Com o tema “Educação do Campo, Agroecologia e Territórios em Disputa: Fortalecendo Novas Primaveras”, foi aberto na manhã de hoje (19), o IV Encontro Baiano de Educação do Campo (Ebec), no Campus I da UNEB, em Salvador.
O evento, realizado pelo Centro Acadêmico de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Paulo Freire (CAECDT) e o Grupo de Pesquisa Educação do Campo, Trabalho, Contra-hegemonia e Emancipação Humana (Gepec), ambos da Universidade, segue com extensa programação até este sábado (21).
Na mesa institucional estiveram presentes reitora da UNEB, Adriana Marmori, a vice-reitora da UNEB, Dayse Lago, o discente curso de Agroecologia da Universidade, Denis Araújo, o coordenador do CAECDT, Gilmar Andrade, coordenadora do Ebec, Luzeni Ferraz, os representantes da Secretaria de Educação (SEC), Poliana Reis, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Maicon da Silva, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Adelson Gomes, e dos movimentos sociais dos pequenos produtores, Suiane Santos.
“Quero cumprimentar os 444 inscritos neste encontro. Isso é muito expressivo e histórico para a educação do campo na Bahia. Saúdo também os movimentos sociais e sindicais que estão presentes aqui, porque é para vocês e com vocês que a UNEB tem construído a caminhada da educação do campo. Sem vocês, não avançamos para nenhum lugar. Desse lugar de respeito e consideração que a universidade tem, historicamente, aprendemos com vocês que a educação do campo é direito de todos e dever do Estado. Esse aprendizado perpassa o engajamento, porque o engajamento se faz por princípios. Nós defendemos a educação do campo. Estamos dentro de uma instituição que é do Estado. E reitero que a UNEB é uma universidade inclusiva, que prima pela igualdade e respeito. É uma universidade que é um espaço político, um lugar de produção de ciência, uma instituição político-social”, destacou a reitora, Adriana Marmori.
A vice-reitora da UNEB, Dayse Lago, enfatizou a importância do compartilhamento do que é produzido pelas pessoas do campo. “A importância de estarmos aqui, a cada dois anos, partilhando experiências, é para mostrar que os sujeitos do campo existem, produzem conhecimentos, e precisam ser publicizados. Neste 19 de setembro, dia em que nosso patrono da educação brasileira, Paulo Freire, faria 103 anos, é importante lembrar que Freire sempre defendeu que o sujeito não precisa aprender a ser eu, mas sim a ser consciente. Conscientizá-los é auxiliá-los a perceber sua situação histórica e engajá-los para se libertá los”, asseverou a vice-reitora.
Poliana Reis destacou o investimento que a Secretaria tem feito para o funcionamento das escolas do campo. “Esta semana, em Santa Luz, inauguramos duas escolas do campo. Isso faz parte da resposta do governo do estado e da nossa luta pelo não fechamento das escolas do campo e do movimento contrário que precisamos fazer pela abertura de mais escolas. Temos que apoiar nossos municípios e proporcionar condições para que não fechem suas escolas. Respeitando o princípio da nossa gestão democrática, faço um apelo a vocês para que estejam nas nossas escolas apontando o que está errado e indicando no que precisamos avançar”, frisou a gestora da SEC.
Discente do curso de Agroecologia da UNEB, Denis Araújo, ressaltou que a implantação do curso é um avanço na universidade. “A proposta do curso de Agroecologia busca a centralidade de um projeto de desenvolvimento para a sociedade, que se dá a partir dos povos, das comunidades tradicionais e campesinos. A institucionalização dessa formação é um avanço muito importante para a universidade, e que esta instituição continue mobilizada para garantir infraestrutura e a permanência de nós, discentes do curso”, disse o estudante.
Suiane Santos realçou a parceria que a UNEB tem com a educação do campo. ‘A UNEB tem sido uma das principais parceiras na construção e reafirmação da educação do campo no estado da Bahia. É importante seguirmos construindo licenciaturas e tantos outros cursos, do ensino básico ao superior, em educação do campo. O estado da Bahia tem sido referência na construção das licenciaturas, mas ainda enfrentamos desafios enquanto profissionais da educação do campo, na necessidade de reconhecimento dos profissionais e dos estudantes da educação egressos da universidade, para que tenham de fato espaço para atuar nas escolas’, ressaltou.
A abertura do encontro contou com a Mística em homenagem ao educador e patrono da educação brasileira, Paulo Freire, e apresentação cultural.
Nos três dias de atividades, a programação reserva conferências, mesas de debates, apresentação de trabalhos e atividades culturais. Durante o evento, haverá a Feira Agroecológica e da Economia Solidária, com a participação dos Movimentos Sociais e Sindicais e de lutas populares.
O Encontro Baiano de Educação do Campo tem a finalidade de reunir os sujeitos sociais envolvidos com a discussão da Educação do Campo e da Agroecologia, com vistas ao aprofundamento da conjuntura atual, socialização das produções acadêmico-científicas, relatos de experiências em espaços escolares e não-escolares no campo do ensino, da pesquisa e da extensão.
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira e Danilo Cordeiro/Ascom