Jornada e Colóquio reúnem comunidade da UNEB para articulação da pesquisa e valorização da ciência e da vida

Gestoras, pesquisadores, discentes da Graduação e da Pós-Graduação da UNEB e de instituições parceiras participaram da programação conjunta

Após realizações por mediação tecnológica, os abraços e os sorrisos dos reencontros deram tom à abertura da XXVI Jornada de Iniciação Científica e Colóquio de Pesquisa e Pós-Graduação da UNEB, ontem (7), em Salvador.

Com o tema “Valorização da Ciência em Defesa da Vida”, os eventos contaram, em programação conjunta no formato híbrido, com a participação de gestoras, pesquisadores, discentes da Graduação e da Pós-Graduação de departamentos da universidade da capital e do interior do estado e de instituições parceiras.

Adriana Marmori: “problemas serão sanados com as universidades e com quem pensa políticas públicas”

“Temos consciência de que, por muito tempo, a ciência foi desacreditada, a universidade pública foi colocada em xeque. Hoje, as nossas universidades, sobretudo as públicas, desconstruíram essa lógica de forma bastante contundente. O nosso país hoje pode bater no peito e dizer: ‘nós construímos ciência e vamos fazer uma outra sociedade a partir dessa produção”, destacou a reitora da UNEB, Adriana Marmori, durante a mesa de abertura.

Em um discurso de valorização da educação e da iniciação científica, a gestora salientou que há, também, a compreensão de que “estamos vivenciando um cenário complexo, mas, do qual se avizinha a esperança. Essa complexidade se dá através dos problemas de toda a ordem, social, política, econômica e social, mas, eles serão sanados com as universidades e com todos aqueles que pensam as políticas públicas”.

Participaram também da atividade inicial da programação: a vice-reitora da UNEB, Dayse Lago; as pró-reitoras de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG), Tânia Hetkowisk, de Ensino de Graduação (Prograd), Gabriela Pimentel, e de Extensão (Proex), Rosane Vieira; os gerentes de Pós-Graduação, Mary Valda Sales, e de Pesquisa, Eduardo Jorge; e as líderes dos comitês interno e externo de IC da universidade, Alexa Araújo Coelho e Eneila Almeida dos Santos.

A jornada objetiva apresentar à comunidade acadêmica e demais participantes as ações de pesquisa científica e tecnológica desenvolvidas pelos bolsistas e voluntários de iniciação científica (IC).

Já o colóquio visa à socialização dos projetos de pesquisa em atividade nos programas de pós-graduação e projetos de bolsistas premiados nos anos de 2019 a 2021.

Valorização da Ciência

Professora Dayse Lago contou que, em diálogo com professores dos diversos departamentos da instituição, percebeu grande movimentação nos últimos dias para as devidas orientações para apresentação dos trabalhos nos eventos.

Eventos contam com programação conjunta, em modalidade híbrida, durante cinco dias

“Perguntei a um estudante se valia a pena todo o trabalho, ele me respondeu: ‘sim, professora, não só pela verve de pesquisador, mas, porque vou partilhar com os outros colegas. Essas atividades nos ajudam nas relações interpessoais e fortalecem a minha identidade profissional”, mencionou a vice-reitora, salientando que aposta na IC e sabe que ela é importante para o fortalecimento da formação acadêmica e cidadã dos discentes unebianos.

A UNEB conta hoje com 340 grupos de pesquisa, 26 Programas de Pós-Graduação e 30 cursos de mestrado ou doutorado. Para dar conta desse universo de apresentações e debates, previsto pela programação, os eventos contam com 20 salas, em paralelo, no software Microsoft Teams, com atuação de 50 mediadores, em mais de 470 bancas de avaliação.

Pró-Reitora da PPG, Tânia aproveitou a oportunidade para registrar uma longa e representativa lista de pesquisadores e pesquisadoras da UNEB que são referências nacionais e mundiais em suas respectivas áreas.

“Em nome desses tantos, fazemos o nosso evento dizendo que sem esses grandes pesquisadores e pesquisadoras, que são, na verdade, grandes marcos da nossa universidade, não teríamos hoje 26 anos de IC e não seríamos uma universidade também respeitada na Pesquisa e na Pós-Graduação. Estamos aqui, também, para mostrar ao  mundo que somos uma grande universidade, gestada por grandes mulheres”, celebrou a professora.

Tânia Hetkowisk: “mostrar ao  mundo que somos uma grande universidade”

A temática foi escolhida para os eventos com o objetivo de promover reflexões sobre a Ciência no cenário atual, enquanto suporte para o reconhecimento de demandas de um país “que precisa da Ciência para se tornar mais humano em sua integridade”, explicou a gerente de Pós-Graduação, Mary Valda Sales.

“Que este encontro sirva para, além de nos abraçarmos e nos agraciarmos com todos esses sorrisos, que a gente também consiga pensar o conhecimento de uma forma muito mais prudente e emergente, porque precisamos de uma mudança muito urgente”, registrou a pesquisadora.

Gerente de Pesquisa, o professor Eduardo Jorge afirmou que o avanço da Pós-Graduação na instituição é, também, um legado da Iniciação Científica, “que construiu os nossos jovens pesquisadores no método científico e, mais importante, o nosso DNA da UNEB, de promover projetos com impacto social, integrados à extensão universitária. Isso é o que há de mais moderno na pesquisa”.

A abertura do evento contou ainda com apresentação musical do professor da UNEB Fernando Luís Carvalho, que interpretou canções como “Velha Roupa Colorida”, de Belchior.

Desenvolvimento da Ciência

O desenvolvimento da Ciência de Dados, assim como os grandes avanços da Física e da Química, deve-se às convergências que, em seu tempo, fizeram as diferentes áreas dialogarem, mesmo aquelas que aparentemente não conversavam.

Assim, compreende o pesquisador Poty Lucena, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), responsável pela conferência de abertura dos eventos, intitulada “A evolução da pesquisa no Brasil: Ciência de dados na perspectiva histórica”.

Em sua apresentação, disponível ao público, o docente defendeu que o avanço da Ciência, em perspectivas históricas, está associado ao “avanço da sociedade”. De passagem por Antoine Lavoisier, Dmitri Mendeleev, Herman Hollerith, Blaise Pascal, Carl Friedrich Gauss e Alan Turing, Poty ressaltou que a Ciência de Dados está em tudo o que a comunidade acadêmica realiza.

Poty Lucena: “Um dos nossos principais desafios é o compartilhamento de dados”

“Porque na ciência um dos nossos maiores trabalhos é a conformidade dos dados. Qualquer trabalho de pesquisa que fazemos a primeira coisa é buscar referências. A partir delas vamos ter dados para que tenhamos as tendências e que, dentro dessas tendências, possamos dialogar para o desenvolvimento do conhecimento”, explicou o pesquisador.

A conferência foi transmitida pelo canal da TV UNEB no YouTube e contou também com exposições sobre projetos que contaram com as colaborações do professor, a partir das ações da Rede Data Science BR (DSBR), a exemplo da Plataforma Universidade 360º, do Painel do CORONAVÍRUS, do Sistema Coleta e da Plataforma Nilo Peçanha.

Um dos nossos principais desafios é o compartilhamento de dados. Nesse ponto estão muitos dos problemas que atravessamos. Isso acontece principalmente na Administração Pública, porque aqui o desafio é maior, já que tudo o que fazemos tem que ser submetido ao crivo da sociedade”, salientou Poty.

A programação dos eventos segue até a próxima sexta-feira, destaque ainda para uma roda de conversa com líderes de grupos de pesquisa, com a apresentação das repercussões de cada grupo.

Fotos: Ícaro Rebouças/Ascom