CENSO MEC/INEP: UNEB tem maior representatividade feminina entre docentes de IES públicas no país

Apesar da profissão ser muitas vezes enxergada com o estereótipo de “carreira para mulheres”, as professoras são minoria no ensino superior brasileiro.

A revista/site Quero Bolsa consultou os dados do Censo da Educação Superior 2018 — os mais recentes disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC) — que mostraram que somente 46% do total de docentes em faculdades do Brasil são mulheres.

O cenário é oposto aos outros momentos do ensino no país, segundo a TALIS, sigla em inglês para Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizagem, realizada pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com a pesquisa, mulheres representam quase 90% dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental. No final do ensino fundamental e no ensino médio, a representatividade feminina continua maioria: 68% e 60%, respectivamente.

Apenas 20 instituições de ensino superior (IES) públicas que possuem mais de 500 professores contam com pelo menos 50% de mulheres em seu quadro de docentes, segundo o Censo do MEC.

A universidade com maior representatividade feminina entre os docentes é a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que conta com 58,9% de professoras — total de 1.272 mulheres dando aula.

Em seguida, aparecem a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), respectivamente com 55,4% e 55,3% de representatividade feminina.

Completam as cinco primeiras dessa lista o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFarroupilha), também com 55,3% de professoras, e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), com 55,1%.

Quatro universidades da Bahia estão entre as 20 instituições que contam com pelo menos metade de professoras mulheres.

Entre as instituições privadas, o destaque também vai para o estado: a maior taxa do país é da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), que conta com 60% do quadro formado por professoras (315 mulheres).

Em números absolutos, a Universidade de São Paulo (USP) é a que mais possui professoras em seu quadro: 2.320. No entanto, esse número representa apenas 38,5% do total de professores da instituição.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vêm em seguida, com 1.624 (46,7%) e 1.601 (45,1%) professoras, respectivamente — ambas com minoria no quadro.

Veja as universidades públicas com maior representatividade de mulheres entre professores:

– O Censo da Educação Superior divide apenas gêneros entre “masculino” e “feminino”.
– A Revista Quero incluiu as universidades com mais de 500 professores no quadro, segundo o MEC.
– Foram incluídos apenas os professores com o status “Em exercício” apresentado no Censo.

* Essa matéria foi reproduzida do site/revista Quero Bolsa, de autoria do repórter Mathias Sallit,
em conjunto com o editor Rodrigo Simões.
Fotos: Divulgação/Internet.