Pesquisadores desenvolvem projeto para identificar novos fungos na Mata Atlântica

Durante as pesquisas, uma espécie foi identificada pela primeira vez no Nordeste

Os fungos desempenham um papel fundamental no meio ambiente. Esses seres vivos são importantes na indústria de alimentos e bebidas e são um dos principais decompositores na natureza. Além disso, eles são indispensáveis para a área farmacêutica, já que têm um papel significativo na fabricação de medicamentos. Com o objetivo de expandir os estudos de fungos no estado baiano, pesquisadores do Colegiado de Ciências Biológicas, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), orientados pelo professor Jorge Fortuna, desenvolveram o Projeto Fungus Extremus, que identifica microfungos e macrofungos em fragmentos de Mata Atlântica, na região do Extremo Sul da Bahia. 

Há uma estimativa da existência de mais de 2 milhões de espécies de fungos, sendo que apenas 150 mil foram descobertas. “O baixo conhecimento micológico está associado, principalmente, aos poucos estudos realizados nas florestas tropicais que, por sua vez, abrigam a maior diversidade destes. O intuito do projeto também é avaliar a atividade antimicrobiana de extratos metabólitos secundários, que são compostos extracelulares secretados no meio de cultura, durante o crescimento e diferenciação de um organismo vivo, de microfungos e macrofungos da Mata Atlântica”, explica Fortuna. 

O coordenador do estudo destaca que pesquisas sobre esses metabólitos são importantes para desenvolver tratamentos para doenças infecciosas. “A partir do momento da verificação e confirmação da existência de atividade antimicrobiana dos extratos metabólitos secundários fúngicos, será possível conhecer possíveis novos princípios ativos para o tratamento de infecções causadas por microrganismos patogênicos, beneficiando, assim, pessoas que apresentam doenças infecciosas causadas principalmente por microrganismos multirresistentes”.

Várias coletas e pesquisas já foram feitas. Durante os trabalhos, os pesquisadores identificaram uma espécie de fungo que nunca tinha sido encontrada e descrita no Nordeste brasileiro, o fungo Geoglossum fallax. Segundo Fortuna, a pesquisa ainda está em andamento. “Os próximos passos são a identificação dos princípios ativos dos metabólitos secundários fúngicos e continuação das coletas e identificação de macro e microfungos na região do Extremo Sul da Bahia. Além disso, o desenvolvimento de atividades didáticas com a temática fúngica”, diz. 

O projeto tem apoio do Programa de Pesquisa Aplicada, Tecnologias Sociais e Inovação da Uneb e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), através das bolsas de iniciação científica. Juntamente com Jorge Fortuna, o estudo tem a participação das pesquisadoras Júlia Pestana, Ana Paula Santana e Poliana Barreto. 

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.

Texto: Reprodução Ascom/Secti