Servidores do Teatro UNEB, localizado no Campus I, em Salvador, realizaram ontem (18), a VI edição do Afrocultura – evento que tem como objetivo promover a conscientização social e cultural da população negra.
Além dos servidores, docentes e discentes da Universidade, a atividade foi marcada pela presença de estudantes e professores das escolas da rede estadual e municipal, reunidos sobre a temática “Arte e Cultura Negra: Expressões de Resistências e Liberdade”.
A mesa de abertura contou com a presença do presidente do Sindicado dos Técnicos da Universidade (Sintest), Firmino Júlio, Assessora Especial de Cultura e Artes (Ascult), Nelma Aronia, subgerente do Teatro e um dos criadores do Afrocultura Ailton Ferreira (Baé), docente da UNEB, Wilson Matos, representante do Secretaria Especial de Articulação Interinstitucional (Seai), Alana Lago, e o técnico do Teatro e também um dos criadores do Afrocultura, Edson Pinto.
Em sua fala, Ailton Ferreira celebrou a chegada da sexta edição do Afrocultura: “O Novembro Negro é um chamado para criarmos uma agenda voltada para a cultura negra em nossa Universidade. Reunimos-nos como técnicos do teatro e há seis anos resolvemos inventar o Afrocultura”.
O servidor técnico, Edson Pinto, aproveitou a oportunidade para agradecer os apoiadores do evento. “Foram sete jovens que atuam há muitos anos na Universidade e resolveram criar o evento. O nosso trabalho é de resistência para promover a valorização da cultura negra junto aos jovens, aos moradores em situação de rua, a todos aqueles que não tem acesso a um espaço de Cultura como o Teatro”, disse.
História da África
A programação da atividade contou com a palestra “História da África”, que foi proferida pelo docente da UNEB, Wilson Matos. A partir de suas pesquisas sobre a escravidão do Brasil no século XIX e de sua experiência como pró-reitor de Ações Afirmativas da Universidade, Matos apresentou aspectos históricos do continente Africano, destacando a importância de conhecer a História da África nos tempos atuais, em que atua como conhecimento essencial para promover a igualdade racial.
A África nos traz a sabedoria de Ubuntu, uma unidade de comuns. Nós somos diferentes e essa é a riqueza da civilização humana. Quando a diferença se torna desigualdade é que ela deixa de ser comunidade. A comunidade a ausência de privilégio. As dádivas que o mundo oferece elas devem ser igualmente repartidas, independente de quem você seja. Ubuntu como a possibilidade de reconfigurar nossas coletividades na forma de comunidade”, declarou o palestrante.
O evento também dedicou em sua programação apresentações culturais do grupo de dança do programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati), e em seguida, a exibição do filme Osvaldão e da peça teatral do Instituto Sagrado.
Houve ainda momento para a participação dos grupos de capoeira dos mestres Sete Quedas e Mestre Trovão, que contou com a presença do cantor, compositor e mestre de capoeira Tonho Matéria.
“Agradecço a vocês pelo convite. Quando me disseram que tinha capoeira eu vim. Quando a Capoeira se movimenta, quem é família Capoeira se movimenta junto. É importante marcar essa presença nos eventos que marcam esse período para fazer a nossa construção, para também desconstruir outras narrativas que não correspondem à história da África. A minha oratória é essa aqui, de onde eu bebi da fonte, tanto em África, quanto nos Blocos Afro da Bahia, quanto na Capoeira”, ressaltou.
O encerramento das atividades ficou por conta da apresentação do Baller Dança e do grupo de percussão Projeto Dendê O evento Afrocultura acontece sempre no mês da Consciência Negra e relembra as lutas, a cultura e os movimentos sociais que atuam em prol dessa temática junto à sociedade.
O Afrocultura é realizado pelos servidores do Teatro em parceria com a Secretaria Especial de Articulação Interinstitucional (Seai) e a Assessoria Especial de Cultura e Artes (Ascult) da UNEB.
Texto: Leandro Pessoa/Ascom. Fotos: Leandro Pessoa e Queila Falheiro/Ascom