Referenciar e valorizar a extensão na UNEB, articulando-a com o ensino e a pesquisa, e ampliar as ações no interior.
Assim podem ser resumidas as maiores metas e conquistas da gestão da universidade na área da extensão nos últimos anos.
“Nosso grande esforço foi no sentido de institucionalizar a extensão na universidade, bem como de garantir que, diante do recuo dos apoios federais, os projetos e ações, de iniciativa de alunos, professores e técnicos, tivessem continuidade. Não há milagres. O que se fez foi uma nova redistribuição da verba disponível. A política de editais garante a transparência e o mérito. Os projetos, programas, eventos e monitorias (de ensino e de extensão) se submetem, dentro da tradição acadêmica, a uma seleção”, conta Maria Celeste Castro, pró-reitora de Extensão (Proex).
Segundo a gestora, iniciativas como essas têm mantido a extensão em todos os departamentos e territórios onde a universidade está presente. “Também essa experiência de gestão, impactada por uma crise política e econômica sem precedentes, modificou a fisionomia da Pró-Reitoria de Extensão, uma vez que os recursos não são mais administrados na Proex, mas disponibilizados diretamente aos departamentos e aos contemplados pelos editais”, afirma.
Maria Celeste ressalta que a pró-reitoria acompanha o andamento de todas as ações, por meio de relatórios produzidos durante o processo e ao final, quando devem ser apresentadas as prestações de contas.
Os números registrados pelo setor, no ano de 2016 até o presente, indicam um aumento significativo das ações. São 1.314 projetos de extensão, concentrados nas áreas de educação, cultura e saúde, além de outros nas áreas de comunicação, direitos humanos, tecnologia e produção.
Bolsas: ampliação e equiparação
A pró-reitora considera a atual política de bolsas como de grande relevância para a comunidade acadêmica. “Porque garante a execução dos projetos e, sobretudo, uma melhor qualidade de vida acadêmica aos nossos alunos. Também ampara e protege contra a evasão, uma vez que essas bolsas, com o aumento dado, auxiliam no atendimento de algumas necessidades básicas dos estudantes”, explica.
O aumento equiparou o valor das bolsas de extensão com o das bolsas de pesquisa. Antes, as bolsas de extensão pagavam R$ 300 mensais, com a equiparação o valor passou a R$ 400.
Quantitativamente também, as bolsas de extensão foram ampliadas: são 350 do Programa de Bolsas de Extensão (Probex) da UNEB; 18 (em 2016) e 46 (2017) para monitoria do programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati); 96 (2016) e 92 (2017) do Programa de Apoio a Projetos de Extensão (Proapex) da universidade.
Universidade para todos
O programa Universidade para Todos (UPT), do governo do estado por intermédio da Secretaria da Educação (SEC), faz parte da modalidade “prestação de serviço”, na classificação da extensão universitária.
“Essa ação, entretanto, por sua identificação como a própria extensão, foi, aos poucos, adquirindo outro caráter na UNEB, tornando-se, hoje, uma ação entre todas as outras que desenvolvemos na pró-reitoria. Essa mudança é resultado de uma nova compreensão do conceito de extensão que implantamos. Porque a universidade não pode ser vista apenas como uma ‘barriga de aluguel’. Entendemos que uma parceria com a UNEB obriga os envolvidos a considerarem a competência acadêmica desta instituição em gerir esses projetos, fazendo uso de todo o conhecimento produzido na academia e aqueles outros herdados e produzidos em sociedade”, avalia Maria Celeste.
No UPT, foram concedidas 1.100 bolsas em 2016 e 1.250 bolsas este ano. São bolsas para alunos da universidade, professores e técnicos administrativos.
Outra parceria importante na área da extensão será a formação de conselheiros tutelares do estado da Bahia e conselheiros dos Direitos da Criança e do Adolescente. Essa ação, que terá início no mês de agosto, é uma parceria da UNEB com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). O projeto objetiva capacitar 2.368 conselheiros em um curso de 200 horas.
Interiorização da extensão
Na avaliação da pró-reitora, a implantação da política de editais revelou o potencial e as necessidades existentes nos campi da UNEB no interior do estado.
“Podemos dizer que houve uma efetiva interiorização da extensão. Muitos projetos ganharam visibilidade pela possibilidade de obter recursos e apoio nos editais. A concorrência ampla e transparente permite que projetos tão diversos e de diferentes campi e departamentos – a exemplo dos projetos ‘Acompanhamento técnico de pequenos aquicultores do município de Xique-Xique’, ‘Sistemas locais e clusters criativos de inovação: fortalecimento da inovação, indústrias e economia criativa, cultura, esporte e turismo na Bahia’, ‘Oficina de criação de material didático no contexto da Lei 11. 645/2008: dispositivos didáticos para o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena’, ‘Juristas leigos no Território do Baixo Sul’, ‘Clube de Ciências em Micologia e Bioética’, ‘Autos judiciais, arquivos culturais: prevenção de patrimônio documental e acesso publico aos acervos judiciais do Polo Regional Acadêmico de Caetité’, ‘Projeto de educação patrimonial: o Território do Alto Sertão da Bahia como espaço de produção do conhecimento’, entre vários outros, possam receber apoio e recursos”, defende Celeste.
Diálogo com princípio
A gestão da UNEB entende que qualquer ação acadêmica nasce do diálogo, “da disposição em ouvir, da generosidade em compreender e da capacidade em aceitar os argumentos que se mostrarem reais e justos”, conforme enfatiza a pró-reitora.
“Nessa busca pelo diálogo, nos aproximamos das instituições públicas de ensino superior da Bahia e de outros estados, das demais pró-reitorias, dos departamentos, colegiados e Nupes (Núcleos de Pesquisa e Extensão)”, diz Celeste.
Resultado dessa aproximação, a curricularização da extensão é considerada uma ação exitosa pela gestora. “A curricularização atende o que determina a Lei 13.005/2014, na meta 12.7, ou seja, o Plano Nacional de Educação (PNE), o qual determina que 10% da carga horaria total do curso corresponda a ações de extensão. Atende também as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior”, ressalta.
“As muitas ações que desenvolvemos no sentido de trazer essas questões para a roda de diálogos promoveram vários encontros, presenciais e por videoconferência, e o aprofundamento de diálogos in loco”, lembra.
Mais avanços em pauta
A pró-reitora destaca ainda outras iniciativas implantadas e que se mostraram promissoras.
A série Diálogos com a Proex realizou seu primeiro encontro discutindo em mesa-redonda a grave crise vivida pela população carcerária no país.
“Essa série tem como objetivo discutir as questões do cotidiano para a vida em sociedade. Os temas nascem dos ecos que nos chegam das ruas, das praças, das salas de aula. A primeira mesa teve como produto de suas discussões a construção de uma linha de pesquisa dentro do programa de mestrado a ser implantado no Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades (CRDH) da UNEB”, antecipa Celeste.
Proex em Ação é uma iniciativa que desenvolve atividades variadas: cursos livres, exposições, palestras, entre outras. “Na primeira edição, estamos oferecendo cursos livres, agora no mês de julho. Serão 12 cursos, entre cursos de idiomas, de flauta doce, de cuidador de idoso e outros”, conta.
Nessa mesma perspectiva, a pró-reitora aponta também a ação Diálogos territoriais: por uma nova política sobre drogas – um olhar racial, uma parceria da UNEB com o Coletivo de Entidades Negras (CEN) e a Open Society Foundations que interioriza as discussões e ações do projeto Observatório Popular de Políticas sobre Drogas. “Nessa dinâmica, demonstramos efetivamente a importância da universidade na sociedade e o fazer extensionista da nossa UNEB”, conclui.
Mais informações:
A Extensão na UNEB – Ações 2016
Outra reportagem desta série:
Série Ação Universitária – PROGRAD
* Com edição da Proex. Imagem (home): Anderson Freire/Ascom