A UNEB, representada pelas professoras Patricia Rebouças e Katia Siqueira, participa de um consórcio internacional de pesquisadores que objetiva aumentar a sustentabilidade, a competitividade e a resiliência de longo prazo da fruticultura no Vale do São Francisco.
Intitulado Cultivo sustentável de fruteiras na Caatinga: manejo dos serviços ecossistêmicos em agricultura intensiva (Sufica), o projeto teve início no último mês de maio e deve seguir até o ano 2021.
A proposta é que toda a cadeira produtiva seja envolvida: agricultores no Brasil, empresas internacionais de fornecimento de frutas e um supermercado do Reino Unido (Waitrose), além de uma parceria global de empresas agroalimentares para o desenvolvimento de uma métrica de biodiversidade para cadeias de suprimento (Cool Farm Alliance).
Para isso, o Sufica irá trabalhar serviços como os de polinização, armazenamento de carbono e regulação do fluxo de água, com o intuito de gerar benefícios ambientais e lucratividade por meio de um maior rendimento, da melhoria da qualidade dos frutos e da redução dos insumos, monitorando e melhorando continuamente os processos.
A abordagem, chamada de “intensificação ecológica”, mostrou-se promissora na Europa e na América do Norte, mas não foi testada experimentalmente em ambientes semiáridos tropicais. O projeto será implementado junto às fazendas de uva, manga e maracujá da região.
O Sufica é liderado pela University East Anglia (UEA), do Reino Unido, e financiado pela Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (Conicyt), do Chile, e pelo Fondo Newton-Picarte, que financia projetos científicos de cooperação internacional entre Chile e Reino Unido.
Além das pesquisadoras do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus da UNEB em Juazeiro, participam também do projeto as pesquisadoras Vinina Ferreira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); Lúcia Kiill, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Fabiana Silva, da Universidade Federal de Sergipe (UFS); Lynn Dicks, da UEA; e Eduardo Arellano, da Pontificia Universidad Católica de Chile (PUC).
A colaboração é uma resposta aos sinais do mercado do setor agroalimentar de que os agricultores devem tomar medidas para favorecer a biodiversidade e, consequentemente, os serviços ecossistêmicos essenciais à produção agrícola.
Fotos: Patricia Rebouças/UNEB