhecimento que também são importantes para o nosso viver e para nossa vida acadêmica. O ensino, a pesquisa e a extensão se entrelaçam nesse momento de produção de conhecimento”, avaliou a docente.
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom.
Fotos: Leandro Pessoa/Ascom.