Integrantes dos centros de pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação (Opará) e de Estudos Intercultural e da Temática Indígena (Cepiti) da UNEB vão participar do 19º Acampamento Terra Livre (ATL), maior assembleia dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil. O evento acontecerá entre os dias 24 e 28 de abril, em Brasília.
Esta edição do ATL visa destacar a luta por direitos e denunciar as violências que continuam acontecendo nos territórios indígenas, como a invasão por grileiros, madeireiros, para mineração e outras atividades. No encontro serão debatidos temas como a demarcação de terras e o futuro dos povos originários no Brasil.
“Enquanto instituição de educação superior baiana, pública e inclusiva, estarmos presentes no acampamento consiste na reafirmação da posição da UNEB ao lado de todas e todos que defendem os direitos indígenas, a demarcação das suas terras e a preservação das vidas dos povos originários”, ressalta a reitora da UNEB, Adriana Marmori.
Participarão do ATL cerca de 120 integrantes indígenas e não indígenas dos centros de pesquisa Opará e Cepiti, sendo eles estudantes, pesquisadores e docentes envolvidos em projetos da universidade. No acampamento, haverá dois estandes disponíveis para exibição das produções científicas já desenvolvidas na universidade.
A programação do acampamento ainda contará com o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI). A iniciativa tem o objetivo de debater diretrizes que nortearão a reconstrução da Educação Escolar Indígena no Brasil, e contará com a participação de diversos atores envolvidos nas políticas educacionais do país.
“Um dos pontos que estamos levando como demanda para o ATL e para o fórum nacional é o recredenciamento da UNEB no projeto de formação ‘Ação Saberes Indígenas’, iniciativa descontinuada durante o governo Bolsonaro. Esse curso é importante porque traz o aperfeiçoamento de professores em letramento e numeramento em línguas indígenas e em português”, destaca a coordenadora do Opará, Floriza Sena, convidada para participar do FNEEI como representante da universidade.
A pesquisadora ressaltou ainda que, durante o evento, pretende pautar a possibilidade de parcerias com o Governo Federal para a garantia de aportes financeiros para o fortalecimento das Licenciaturas Interculturais Indígenas e do retorno do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência para a Diversidade (Pibid Diversidade).
O Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (veja programação) é organizado por educadores, professores, pesquisadores de instituições indígenas e indigenistas.
O Acampamento Terra Livre (ATL) é um encontro anual que reúne povos indígenas de diferentes regiões do Brasil para discutir questões relacionadas às demandas territoriais, culturais e ambientais dos povos indígenas. O evento é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), uma rede que representa diversas organizações do país.
O ATL promove ação para arrecadação dos materiais necessários para o período de mobilização: água, cobertor, colchonete, alimentos não perecíveis, saco de lixo, materiais de limpeza e pratos. Participe!
Dois centros de pesquisa indígena da universidade foram convidados para participar da programação
Os centros de pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação (Opará) e o de Estudos Intercultural e da Temática Indígena (Cepiti) da universidade foram convidados para participar das atividades do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília.
Sediado no Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII da UNEB, em Paulo Afonso, e com núcleos nos campi de Euclides da Cunha e Juazeiro, o Opará tem como objetivo realizar a formação continuada e dinâmica dos Povos Tradicionais, Indígenas e lideranças de Movimentos Sociais em relação à afirmação, conhecimento e valorização dos seus saberes e fazeres, como forma de empoderamento das identidades e dos seus patrimônios bioculturais.
O centro de pesquisa é sustentado na tríade ensino, pesquisa e extensão, e desenvolve projetos na perspectiva de promover a qualificação de professores, pesquisadores, profissionais indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais, oferecendo cursos de formação continuada e de pós-graduação intercultural a fim de fomentar experiências de pesquisas, sistematização, registro de práticas e conhecimentos tradicionais, a partir do princípio da autoria, bem como produzir material didático para uso em escolas.
Já o Cepiti visa contribuir para o desenvolvimento de estudos, pesquisas e ações de ensino e extensão que privilegiem a ‘Interculturalidade’ como princípio epistemológico e metodológico na abordagem da diversidade e da diferença sociocultural, especialmente, no âmbito da temática indígena, quilombola, dos povos e comunidades tradicionais e dos estudos da infância no campo da educação, das ciências humanas e sociais. O centro de estudos integra o Departamento de Educação (DEDC) do Campus X da UNEB, em Teixeira de Freitas.
Imagem (destaque); arquivo pessoal
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom