O Centro de Processos Seletivos (CPS) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) informa que, na última segunda-feira (13), publicou o Resultado Preliminar do Processo Seletivo Vestibular 2023, em atendimento ao item 12 do Edital 199/2022 e ao seu cronograma.
A metodologia aplicada pela UNEB, desenvolvida em parceria a Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM), prevê a publicação do Resultado Preliminar, após o processamento dos dados, com a divulgação dos/as candidatos/as habilitados/as, aqueles/as que figuram acima da nota de corte de acordo com a opção de curso escolhido no momento da inscrição.
O CPS destaca ainda que a divulgação do Resultado Preliminar não corresponde à convocação dos/as candidatos/as relacionados/as para os procedimentos de matrícula, o que irá acontecer somente com a divulgação do Resultado Final, com data prevista para o dia 27/02/2023.
A Universidade disponibilizou aos/às candidatos/as, também no dia 13, o Boletim de Notas do Vestibular UNEB 2023, assegurando o direito às informações gerais sobre a participação dos/as vestibulandos/as no processo seletivo. A instituição reforça aos/às candidatos/as que até o dia 15 de fevereiro todos/as poderão, caso assim entendam, realizar a interposição de recursos ao Resultado Preliminar, de forma online, conforme previsto em edital.
No dia 27 de fevereiro, conforme sinalizado pelo Edital do Processo Seletivo Vestibular 2023, será publicado o Resultado Final, onde será apresentada a lista dos/as candidatos/as em ordem decrescente de classificação após o julgamento dos eventuais recursos que vierem a ser interpostos.
A Universidade do Estado da Bahia reafirma a todos/as os/as candidatos/as e à sociedade o seu compromisso com a transparência e a confiança no Vestibular UNEB, consolidado historicamente como um importante instrumento de democratização do acesso ao ensino superior público em todo o Estado da Bahia.
Planejar e definir ações prioritárias para a UNEB em 2023, com vistas ao fortalecimento das atividade acadêmicas e administrativas e o desenvolvimento dos territórios baianos.
Esse foi o principal objetivo da reunião, realizada nos últimos dias 9 e 10 de fevereiro, no prédio da UNEB, no Jequitaia, em Salvador, que contou com a participação de gestores da Administração Central e diretores dos 30 departamentos da universidade.
A proposta foi construir coletivamente uma matriz com ações prioritárias para 2023, que reflita a diversidade dos campi e dos territórios de identidade que abrigam os departamentos da instituição.
O encontro também mobilizou os participantes para a análise dos documentos e metas institucionais e busca dos pontos de integração com o Programa de Governo Participativo (PGP) 2022, do Governo do Estado da Bahia, na dimensão das políticas públicas de educação superior e áreas correlatas.
“A ideia desse encontro foi estimular a participação, a integração das ações, o estreitamento de frentes de diálogos. Foi um processo de planejamento diferenciado porque tocamos a necessidade de pensar as metas institucionais, já definidas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Programa de Gestão, de maneira articulada com as políticas públicas de estado. Pensamos questões acadêmicas e demos encaminhamentos, e fizemos uma incursão no orçamento da nossa universidade definindo juntos as prioridades para 2023”, destacou a reitora.
Adriana Marmori citou a filosofia Ubuntu “eu sou porque nós somos” para reforçar a importância do trabalho conjunto. “Enquanto gestores de uma universidade pública, precisamos nos ater às questões macro, entendendo que elas impactam diretamente às questões locais. A multicampia tem essa riqueza e precisamos estar imbricados com ela, em nossa condição de gestão, para pensarmos a nossa universidade na perspectiva da regionalização e fortalecimento dos territórios de identidade”, frisou.
Programação estratégica
A programação iniciou com uma mesa temática mediada pela reitora, intitulada Integração de Políticas Públicas para a Educação Superior e o papel da UNEB: PDI 2023 – 2027, Programa de Gestão 2022 – 2025, PGP 2023-2026. A atividade contou com a participação da pró-reitora de Planejamento (Proplan), Lídia Boaventura, do secretário especial de Avaliação Institucional (Seai), Ivan Novaes, e do coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) do Governo da Bahia, Edson Valadares.
Na apresentação, Lídia lembrou que planejamento é processo, uma atividade contínua, em constante revisão e atualização. “Estamos priorizando as ações que serão realizadas em 2023, buscando coadunar com ações implementadas no estado para que a universidade possa exercer a sua função social com mais força”, detalhou.
O coordenador do Codes foi convidado para apresentar aos gestores da UNEB o Programa de Governo Participativo 2022.
“O programa de governo é o compromisso com a sociedade. Com base nele que as políticas públicas serão elaboradas. A sociedade quer participar, quer dar opinião. Quanto mais participativa, mais democrática é uma gestão. Fico feliz em ver que o trabalho da UNEB já existe uma cultura organizacional de alinhamento, articulação com as políticas públicas. Será um prazer trabalhar com vocês no fortalecimento desse processo”.
O gestor apresentou de modo aprofundado o processo de construção do programa de governo, destacando a ampla participação da sociedade, e frisou as prioridades da gestão, como: o Programa Bahia sem Fome; Geração de Emprego e Renda; Protagonismo Juvenil. Valadares destacou ainda todos os projetos do campo da Educação previstos no PGP.
Construção da matriz do planejamento
No turno da tarde, foi realizada uma atividade em grupo cujo objetivo foi reunir proposições das políticas públicas territoriais, em articulação com as com macro políticas, visando o desenvolvimento regional.
A iniciativa foi coordenada pela vice-reitora, Dayse Lago, e pelo assessor chefe da Reitoria, Sérgio São Bernardo.
“Os diretores foram organizados em nove grupos de trabalho, formados por proximidade geográfica, de acordo com os territórios onde os campi estão inseridos. O objetivo foi que, a partir do diálogo, identificassem ações prioritárias vinculadas aos departamentos que contribuam com o desenvolvimento regional, em articulação com o Programa de Governo Participativo. O resultado foi muito positivo, as proposições serão estudadas pela Equipe Central de Gestão para avaliação da viabilidade e, posteriormente, apresentadas ao governo do estado”, detalhou a vice-reitora.
Sérgio São Bernardo pontuou o resultado positivo no encontro: “Pensamos grandes ações de forma integrada, entre a administração central e os departamentos, visando o desenvolvimento territorial e concedendo maior pujança ao nosso planejamento interno. Avalio que a Reitoria deu um passo positivo na descentralização, valorizando e estimulando a autonomia, mas sem perder a integração da universidade”, disse.
Descentralização e colaboração
Os diretores de departamento elogiaram a metodologia proposta para a construção do planejamento 2023, destacando a descentralização das ações e a colaboração multiterritorial.
“Esse diálogo é importante porque nos concede a oportunidade de conhecer as nossas diferenças e similitudes, permitindo que a universidade potencialize os territórios na dinâmica da graduação, da extensão, da pesquisa, da oferta de cursos. Já desenvolvemos aqui muitas ações que coadunam com o programa governo, nesse sentido, a universidade pode atuar como impulsionadora, incubadora de projetos e ações que vão desenvolver os territórios e isso, sem dúvidas, é um grande ganho para a instituição e para a Bahia”, elucidou Vinicius Santos, diretor do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII, em Paulo Afonso.
Izabel Cristina Dias, diretora do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) do Campus XXI, em Ipiaú, avaliou como adequada a metodologia adotada para construção do planejamento.
“A metodologia adotada pela equipe de gestão central foi muito eficiente, uma vez que oportunizou a construção do planejamento da universidade de maneira participativa, colaborativa, sem perder de vista as particularidades de cada campus, de cada território. Os diálogos durante o encontro permitiram que nós pudéssemos acessar as demandas e os potenciais de cada lugar para traçarmos ações prioritárias de modo articulado”, afirmou a diretora.
Para Nelson da Silva, diretor do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) do Campus XXII, em Euclides da Cunha, essa metodologia de planejamento participativo é fundamental no contexto de uma universidade multicampi como a UNEB.
“Esse movimento de planejar dentro do coletivo descentraliza o debate, promove o diálogo multiterritorial e permite o enlace de ações, projetos, programas. Das discussões e dos relatos de experiências locais, surgiram propostas e demandas regionais que visam fortalecer a universidade e contribuir com o desenvolvimento dos territórios”, destacou o diretor.
Nesta sexta-feira (10), a programação foi conduzida pela reitora, e contou com a participação especial do diretor do Departamento de Educação (DEDC) do Campus XIV, em Conceição do Coité, Adriano Eysen, que declamou o poema O Navio Negreiro, de Castro Alves.
As atividades tiveram como objetivo orientar os diretores sobre questões diversas da rotina acadêmica e administrativa. Foi um momento de alinhamento com os setores da administração central e de encaminhamentos institucionais.
A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) vai ofertar 1.285 vagas e 550 sobrevagas na edição 2023.1 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o Edital Sisu/UNEB 2023.1, as oportunidades estão distribuídas em 106 opções de curso, na modalidade graduação presencial, com ingresso previsto para o primeiro semestre letivo deste ano. As inscrições devem ser realizadas de 16 a 24 de fevereiro, no site do sistema.
Os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022 que obtiveram nota acima de zero na prova de redação e não participaram da edição como “treineiro” poderão concorrer a uma das vagas, em até duas opções de cursos, em ordem de preferência.
Finalizada a inscrição, o SISU selecionará automaticamente os candidatos classificados, de acordo com a nota do Enem 2022. Para os pleiteantes a vagas na UNEB, informações complementares podem ser encontradas no endereço: sisu.uneb.br.
A UNEB reserva 40% das vagas para candidatos negros optantes pelas cotas (veja critérios no edital) e 5% de sobrevagas para indígenas; quilombolas; ciganos; transexuais, travestis e transgêneros; pessoas com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades. Cada grupo contará com essa porcentagem em todos os cursos.
Os candidatos poderão inscrever-se em até duas opções de vaga, especificando, em ordem de preferência, as suas escolhas de instituição de educação superior (IES), local de oferta, curso e turno, e a modalidade de concorrência.
O resultado será divulgado no dia 28 de fevereiro, no site do Sisu. Entre os dias 28 deste mês e 8 de março, os estudantes que não foram selecionados na chamada regular, em nenhuma das opções, podem manifestar o interesse em participar da lista de espera.
Em especial, esta edição homenageia a professora da UNEB Maria Elizabeth Souza Gonçalves, falecida em junho de 2022. Lotada no Departamento de Educação (DEDC) do Campus VII da UNEB, em Senhor do Bonfim, Betinha (como era mais conhecida) era membro da Redap e uma das fundadoras da iniciativa.
Betinha participou de todas as edições
A homenageada participou de todos os números da publicação e seguiu, em memória, entre os organizadores do volume atual. O DEDC é também representado na organização pela professora Ivânia Paula Freitas Sena, que ainda é responsável por um dos capítulos.
“A larga experiência de Betinha, sobretudo, na gestão da Secretaria de Educação de Campo Formoso, foi essencial para que construíssemos um caminho de pesquisa a partir do diálogo direto com a Educação Básica. Realizamos mais de 20 mesas de discussão, entre 2017 e 2019, quando decidimos lançar a primeira publicação que deu origem à Redap e à Coletânea Diálogos Críticos. A professora Elizabeth atuava de forma militante na rede. O tema do desse volume que estamos lançando foi idealizado por ela. Quando ela repentinamente nos deixou, demos continuidade ao livro que está impregnado da sua coragem e dedicação. Beth, presente!”, ressalta Ivânia.
Intitulado “Ensino Remoto no Periodo de Isolamento Social; saldo e sinalizações para a luta contra a precarização da educação”, o artigo número 2 da edição é de autoria da docente e do pesquisador Átila de Menezes, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
A UNEB é responsável ainda pelo capítulo 7, “Expressando as vozes dos estudantes da escola do campo: por um currículo contextualizado no semiárido”, dos docentes Carmélia Aparecida Silva Miranda (DEDC) e Fredson Rodrigues de Araújo, do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus IV, em Jacobina.
A Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública foi fundada em 2018 e lança, ao menos, um volume da publicação anualmente. A iniciativa consiste em um coletivo formado por professores e pesquisadores da educação básica e superior, que assumem o compromisso de fortalecer as teorias e práticas contra hegemônicas no campo educacional brasileiro.
O grupo possui o objetivo de reunir e disseminar estudos, práticas e indagações que contribuam para a elucidação dos rumos das políticas educacionais no Brasil, sobretudo, no campo do currículo, da formação de professores, gestão e avaliação. E, ao mesmo tempo, mobilizar os sujeitos envolvidos com o campo educacional no Brasil.
A Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) e a Unidade de Desenvolvimento Organizacional (UDO) informam que, nos dias 9, 10, 11, 12 e 13 de fevereiro, o módulo de sistematização de projetos do Sistema de Planejamento e Gestão Universitária (SPGU) estará disponível apenas para manutenção de cadastro dos projetos no ano de 2022.
Tal procedimento se faz necessário para que os docentes possam concluir o cadastro dos seus projetos em 2022 e, assim, importá-los para o exercício de 2023. O cadastro de projetos para o exercício de 2023, incluindo o recurso de importação, retornará no dia 14 de fevereiro.
Comunidade universitária doou presentes para o balaio da universidade e participou ativamente dos festejos
Flores, presentes e mimos ao mar, logo cedo, dedicados a Yemanjá. Momentos de demarcação de fé e resistência, de preces individuais ou coletivas, ao sabor dos reencontros no Rio Vermelho, em Salvador.
Reitora participou junto à comunidade unebiana
Assim, desde as primeiras horas do dia 2 de fevereiro, o bairro recebeu a comunidade da UNEB para a festa da Rainha do Mar. De branco, e estampando o nome da instituição no peito, gestoras, discentes, técnicos e professores estiveram em comunhão para participar dos festejos.
“Esta é uma grande festa, única e exclusiva das religiões de matriz africana, na qual a universidade precisa estar presente, demarcando o respeito às crenças, reiterando a importância da fé, por um mundo que faça frente a todo o tipo de intolerância religiosa”, ressaltou a reitora da universidade, Adriana Marmori, que acompanhou toda a participação institucional na celebração.
Após dois anos de interrupção por imposição da pandemia da Covid-19, em 2023 a Colônia de Pescadores do Rio Vermelho completou 100 anos de realização da tradicional festa.
Professor Pedro reafirmou compromissos da UNEB
A participação institucional da UNEB foi organizada pelo Gabinete da Reitoria, representado pelo chefe de gabinete e pela assessora especial, professores Pedro Daniel e Rita Carvalho, respectivamente, com apoio da Pró-Reitoria de Administração (Proad).
“É muito bom ver a participação da UNEB, nesta grande manifestação de fé! Reafirmamos o nosso compromisso com as tradições culturais e a religiosidade do povo baiano, nessa participação significativa da comunidade unebiana”, destacou o chefe de Gabinete.
Professora Rita cuidou com atenção dos presentes
Rita Carvalho destacou o papel da universidade no respeito e valorização de todas as religiões.
“Esse é um momento ímpar para a comunidade unebiana que, com sua participação, demarca o lugar da universidade no respeito a todas as religiões. O balaio da UNEB foi preparado com muito cuidado respeitando os fundamentos e utilizando materiais biodegradáveis. A comunidade acadêmica participou preenchendo-o com presentes e boas vibrações, até a sua consumação nas águas do mar. Agradecemos e reverenciamos juntos a energia da Grande Mãe Iemanjá”.
Vice-Reitora agradeceu à Rainha do Mar
De acordo com a vice-reitora, Dayse Lago, a UNEB se reuniu para agradecer, “para celebrar e pedir, também, abundância. Assim como os pescadores pedem pelos peixes, que a gente também peça pelo amor, pela prosperidade e pela paz no nosso estado e no nosso Brasil”.
Filha de Oyá, a servidora Cida Souza registrou toda a deferência e amor que sente pela “mãe Yemanjá” e explicou que durante esse século as pessoas foram se associando aos festejos, independentemente da religião.
“É fundamental que a universidade, uma academia pública, se integre à população nesta festa. É importante para nós, do Candomblé, que todo este momento e a ampla participação seja vista com naturalidade, para que dialoguemos em especial lugar para o respeito”, afirmou a unebiana.
Da UNEB para Yemanjá
Cida: especial lugar para o respeito
Para a participação institucional, os preparativos foram iniciados há dias. A comunidade universitária realizou doações para o balaio que foi oferecido à Rainha do Mar. Responsável pela confecção da cesta e organização dos presentes, a servidora Marina Marques, da Assessoria de Comunicação (Ascom), acompanhou de perto todas as etapas, até o aceite pelas águas.
“Com muito prazer tenho colaborado com um toque de design a mais na elaboração do balaio, mas, sem perder nunca a pegada do axé, que é o mais importante. Para a oferenda, utilizamos somente produtos rústicos, sem nenhum material que pudesse agredir a natureza e a vida marinha”, explicou a designer da Ascom.
Marina: toque de design ao balaio da UNEB
Até o último momento, os presentes foram perfumados pelos unebianos e outros mimos foram adicionados. Exemplo disso, foi a oferenda especialmente feita pelo servidor Rozin Daltro, da Gerência de Apoio à Cultura e às Ciências (GACC) da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), que também compôs a cesta.
“Yemanjá é a mãe de todos e viemos saudar, para abrir o ano da Bahia e que possamos seguir firmes. Para a gente que é candomblecista, estar nesta festa tradicional, que faz parte da identidade do povo baiano, do povo de matriz africana, é um momento especial, de muito amor, no qual pedimos proteção”, afirmou Rozin.
Rozin: universidade reafirma poder do povo
O servidor salientou ainda que a UNEB, enquanto “universidade plural, diversa e democrática, estar aqui, defendendo essa causa importante, contra a intolerância religiosa, demonstra que ela está junto e reafirmando o poder do povo e das tradições populares”.
Festas para as divindades dos rios e das águas existem em diversos países das américas e da África, em diferentes momentos do fim ou do início dos anos. Com data fixa no 2 de fevereiro, os festejos para Yemanjá nasceram no Rio Vermelho, e é quando os pescadores fazem as suas ofertas à Rainha do Mar e pedem proteção e abundância.
Professora Izabel de Fátima Cruz Melo, autora do livro, conversou com público. Fotos: Reprodução
A Editora da UNEB (Eduneb) em apoio à Cinemateca da Bahia lançou presencialmente, ontem (31), o livro Cinema, circuitos culturais e espaços formativos: novas sociabilidades e ambiência na Bahia (1968-1978), de autoria da professora Izabel de Fátima Cruz Melo, na Sala Valter da Silveira, no bairro dos Barris, em Salvador.
Pesquisadora confraternizou com convidadas
O evento contou com a participação de artistas do audiovisual baiano e pesquisadores da história do cinema. A ocasião também fechou o mês de reabertura oficial da sala de exibição pública e que recebe o nome de uma das figuras pesquisadas no livro, o cineasta Valter da Silveira.
A Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult) participou do lançamento, representada pela Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Dimas/Funceb), dando apoio ao documento de resgate histórico das Jornadas de Cinema, que está disponível ao público desde o dia 5 de dezembro de 2022.
UNEB lança campanha “Visibilidade Trans: Eu Existe, Eu Resisto”. Arte de Anderson Freire/Ascom
“Eu aprendi a lutar na força do ódio”. “Sei o quanto o meu corpo representa, mas, ele incomoda”. “A dor é necessária, mas, o sofrimento não. E esse sofrimento eu não quero nutrir na minha vida”. “A dor me engajou para estar aqui hoje”.
Essas poderiam ser palavras destes que vos escrevem, mas, não são. Poderiam ser suas (e talvez sejam), mas, há fortes imposições estatísticas que nos mostram um cenário improvável. E essas constatações são motivadas pelas violências que persistem. Essas são frases que usualmente não recebem crédito, não possuem vez e, portanto, não tocam muitos e muitas.
Ciente dessa realidade perversa, e frontalmente contrária às diferentes formas de preconceito e opressão, a UNEB participa do Mês de Visibilidade Trans e, com deferência, traz esses desabafos e outras reflexões da discente Thiffany Odara, do Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduc) da instituição.
Thiffany Odara: “Sei o quanto o meu corpo representa, mas, ele incomoda”
Pedagoga e mestranda, ela é uma mulher trans, ialorixá e autora do livro “Pedagogia da Desobediência: Travestilizando a Educação”. Na última sexta-feira (27), foi lançado o primeiro episódio da terceira temporada do podcast “Fala, Balbúrdia!”, da universidade, que contou com protagonismo de Thiffany e com o tema “Visibilidade Trans: Eu Existo, Eu Resisto!” (ouça aqui na íntegra).
“A gente sabe que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, e que antes dessa morte existe um processo em que essas pessoas são colocadas em situação de vulnerabilidade. Como a assistência social do Brasil está para essa população? Não tem! Até então, o governo nunca colocou as pessoas trans no censo, é importante para se refletir, porque isso gera políticas públicas, que só acontecem com números”, destaca a convidada.
Ela reforça que os poucos números que se têm sobre a vida dessas pessoas seguem sendo levantados por associações e entidades como a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que em seu último relatório anual apontou que, pelo décimo quarto ano seguido, o país é o que, de fato, registra mais assassinatos contra essa população em todo o planeta.
A maior parte das vítimas tinha entre 18 e 29 anos, sendo o Nordeste o mais violento do país. Em 2022, 40,5% dos casos de homicídio foram computados na região. Enquanto isso, a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil segue na faixa dos 35 anos. Esses são alguns dos dados que motivam as constatações iniciais deste texto.
Para além do impacto da insegurança pública para essas pessoas no país, Thiffany frisa que apenas profundas crises éticas, políticas e sociais foram capazes de visibilizar a saúde e a vida trans e travesti: “tem uma frase da Keila Simpson, que está no livro Pedagogia da Desobediência, que diz que a Aids praticamente pare o movimento de travestis, porque é no boom do HIV/Aids que o estado é encurralado para pensar mesmo o que ele vai fazer com essa população”.
Corpos que educam e deseducam
“A violência no Brasil para pessoas trans e travestis não acontece só de maneira física, mas, simbolicamente, diariamente. Precisamos inserir as pessoas trans não só nas nossas pesquisas acadêmicas, mas, elas precisam ocupar espaços estratégicos, que nos permitam participar da elaboração das políticas públicas, produzir conhecimento”, avalia Thiffany, ao tempo em que celebra a assunção da Secretaria Nacional dos Direitos da População LGBTQIA+ por Symmy Larrat.
Thiffany: Travestilizar a Educação é transgredir
O discurso da pesquisadora se associa à sua defesa intelectual do conceito da “pedagogia da desobediência”, em uma conjuntura na qual estima-se que cerca de 70% das pessoas trans não concluiu o ensino médio e que apenas 0,02% encontram-se no ensino superior, de acordo com o último levantamento da Antra sobre o tema.
“É a luta da travesti pelos não lugares para os quais somos empurradas. A gente precisa entender que o corpo das travestis é um corpo que educa, e é um corpo que pode deseducar esse sistema, que é de exclusão social. Então, a pedagogia da desobediência é essa proposta de pensar uma nova proposta de educação que inclua não somente as travestis, mas, que possa incluir todos e todas aqueles e aquelas que são excluídos e desfavorecidos por esse sistema escroto e falido, pensado a partir de uma ordem colonial, cis, heterossexual e eurocêtrica”, explica.
Thifanny ingressou no curso de Pedagogia ofertado pelo Campus Avançado da UNEB, em Lauro de Freitas, em 2011, a instituição consolidou, após aprovação do Conselho Universitário (Consu), instância máxima deliberativa da universidade, o uso do nome social pela comunidade três anos depois.
“Quando acessei, não tinha nome social. Entrei utilizando o nome pelo qual eu não me reconhecia. Não estou só criticando, mas, é para a gente refletir. Porque sei que estamos em uma nova gestão, mas, eu estou falando de 2011, e olhe quanta coisa melhorou, avançou na UNEB, muitas coisas. Mas eu estou trazendo uma reflexão porque as vezes a gente não se dá conta, está tão inserido na gente”, salienta a atual mestranda.
Com histórico de engajamento de todos os segmentos da comunidade universitária para a consolidação de políticas institucionais de Ações Afirmativas, a UNEB possui vocação para a inclusão.
Em 2014, a partir da Resolução Nº 1.094 do Consu, aprovou a utilização do nome social para reconhecimento da identidade de gênero no âmbito da universidade, e consolidou a própria Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf), através da Resolução Nº 1023/2014, do mesmo conselho.
Marco: “A forma como você se trata, é o seu reconhecimento enquanto ser social”
O processo contou com a participação de diversos pesquisadores dos diferentes departamentos da instituição, como da equipe do Centro de Estudos em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade (Cegres/Diadorim), conforme explica o professor Marco Simões:
“O Diadorim já vinha discutindo proposta para implantação do nome social em 2012. Mas o debate se acentuou em 2013, quando o CEE formula a Resolução 120/2013, que dispõe sobre inclusão dos nomes sociais das estudantes travestis e transexuais nos registros acadêmicos nas instituições do Sistema de Ensino do Estado da Bahia. Então, em 2014, o Diadorim encampou essa proposta e encaminhou essa resolução para o Consu”, conta o docente da instituição.
Sobre a importância dessa matéria, o pesquisador destaca que o nome é a própria representação dos sujeitos, “a forma como você se trata, é o seu reconhecimento enquanto ser social. Então, reconhecer a forma como os sujeitos trans e travestis reinvidicam para si, é reconhecer esses sujeitos políticos, a sua existência e o seu direito a um tratamento justo e digno no âmbito da nossa instituição”.
Em 2018, em nova ação de vanguarda, a UNEB e o seu Conselho Universitário aprovaram a ampliação do Sistema de Cotas para contemplar, com sobrevagas, novas populações histórica e socialmente excluídas, dentre elas, pessoas trans e travestis.
“A UNEB é uma universidade democrática e qualificada, mas que, acima de tudo, busca acolher e garantir o acesso de uma série de grupos e segmentos que foram social e historicamente excluídos, nós somos uma universidade de todos, do povo, de todos e todas as baianas, independente da sua cor, da sua orientação sexual e etnia, nós somos uma universidade da inclusão”, afirma Marco.
No último dia 6 de janeiro, outra ação institucional conferiu maior precisão às possibilidades de uso do nome social na vida acadêmica e funcional da comunidade universitária.
Adriana: “Garantia de direitos e o incansável combate às violências”
“Possuímos o compromisso, enquanto gestão e sociedade, de cuidar da UNEB e das pessoas que dela participam, que a transformam e são transformadas por ela. É fundamental garantir o ingresso e a permanência qualificada de pessoas trans, travestis e transgêneras, e seguir pautando uma mudança atitudinal em todos os nossos espaços, dentro e fora do Janeiro de Visibilidade Trans, para a garantia de direitos e combate às violências”, afirma a reitora da UNEB, professora Adriana Marmori.
A gestora, que também participou de diversos debates sobre Ações Afirmativas na instituição enquanto conselheira e, agora, presidente do Consu, salienta que um programa de formação específico para a valorização da diversidade e combate às discriminações dentro da universidade está em processo avançado de construção e deve ser submetido para apreciação do conselho neste ano.
Pró-Reitor de Ações Afirmativas (Proaf) da UNEB, Marcelo Pinto informa que de acordo com os registros acadêmicos, em agosto de 2022, 67 estudantes da instituição são travestis, transexuais e transgêneras.
Marcelo: garantir reserva de bolsas e oportunidades nas ações intitucionais para essas pessoas
O gestor garante que continuarão sendo empreendidos esforços institucionais para garantia mínima das bolsas do Programa AFIRMATIVA e das oportunidades em todos os outros editais ou atividades que a Proaf vá gerenciar para essas discentes.
O Mês da Visibilidade Trans é celebrado anualmente em janeiro, com especial destaque ao dia 29. A data é motivada por uma mobilização ocorrida em 2004 na Câmara dos Deputados, por meio da campanha “Travesti e Respeito” – liderada por ativistas da comunidade trans em parceria com o Ministério da Saúde.
As ações em alusão à data buscam promover debates e mobilizar a sociedade para a importância da visibilidade, representatividade e luta por acesso à saúde, à educação, à geração de emprego e renda e ao enfrentamento ao preconceito e à discriminação.
Texto: Danilo Oliveira e Danilo Cordeiro Fotos: Ascom/UNEB e Acervo Pessoal
A publicação tem o propósito de colocar em evidência a participação fundamental da Bahia e dos baianos no processo de independência do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa.
Participam autores e pesquisadores, que possuem no mínimo o título de mestrado, vinculados à UNEB ou a outras instituições, com resultados de pesquisas originais e inéditas sobre a Independência na Bahia, relacionados a alguns dos aspectos: história social; cultural; econômica; política; religiões; escravidão; gênero; representações relativas a festividades comemorativas da independência e a figuras como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa.
A Associação de Ex-alunos (Unex) da UNEB está com vagas abertas para os cursos de língua inglesa e espanhola, voltadas aos interessados a partir de 11 anos.
As vagas são para aulas às segundas e quartas ou terças e quintas ou sextas-feiras. O estudante poderá optar pela modalidade remota, com aulas ao vivo em contato direto com o professor, ou presencial, com aulas no Shopping Cabula Master.
O valor do curso, que pode ser parcelado em até cinco vezes no cartão de crédito, é de R$ 550 para as turmas presenciais e R$ 480 para as remotas.
As inscrições podem ser feitas através do Whatsapp (71) 99294-1240 ou presencialmente na sede da Unex, no Campus I da UNEB, próximo à Biblioteca, de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h, e aos sábados, das 8h30 às 15h30.
Os materiais didáticos são vendidos separadamente e custam R$ 220 (Inglês) e podem ser parcelados em até duas vezes no cartão de crédito. As inscrições estarão disponíveis até o preenchimento total das vagas.
Os interessados que possuem contato com o idioma podem agendar teste de nivelamento presencial gratuitamente.