Para marcar o processo de alfabetização de cerca de 3,5 mil pessoas, foi promovido na tarde de ontem (21), o ato de formatura e encerramento da Campanha “Sim, Eu Posso!”, no Parque de Exposições, em Salvador.
O evento foi realizado dentro da programação da 36ª edição do Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia.
Participaram da cerimônia a reitora da UNEB, Adriana Marmori, a dirigente do setor estadual de educação do MST, Sintia Paula Carvalho, e a representante da Secretaria estadual da Educação (SEC), Poliana Reis.
“A UNEB tem uma parceria de 17 anos com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Isso é um marco histórico que merece ser celebrado. Parceria que estamos colhendo frutos a partir da eliminação do analfabetismo no estado da Bahia. Eu admiro o MST como o maior movimento social que luta pelos direitos do nosso país, que reivindica o direito à educação, à terra e à saúde. É uma felicidade estar aqui e ver que vocês alcançaram a alfabetização. Parabéns a todos e todas que passaram por essa etapa de aprendizado. Que possamos semear a esperança, a aprendizagem e uma outra sociedade”, ressaltou a reitora Adriana Marmori.
A dirigente do setor estadual de educação do MST, Sintia Paula Carvalho, destacou a importância da campanha para a alfabetização dos baianos. “Foram quatro meses de mobilização, em que 3.500 pessoas tiveram a oportunidade de aprender a escrever o seu nome completo, de escrever uma carta. Estudar e se alfabetizar é um direito e traz dignidade. Queremos continuar lutando para que no próximo ano a gente consiga ir para outros municípios e consiga, de fato, erradicar o analfabetismo na nossa Bahia”, frisou.
A representante da SEC, Poliana Reis, elogiou a iniciativa de alfabetização que seguirá em 2024. “Nós, da Secretaria da Educação, estamos muito felizes em apoiar esse projeto maravilhoso que transforma vidas e foi idealizado pelo MST. Um projeto que valoriza a diversidade do nosso estado com os povos ciganos, indígenas, da periferia, o povo do campo e demais comunidades tradicionais. Parabéns a essa parceria entre o MST, a UNEB e a SEC”.
A solenidade teve ainda a participação da secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Fabya Reis, do deputado federal, Walmir Assunção, do vereador de Salvador, Suíca, e dos dirigentes nacionais do MST, Evanildo Costa e Eliane Oliveira, além de representantes do governo municipal e militantes Sem Terra.
Sonho de aprender a ler e escrever
Em parceria entre UNEB, MST e SEC, a campanha de alfabetização “Sim, Eu Posso” desenvolveu atividades pedagógicas em 16 municípios, de seis regiões baianas. Moradora do município de Paulo Afonso e formanda do projeto, Margarida, 78, emocionou a todos com seu depoimento na cerimônia de formatura. Ela contou como foi sua trajetória de superação e aprendizagem nos últimos quatro meses.
“Estou muito agradecida por essa oportunidade que mudou a minha vida. No ‘Sim, Eu Posso’ eu não só aprendi a ler e escrever, mas também a sonhar e acreditar em mim mesma. Foi uma experiência maravilhosa que eu nunca vou esquecer. Espero que esse projeto continue ajudando muitas outras pessoas”, salientou.
Segundo Maria do Socorro Almeida, coordenadora do projeto na UNEB, a campanha “Sim, Eu Posso” é uma oportunidade de transformação para os alfabetizandos. “Eles se sentem mais valorizados, mais participativos e mais confiantes. São pessoas que aprendem a ler e a escrever o mundo. Participar dessa formatura é celebrar o direito à educação e à cidadania dessas pessoas”, disse.
A gerente de Extensão da Pró-Reitora de Extensão (Proex) da UNEB, Rosana Mara, destacou o papel transformador da campanha de alfabetização que envolveu a UNEB, o MST e a SEC. “O projeto ‘Sim, Eu Posso’ mudou a realidade de muitas pessoas e nos trouxe também novas aprendizagens. A UNEB tem muita honra de caminhar e trabalhar nessa experiência enriquecedora e gratificante junto com o MST e a SEC”, afirmou.
O evento também foi prestigiado pelas pró-reitoras de Extensão (Proex), Rosane Vieira, de Ensino de Graduação (Prograd), Gabriela Pimentel, e da coordenadora do Centro Acadêmico de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Paulo Freire (Caecdt) da UNEB, Joseane Alves.
Texto: Danilo Cordeiro/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira e Danilo Cordeiro/Ascom