Na manhã de hoje (26), foi aberto o XXVI Encontro da Regional Nordeste da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai), no Centro Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) da UNEB, em Salvador.
O evento, aberto ao público, teve como tema “Internacionalização – A quarta missão da universidade: arranjos e desafios contemporâneos”.
A iniciativa visa contribuir para o ensino, a pesquisa e a extensão, sob perspectiva da cooperação internacional para promover ações que fomentem o progresso da ciência, da tecnologia e da inovação no Brasil, além de interação qualitativa com outros países.
Compuseram a mesa de abertura a reitora da UNEB, Adriana Marmori, o reitor da Universidade do Estadual de Feira de Santana (Uefs), Evandro Silva, o secretário especial de Relações Internacionais (Serint/UNEB), Elizeu Clementino, o presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai), Márcio Barbosa, a coordenadora da Regional Nordeste da Faubai, Eneida de Oliveira, e o vice-coordenador da Regional Nordeste da instituição, Igor Francisco.
“Eu penso que, no cenário atual do nosso país, estarmos aqui discutindo a política de internacionalização é um ato de resistência. Desejo que todas e todos aqui reunidos adentrem nas discussões sobre a internacionalização, e também possam afinar as estruturas das nossas universidades públicas para que tenhamos, de fato, uma internacionalização desejada, entre conexões e disposição para a possibilidade de um mundo melhor”, destacou a reitora Adriana Marmori.
Para o reitor Evandro Silva, a reunião permeia os efeitos da pandemia que atingiu toda a humanidade. “Nos expomos em situações inesperadas e desafiadoras, como a negação da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem, em pesquisa e na pós-graduação. Foram vários eventos que nos trouxeram discussões para as novas perspectivas da internacionalização”, pontou o gestor.
Já o presidente da Faubai, Márcio Barbosa, salientou que “a instituição prima pela diversidade e reúne o maior número de instituições públicas e privadas. É uma diversidade que nos abre muitas portas não só no país, mas também no exterior“.
A coordenadora Eneida de Oliveira enfatizou a importância do encontro: “Minha expectativa é de que, neste evento, possamos pensar coletivamente a internacionalização do ensino superior como a quarta missão da universidade. Uma internacionalização protagonista de políticas públicas, como estratégia de alcance global necessária para o bem comum”.
Segundo o gestor da Serint, Elizeu Clementino, pensar as dimensões da internacionalização “é extremamente importante para compreendermos o lugar que as políticas e ações de internacionalização ocupam nas nossas universidades, em articulação com os princípios da pesquisa, do ensino e da extensão”.
Internacionalização como quarta missão
Na programação de abertura do evento, destacou- se também a conferência “Internacionalização – A quarta missão da universidade: arranjos e desafios contemporâneos”, proferida pelo professor Naomar Almeida, ex-reitor das Universidades Federais da Bahia (Ufba) e do Recôncavo Baiano (Ufrb).
“As universidades brasileiras são constituídas com base em faculdades. Essa reforma foi implantada pela Revolução Francesa. A universidade que se baseia em faculdades tem como missão a formação de profissões. A partir do século XX, as instituições passam a ter uma missão social, que nós chamamos de extensão. A quarta missão da universidade é originária e, sem ela, as outras missões (ensino, pesquisa e extensão) teriam dificuldade para a instituição receber o nome de universidade”, frisou o Naomar, reforçando a importância da internacionalização das universidades brasileiras.
Ainda de acordo com o ex-reitor, o problema da internacionalização das universidades brasileiras encontra-se “no modelo curricular da graduação, que foi implantado na reforma de 1968. É um regime que tem parentesco com outras universidades latino-americanas e é incompatível com o modelo americano”, analisou.
O primeiro dia do encontro oportunizou a apresentação artística da dupla Dilton e Bira, que apresentou o ritmo afrojazz. O evento segue até esta terça-feira (27) com conferência, mesas-redondas e reunião dos assessores da Faubai Regional Nordeste.
O encontro da Regional Nordeste da Associação Brasileira de Educação Internacional é organizado pela UNEB em parceria com a Uefs e a Universidade de Pernambuco (UPE).
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom
Fotos: Tamiris Guimarães/Ascom