Cultura digital e IA na educação centralizam discussões em seminário internacional do ForTEC

Com transmissão pela TV UNEB, sessão de abertura foi prestigiada por gestores da universidade.

Os impactos da cultura digital e da inteligência artificial (IA) no campo educacional foi tema central do VII Seminário Internacional do ForTEC, realizado de quarta a sexta-feira (11 a 13) no Campus I da UNEB, em Salvador.

Promovido pelo grupo de pesquisa Formação, Tecnologias, Educação a Distância e Currículo (ForTEC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da UNEB, o evento teve sua programação concentrada no teatro da universidade e em auditórios de departamentos do campus, reunindo pesquisadores, docentes, discentes e gestores da UNEB e de instituições de educação superior da Bahia e de outros estados do país e estrangeiras.

A sessão inaugural do seminário, dia 13, no teatro, foi transmitida ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube. Após apresentação musical do professor da universidade Sílvio Carvalho, a mesa de abertura foi composta pela pró-reitora de Graduação (Prograd), Gabriela Pimentel – que representou a reitora Adriana Marmori –, pelo pró-reitor de Pós-Graduação (PPG), Elizeu Clementino, pelo coordenador do PPGEduC, Emanuel Nonato, líder do ForTEC, e pela diretora substituta do Departamento de Educação (DEDC) do campus, Janeide Medrado, com participação ainda do docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) Gidevaldo Novais, que integra o grupo de pesquisa.

Gabriela Pimentel (ladeada por Elizeu Clementino e Emanuel Nonato) destacou o apoio da Reitoria.

A pró-reitora Gabriela Pimentel, ao dar as boas-vindas aos participantes e parabenizar a organização do seminário, expressou os votos da reitora Adriana Marmori de que o evento seja coroado de pleno êxito acadêmico.

“A Reitoria não mede esforços para apoiar e trazer a pesquisa e a produção científica para as discussões nesta universidade. Agregamos hoje mais de 170 cursos de graduação e mais de 30 programas de pós-graduação, transitando em todas as áreas do conhecimento. É muito importante, portanto, trazer o tema da cultura digital para discussão dentro desta instituição, e esperamos que essa discussão seja espelhada em todos os espaços da UNEB”, destacou Gabriela Pimentel.

Em sua fala, o pró-reitor Elizeu Clementino (PPG) saudou os estudantes de graduação e professores da educação básica e os pesquisadores de universidades de Portugal e Espanha presentes.

“O ForTEC tem se constituído como espaço de redes e de rizomas. E a temática deste ano se inscreve nos impactos que temos vividos contemporaneamente – impactos das inteligências artificiais (IAs) e de programas como o ChatGPT na nossa vida cotidiana e acadêmica”, disse Elizeu Clementino, alertando que “precisamos aprender a conviver com essas novas tecnologias, mas também precisamos fazer um outro movimento: o de construir culturas humanas saudáveis para conviver com as disposições tecnológicas, e o ForTEC vem contribuindo significativamente com esse movimento nos contextos local, regional, nacional e internacional”.

Colonização da atenção

Na sessão inaugural, o coordenador do PPGEduC e líder do grupo de pesquisa, Emanuel Nonato, ao agradecer aos parceiros e apoiadores do evento, salientou que “é uma alegria manter, já em sua sétima edição, esse espaço de interlocução sobre educação e tecnologia“: “Espero que esse seminário possa fazer de todos nós pesquisadores mais aptos aos desafios que esse campo nos apresenta neste quadrante do século XXI”.

Com mediação de Emanuel Nonato, o pesquisador e professor da Universidade de Málaga (UMA), da Espanha, Ángel Gómez proferiu a conferência de abertura “Educar la atención en la era digital“.

O conferencista iniciou afirmando (em tradução livre do espanhol) que “quero compartilhar minhas perplexidades, nos últimos anos, pela situação especial que estamos vivendo para o bem e para o mal”.

Ángel Gómez (UMA): deteriorização do desenvolvimento cognitivo e emocional pelas novas tecnologias.

“Nos últimos 25 anos, vimos avançar a internet, os celulares inteligentes, as plataformas e redes sociais, sem refletirmos e trabalharmos o suficiente para oferecermos oportunidades pedagógicas de utilização dessas novas tecnologias. Com essas tecnologias vemos incríveis oportunidades de interação, imaginação e de solução de problemas e criatividade. Mas ao mesmo tempo, elas produzem a deterioração do desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e jovens, principalmente em fase de formação, que utilizam massivamente essas tecnologias e a IA”, enfatizou Ángel Gómez.

Segundo o docente espanhol, sobre os problemas da atenção na cultura digital, “estamos vivendo uma colonização da atenção de nossas crianças e jovens por parte das redes sociais”.

Esta edição do ForTEC – evento bienal criado em 2014 – contou com a parceria da Unidade Acadêmica de Educação a Distância (Unead) da UNEB e a colaboração do grupo de pesquisa na Universidade do Sudoeste da Bahia (Uesb).

Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Divulgação.