Imigrantes da Venezuela expuseram e comercializaram produtos típicos durante o evento. Fotos: Cindi Rios/Ascom
Com a proposta de consolidar tecnologias sociais e um espaço plural para empreendedores, a UNEB promoveu na última sexta-feira (1º) a II Feira de Economia Criativa e Cidadania, no Pelourinho, em Salvador.
O evento contou com representantes de comunidades tradicionais, que puderam apresentar produtos de iniciativas como a agricultura familiar e frutos de trabalho artesanal.
Maria de Totó: “Produtos são da agricultura familiar e a UNEB ajuda a nos dar dignidade”
Presidente da Associação de Mulheres do Quilombo Zona do Tabuleiro da Vitória Rural e Adjacências, Maria das Graças de Brito apresentou e comercializou produções da entidade na cidade de Cachoeira.
“Através dessas vendas é que sustentamos as nossas famílias, temos oito mulheres no nosso grupo. Os produtos são todos da agricultura familiar no quilombo e a UNEB ajuda a nos dar dignidade, sustentar famílias, ter perspectivas, sonhar e realizar sonhos”, destacou Maria de Totó, prefere ser chamada.
A feira contou também com minicursos, apresentações musicais, recital de poesias e lançamento de livros. A proposta materializada pelo evento foi elogiada pelo coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Empreendedorismo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ademário Almeida.
“Percebo uma construção com forte caráter inovador. Estou encantado com o evento. Vejo de modo muito caro a possibilidade de articular as tradições, toda a nossa base cultural e as referências civilizatórias que temos para poder dar saltos para o futuro e orientar a inovação”, avaliou o gestor. A Fapesb apoiou o evento com recursos conquistados por meio de edital.
Feira contou com minicursos, apresentações musicais, recitais e lançamento de livros
A feira foi organizada pelo Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades (CRDH) da UNEB, pela Incubadora Tecnológica de Economia Criativa e Cidadania e pelo Grupo de Pesquisa CriaAtivos: criando um novo mundo.
Solidariedade e internacionalização
A edição contou com o tema “Solidariedade, internacionalização e produção em rede” e reservou também a participação de expositores estrangeiros, a exemplo de Nelson Fuenmayor, venezuelano refugiado em Salvador que participa de projeto de acolhimento ofertado para imigrantes pela Unifacs.
“Para nós, é bem importante para que nos conheçam e que tenhamos maiores oportunidades de interagir com o público baiano. E a aceitação tem sido boa, porque são coisas novas, mas são relativamente conhecidas, por usar os ingredientes brasileiros”, salientou Nelson.
Estrangeiros em visita ao Pelourinho também participaram do evento. A música foi responsável por atrair o escritor argentino Mario Byron, que prestigiou as atividades e conversou com expositores.
“A feira está muito bonita. Tudo aqui tem valor cultural e autônomo agregado. O mais importante do que temos nas cidades é a idiossincrasia e a filosofia das pessoas. Por isso mesmo vim a Salvador, porque gosto da filosofia da sua gente”, destacou Mario.
As atividades culturais também levaram estudantes da rede pública de educação ao evento, que contou com apresentações musicais de jovens do Centro de Educação Profissional (Ceep) em Música, do bairro de Nazaré.
Maiara tocou com sua banda e fez amizade com Oliver durante o evento
Maiara Guedes tocou baixo, fez amizade com Oliver (foto) e aproveitou para se aproximar do universo acadêmico: “É a segunda vez que participo. Somos sempre convidados para vir. É interessante por ser também um projeto cultural e desperta o nosso interesse pela universidade”.
A feira consistiu em um espaço público de livre circulação de ideias, pessoas, tecnologias e instituições que atuam no campo da Economia Solidária e Economia Criativa.
“Este é um evento multicultural, científico e que privilegia a indissociabilidade entre ensino, pesquisa, extensão. Com esta feira vamos consolidando uma tecnologia social e auxiliando o projeto já lançado pelo Governo do Estado de tornar o Pelourinho no segundo distrito criativo do Brasil”, destacou o coordenador do evento e do Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidade (CRDH) da UNEB.
A II Feira de Economia Criativa e Cidadania contou com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UNEB, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
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