
Estudantes do curso de Jornalismo no Campus XXIII da UNEB, em Seabra, participaram do I Encontro do Profetas da Chuva, realizado na comunidade Viração, município de Baixa Grande, no último domingo (27).
O convite foi feito pela Comissão da Pastoral da Terra (CPT/Bahia) e reuniu pesquisadores do clima e agricultores que fazem previsões sobre a chegada e intensidade das chuvas. A programação contou com momentos culturais, como a roda de samba, que enriqueceram ainda mais a vivência.
Os discentes da disciplina Radiojornalismo II foram orientados pela professora Juliana Almeida, que acompanhou as atividades desenvolvidas durante todo o evento. “Foi um dia intenso de descobertas e ótima produção laboratorial. Vamos produzir uma série de podcasts e disponibilizar para a comunidade, não só sobre o evento em si, mas sobre a importância desse saber ancestral que ainda resiste entre agricultores baianos. É a formação acadêmica saindo dos muros da universidade e indo fazer extensão bem próximo da comunidade”, disse.
Além das tradições populares, foram abordadas pautas relevantes, como os impactos do desmatamento na Bahia e o agravamento do superaquecimento global nos últimos tempos.
A estudante do curso, Amanda Cruz, destacou o trabalho desenvolvido. “Vivi uma experiência extremamente enriquecedora. Como estudante de Jornalismo, tive a oportunidade única de ter contato direto com as pessoas que compartilharam suas profecias sobre os sinais que a natureza manifesta antes da chegada das chuvas, o que me permitiu realizar entrevistas e aprofundar ainda mais meu aprendizado. Alguns desses sinais já me eram familiares, mas muitos outros pude conhecer no evento. Em suma, foi uma experiência que me proporcionou crescimento pessoal, acadêmico e profissional, prendendo minha atenção do início ao fim”, afirmou.
Para a discente, Geisa Lorena, há uma enorme necessidade de discutir com as comunidades tradicionais as consequências do desequilíbrio ambiental. “Em tempos de mudanças climáticas, presenciar o encontro entre o saber tradicional e a luta atual pela sobrevivência na terra foi, para mim, um verdadeiro aprendizado sobre tradição e resistência desses pequenos agricultores. Cada depoimento nos faz enxergar a importância desses encontros, necessidade de enfrentar essas adversidades que causam as mudanças climáticas e de manter um equilíbrio com a natureza”, destacou.
O agente de campo da CPT e antropólogo, Claudio Dourado, destacou que os estudantes mostraram uma compreensão política sobre o campesinato e questões ambientais. Isso ajudou muito no andamento dos trabalhos. “Para a gente foi muito bom a presença dos alunos da UNEB. Nos eventos há uma quantidade limitada de pessoas e os podcasts têm esse papel de eternizar o momento porque trazem reflexões mais profundas”, finalizou.
O I Encontro do Profetas da Chuvas surgiu após relatos de vários agricultores sobre a ausência de chuvas no período ideal para o plantio do feijão e do milho, culturas predominantes no inverno da região do município de Baixa Grande.
Texto e fotos: Juliana Almeida/Campus XXIII – Seabra





