Neste mês da consciência negra, a UNEB promove mais um oportuno evento relacionado ao enfrentamento ao racismo.
Iniciativa da Ouvidoria da universidade, em parceria com a Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PGDP), o seminário Desafios da Ouvidoria universitária: diálogos sobre saúde mental, assédios e letramento racial, realizado na tarde de ontem (13), reuniu comunidade acadêmica, gestores, ouvidores e outros profissionais que atuam na área.
O evento foi sediado no auditório do Departamento de Ciências Exatas e da Terra (DCET) do Campus I da universidade, em Salvador, com transmissão ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube.
“Estamos abordando a concepção da Ouvidoria universitária como espaço não apenas de reclamação e denúncia, mas principalmente de acolhimento e produção de conhecimento com vistas a melhorar a cultura organizacional”, disse Thaís Urpia, ouvidora da UNEB.
O seminário, explicou a ouvidora, faz parte de uma “ação de sensibilização dos servidores da universidade para a necessidade de estarem atentos e denunciarem todo e qualquer caso de crime de assédio praticado dentro ou fora das dependências da instituição”.
A mesa de abertura foi presidida pela reitora Adriana Marmori, tendo a participação do pró-reitor Elias Dourado (PGDP), da ouvidora Thaís Urpia e do ouvidor da Secretaria estadual da Educação (SEC), Jocivaldo dos Anjos. A iniciativa contou com o apoio do governo do estado e das universidades estaduais de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e de Santa Cruz (Uesc).
“Acreditamos que a Ouvidoria deve ser um espaço para além do ouvir. Precisa ser um espaço de escuta sensível, que responda, que batalhe uma solução. Nossa Ouvidoria é de acolhimento e acompanhamento efetivo das denúncias em seus desdobramentos”, destacou Adriana Marmori.
A reitora contou que tem recebido e escutado muitas pessoas da comunidade acadêmica com problemas de saúde mental. “Não podemos fazer de conta que não estamos vendo. Vamos fazer sempre tudo o que estiver dentro das nossas possiblidades para ajudar essas pessoas. Ou, se não estiver a nosso alcance, vamos fazer o encaminhamento devido para outros órgãos que possam ajjudar”, enfatizou.
“Nossa gestão está fortalecendo e ampliando as ações nessa área. Na Ouvidoria, criamos dois canais específicos de atendimento: um para denúncias de violência contra a mulher e outro para denúncias de assédios em geral. E na última reunião do Consu (Conselho Universitário) aprovamos a criação de uma Comissão Permanente de Direitos Humanos. Quando assumimos o compromisso com o outro, a gente muda a realidade”, reiterou Adriana Marmori.
Parabenizando a Ouvidoria pela iniciativa e a Reitoria pelo apoio, o pró-reitor Elias Dourado reforçou que “as ouvidorias precisam ser cada vez mais valorizadas e qualificadas, para que as ações do setor público se fortaleçam e alcancem os objetivos institucionais”.
Na avaliação do ouvidor da SEC, Jocivaldo dos Anjos, a “ouvidoria pública deve deixar de ser um espaço de delegacia, de só recepção, para tornar-se um espaço de proposição, mais ativa; um canal que possa ajudar a ajustar e consertar as politicas publicas”.
“As ouvidorias precisam estar preparadas para destrinchar o que é cada denúncia. Porque assédio pode não ser somente assédio, pode ser misoginia, pode ser racismo, pode ser LGBTfobia, ou outro tipo de crime”, ressaltou Jocivaldo dos Anjos.
Após a abertura, a mesa “Diálogos sobre saúde mental, assédios e letramento racial” foi coordenada pela ouvidora da Sistema Único de Saúde (SUS) na Secretaria estadual da Saúde (Sesab), Tais Tupinambá.
Nessa mesa, a psicóloga e psicanalista sanitarista Fabíola Lima falou sobre saúde mental; a advogada Aline Moscovits, que integra o quadro de assessores jurídicos da Procuradoria Jurídica (Projur) da UNEB, explanou sobre as diferentes formas de assédios e a legislação concernente; e a assistente social da Ouvidoria da Sesab Caroline Souza expôs sobre letramento racial.
Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira/Ascom.