CineCEPAIA: UNEB celebra carreira artística de Neusa Borges

Participantes confraternizaram com a homenageada, assistiram ao longa Deusa Negra (1978) e debateram sobre o filme

“Eu nasci negra, vivo como negra e vou morrer negra. Estou viva e sou uma artista. Já fui de tudo nessa vida artística, menos meretriz. E de tudo do que eu fiz, eu fiz bem feito”.

Essas foram algumas das palavras ditas pela atriz Neusa Borges na última sexta-feira (10) durante o CineCEPAIA, evento que a homenageou e foi promovido pelo Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia), em Salvador.

“Neusa Borges é um ícone do cinema negro, é uma atriz que veio desde o teatro experimental negro e é uma grande referência de mulher e atriz negra para todos nós”, ressaltou a coordenadora do Cepaia, Marluce Macedo.

A artista catarinense completou 76 anos neste mês, dos quais mais de 60 foram dedicados à carreira artística. Na televisão, já interpretou papéis em programas de emissoras como a TV Tupi, a TV Record e a TV Globo. Ela também atuou em 12 filmes do cinema brasileiro e internacional, além de já ter subido também aos palcos do teatro nacional.

A programação da tarde reservou também a exibição do filme A Deusa Negra (1978) dirigido pelo nigeriano Ola Balogun e do qual Neusa fez parte do elenco. Após o longa-metragem, a atriz baiana Tânia Toko fez a fala inicial do debate proposto pela iniciativa.

“Com o fortalecimento da ligação Nigéria-Brasil, podemos ver a origem de filmes como Deusa Negra. Ele é muito pautado pela língua africana iorubá e isso é muito importante, porque ela tem emergido e sido cada vez mais incorporada em nossa cultura”, avaliou Tânia.

O filme A Deusa Negra conta a história do africano Babatunde, que busca no Brasil seus parentes e revive, pelos caminhos do candomblé, o percurso de seu ancestral escravo, Oluyole.

O CineCEPAIA, é uma ação do Programa Cepaia Cultural: (Re)Encenando Performances e Discursos Negros, e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf).

O evento objetiva apresentar uma discussão sobre questões relacionadas às produções cinematográficas profissionais e vídeos amadores que se constituem discursivamente e imageticamente pelo reconhecimento e a valorização das populações negras em oposição às imagens etnocêntricas/eurocêntricas formuladas sobre a África e a Diáspora em qualquer espaço mundial.

Fotos: Anderson Freire/Ascom

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