O Campus I da UNEB, em Salvador, foi ocupado na manhã desta quarta-feira (27) por uma intervenção artística em celebração ao Dia Internacional do Grafitte.
Os artistas visuais do coletivo Plugados demonstraram ao vivo o uso da técnica do grafitte na pintura de painéis móveis que passarão a integrar a ambientação do campus.
“Vivemos a necessidade de ocupar e ressignificar artisticamente os espaços públicos. O nosso movimento quer contribuir com isso, fazer com que cada vez mais essa data possa ser celebrada, principalmente em espaços como a Universidade”, declarou o artista visual Denissena, membro do coletivo.
O processo de produção das obras teve o acompanhamento musical de Clay Gonçalves, do DJs Cigarra e Matheus Araújo. Os participantes foram recepcionados por uma feira de artesanato, culinária e brechó.
O arte-educador Daniel Luz, um dos membros do coletivo, escolheu retratar em seu painel uma homenagem à memória da vereadora carioca Mariele Franco. “Mariele é a representação de uma mulher preta que enfrentou o racismo. Ela foi violentamente assassinada e agora, com o desenrolar das investigações na justiça, os mandantes do crime começaram a ser punidos. Esse é um sopro de esperança de justiça que junto à arte, à universidade e ao diálogo são elementos fundamentais para a gente”, explicou Daniel.
A iniciativa é uma realização da Assessoria Especial de Cultura e Artes (Ascult) que tem como objetivo promover as manifestações culturais da universidade.
Linguagem visual
O Grafite é uma manifestação artística surgida nos anos 1970 a partir das periferias urbanas. A expressão tem como principal característica evidenciar críticas sociais através de suas obras . É uma linguagem artística que faz parte da cultura popular do hip hop e traduz as vivências da rua por meio da tinta em spray.
A data de celebração internacional é uma homenagem a um dos principais precursores da arte urbana no Brasil, o etíope Alex Vallauri, que faleceu em 27 de março de 1987.
Texto e fotos: Leandro Pessoa/Ascom