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Comunidade participa de caminhada e fortalece combate ao Aedes Aegypti

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Durante a caminhada, os participantes distribuíram panfletos sobre o combate contra o mosquito Aedes Aegypti

O Grupo de Trabalho de Educação Física (Gtef), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UNEB, levou cerca de 150 pessoas para a Caminhada Para Um Alerta de Saúde.

Durante o evento, os participantes percorreram 4,5 km, com saída no Museu de Ciência e Tecnologia (MC&T), no bairro do imbuí.

A caminha mobilizou a comunidade acadêmica e do entorno com a entrega de panfletos sobre o combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika.

“Conseguimos sensibilizar a população do bairro do imbuí e região sobre a importância de tomar todas as medidas preventivas, identificando e eliminando os focos do mosquito. E ainda levamos a nossa comunidade a se fortalecer com a atividade física, em busca da melhoria da qualidade de vida”, destacou o coordenador do Gtef, Dilton Cerqueira.

Ao final da atividade, foi oferecido um café da manhã com sucos e frutas tropicais.

 

Fotos: Divulgação

UNEB reitera apoio ao projeto original do Plano Estadual de Educação (PEE-BA)

NOTA PÚBLICA

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) reitera sua plena concordância com o texto original do projeto de lei do Plano Estadual de Educação da Bahia (PEE-BA) 2016-2026, previsto para ser votado pela Assembleia Legislativa na próxima quarta-feira (4).

Em consonância com o histórico posicionamento de sua comunidade acadêmica de defesa e promoção da diversidade em todas as manifestações da vida humana – diversidade de gênero, de orientação sexual, cultural-religiosa, etnicorracial, etc. –, esta Universidade reafirma seu total apoio ao PEE-BA construído coletivamente pelo Fórum Estadual de Educação (FEE-BA), colegiado que reúne dezenas de instituições – entre as quais a UNEB –, em diálogo permanente com variados setores da sociedade baiana, durante quase um ano.

Do projeto de lei do PEE-BA, a UNEB expressa especial compromisso de sua comunidade com as seguintes metas:

Meta 12 – elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior;

Meta 13 – elevar a qualidade da Educação Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores no corpo docente;

Meta 14 – elevar o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu; e

Meta 15 – garantir que todos(as) os(as) professores(as) da Educação Básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Acesse aqui minuta do PL do PEE-BA

Acesse aqui manifesto do FEE-BA aos(às) deputados(as)

Acesse aqui nota técnica do FEE-BA

Salvador, 2 de maio de 2016.

Universidade do Estado da Bahia

Ascom entrevista: Eliana Yunes (Cátedra UNESCO de Leitura do Brasil)

Wânia Dias
Núcleo de Jornalismo
Assessoria de Comunicação

Coordenadora da Cátedra Unesco de Leitura do Brasil e idealizadora do Programa Nacional de Leitura (Proler), a professora e pesquisadora Eliana Yunes (PUC-RJ) trabalha com um conceito específico de leitura baseado na interação do indivíduo consigo mesmo e com o outro.

Para ela, ler é mais que decifrar códigos, é compreender o sentido das coisas e do mundo, e suas significações. “A contemplação induz à teorização”, diz.

A pesquisadora acredita que a alfabetização contemporânea é mecanizada e defende que a leitura precisa ser inserida em um novo contexto formativo, mais amplo e contínuo. A ausência da prática da leitura, segundo ela, é um grave entrave para o crescimento do país: “O Brasil que não lê nos custa muito caro.”

Eliana Yunes é uma das convidadas do V Encontro de Leitura e Literatura da UNEB, que acontece entre os dias 9 e 12 de novembro, no Campus I da Universidade, em Salvador. A professora vai ministrar a conferência de abertura do evento, no próximo dia 9, às 16h30.

Em entrevista concedida à Assessoria de Comunicação (ASCOM) da UNEB, Eliana avaliou o atual panorama da leitura no Brasil e falou sobre formação do leitor, sobre novas tecnologias aplicadas à educação, sobre a importância da figura do mediador no processo de letramento e sobre os impactos da alfabetização instrumental no desenvolvimento social, econômico e cultural do país.

Veja entrevista na íntegra:

Assessoria de Comunicação (ASCOM): Quando você fala sobre o ato de ler, você fala de paixão, de emoção, de troca e interação do indivíduo consigo mesmo e com o outro. Quando e em que contexto surgiu seu conceito de leitura?

Eliana Yunes (EY): Ler é antes criar um sentido para as coisas e para o mundo. O texto do mundo tem que ser composto no ato de ler e de configurar uma cosmovisão. Ele se apresenta sob a forma de linguagem, uma entre muitas possíveis: a da língua materna oral e escrita, nas narrativas imagéticas e sonoras; tudo o que o homem cria é uma representação de suas ideias e sentimentos na relação com a natureza e a cultura.

Foi vivenciando a prática da leitura com crianças e com adultos que se foi desenhando o conceito; a contemplação induz à teorização. Assim a partir do trabalho com o Proler em todo o Brasil, procurei confirmar as hipóteses traçadas e disto veio se fundamentando uma tese para a formação do leitor.

ASCOM: Na cátedra, você desenvolve trabalhos que propõem reverter o lugar da leitura, inserindo-a em um contexto formativo mais amplo, superando a alfabetização instrumental, e define o mediador como um dos principais agentes desse processo. Quem são (ou podem ser) esses mediadores e como formá-los para que se tornem agentes transformadores nas escolas brasileiras?

EY: Mediadores são todos os que se dispõem a serem pontes, entre a experiência humana e sua tradução às linguagens, isto é suas textualidades: pais, professores, bibliotecárias, colegas, artistas, criadores, até mesmo situações e vivências podem ser definidas com mediadoras . O que ajuda a fazer nascer leitores pode ser, em diferentes circunstâncias, um mediador apenas apaixonado que sabe seduzir, da mesma forma que foi seduzido pela leitura.

ASCOM: Como você avalia a didática escolar e os recursos pedagógicos utilizados nos processos de alfabetização contemporâneos?

EY: A questão da alfabetização avançou muito com observação direta do processo com crianças e adultos e a partir de teorizações de estudiosos como Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, Emílio Ferreiro. O problema está na pós-alfabetização quando o abandono da experiência de ler em favor de uma gramática do texto desarticula a participação do leitor.

ASCOM: Qual a sua opinião sobre as novas tecnologias aplicadas à educação? Como elas atuam no processo de formação do leitor?

EY: As tecnologias eletrônicas como as anteriores – do rolo ao códice, do códice ao livro e agora do livro à tela – podem ser de auxilio efetivo à prática de ler e escrever e, como tudo o mais, depende do uso que se faz delas, de como ela se desenvolve e se articula com outros meios. É de um complexo de fios – uma rede ampla de diferentes suportes e práticas – que pode favorecer a leitura e a escrita.

ASCOM: O processo de alfabetização da criança e do adulto apresentam metodologias distintas. Quais os principais desafios da formação de leitores nessas duas fases da vida?

EY: Os universos de cada um precisam ser atualizados nesta formação. E as experiências e visões que são certamente bastante diferentes. Por isso as práticas serão diversas; e múltiplos os recursos metodológicos e didáticos.

ASCOM: Quanto custa o Brasil que não lê? Qual o impacto da alfabetização mecânica no desenvolvimento do país?

EY: O Brasil que não lê nos custa muito caro. Desde problemas na saúde (práticas equivocadas para tratamentos), no trabalho (acidentes e incongruências), na vida urbana e social (o lixo, o transporte, a corrupção). O Brasil precisa avaliar os fatos, os acontecimentos e conectá-los com a ausência de práticas de leitura: vazamentos de petróleo nos portos, rompimento do césio em Goiânia, etc. O Brasil que lesse poderia comprometer o leitor com a cidadania, com maior assiduidade.

ASCOM: De que forma eventos como o Elluneb estimulam a leitura e auxiliam na formação de leitores?

EY: Sem dúvida, atividades densas, reflexão, pesquisa, formação de jovens leitores e de mediadores é o caminho para a criação de redes de experiências que trarão inclusive uma formação continuada. No caso presente, é importante não conhecer apenas teoria e práticas, mas, sobretudo ler literatura, ler ficção e não ficção para se envolver com o sentido que se atribui – ou não – ao mundo da letra e à letra do mundo.