A indústria farmacêutica mundial deve faturar cerca de 1,3 trilhão de dólares em 2017. Apenas no Brasil, a demanda por venda de medicamentos deu um salto de 70% entre os anos de 2010 e 2015.
Inserido nesse cenário, o pesquisador Ricardo Marreto, da Universidade Federal de Goiás (UFG), abordou perspectivas inovadoras para a manipulação de fármacos e alternativas acadêmicas e de mercado durante a palestra de abertura do I Simpósio Baiano de Inovação (Bio)Farmacêutica (Simbifar).
“A indústria farmacêutica e a inovação são importantes instrumentos de desenvolvimento econômico e, naturalmente, de desenvolvimento social. Existe uma demonização dela, entretanto, podemos encará-la, sobretudo, sob esse prisma da possibilidade de desenvolvimento regional e nacional”, destacou o docente.
O pesquisador ressaltou que a articulação da academia com a iniciativa privada, ainda incipiente no país, é essencial para a consolidação de novos produtos, e aproveitou para convidar os participantes para um olhar mais atento sobre a inovação incremental ou evolutiva de processos farmacológicos, área que afirmou estar sendo negligenciada internacionalmente.
“A inovação não precisa acontecer somente pela descoberta de novas moléculas. Podemos inovar também em processos, porque eles fazem parte do dia-a-dia e podem mudar a qualidade do produto, ajudar a auferir mais lucro e a racionalizar o uso de recursos, por exemplo”, salientou Ricardo.
Integrante da equipe de coordenação do Laboratório de Nanosistemas e Dispositivos de Liberação Modificada de Fármacos (Nanosys), o pesquisador deu início, na tarde da última quarta-feira (22), à programação científica do evento, que segue até hoje (24), no Campus I da UNEB, em Salvador.
Desbravando novos caminhos
Coordenador do I Simbifar, Aníbal Freitas avalia que a iniciativa consiste em mais um desafio para a instituição, que atualmente pleiteia, junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a recomendação do seu primeiro curso de mestrado na área da Farmácia.
“Temos pouca representação no estado, com raras indústrias e empresas farmacêuticas e poucos colegas que desenvolvem pesquisas voltadas à temática. Então, é desafiador desbravar a nossa área da tecnologia e controle de qualidade de medicamentos e a inserir no contexto da inovação neste momento da nossa vida”, avaliou o gestor.
O professor é também gerente de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) da UNEB e coordenador do Grupo de Pesquisa Biofarmácia e Medicamentos, que possui vinculação com o Departamento de Ciências da Vida (DCV) do Campus de Salvador e é responsável pela realização do evento.
A pró-reitora (PPG), Tânia Hetkowisk, celebrou a proposta do evento e a qualificação que iniciativas como esta promovem no trabalho de pesquisa de toda a instituição. Ela salientou ainda que a área de saúde está entre as prioritárias para a gestão universitária da UNEB.
A mesa institucional de abertura do evento contou ainda com a participação do Lázaro Cunha, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), órgão que apoia o evento através de recursos garantidos em edital.
“O cenário é difícil e complexo para fazer ciência hoje no Brasil, diante dessa conjuntura econômica e política a gente sabe que não é fácil. Então, parabenizamos o esforço e empenho da comunidade acadêmica para fazer ciência de qualidade mesmo com pouco recurso”, ressaltou o gestor.
Também compuseram a mesa a vice-reitora da UNEB, Carla Liane, a coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão (Nupe) do DCV, Fernanda Camelier, o coordenador do Colegiado do Curso de Farmácia, Marcel Tavares, e o representante do Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia (CRF-BA), Arivaldo Moraes.
Fotos: Cindi Rios/Ascom
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