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Ascom Entrevista: Núbia Reis “A geopolitização da vacina indica a ausência dos direitos humanos como padrão normativo nas decisões sobre a pandemia”

 

Núbia Reis, cientista social

A Assessoria de Comunicação (Ascom) convidou a professora da UNEB Núbia Reis, cientista social, especialista em ciências políticas, sociologia e direitos humanos para um bate-papo reflexivo sobre a condição humana em tempos pandêmicos, com destaque para as graves e frequentes violações dos direitos humanos durante a tragédia sanitária que vivemos atualmente, sobretudo, no Brasil.

Nesse bate-papo, Núbia aborda dilemas éticos contemporâneos, que perpassam a geopolitização da vacina, vigilância social digital e o isolamento nacionalista das grandes nações frente a essa crise societária universal.

Essa entrevista é um convite à reflexão sobre os desafios para garantia dos direitos humanos em tempos pandêmicos.

Assessoria de Comunicação (Ascom): A pandemia nos colocou frente a frente com diversos dilemas éticos. A vigilância dos cidadãos é um exemplo polêmico. Os governos estão usando o vírus como cobertura para introduzir uma vigilância digital invasiva ou generalizada, como é o caso da China, que utiliza o sistema de vigilância de dados para rastrear cidadãos online e offline. Que avaliação você faz desse cenário? Perigo à vista ou solução estratégica de combate ao vírus?

Núbia Reis: A vigilância social digital não é uma novidade trazida pela pandemia nem é uma exclusividade do governo chinês. Mesmo antes da pandemia, ela era amplamente utilizada como recurso político estratégico e isso independe se o regime político é mais ou menos democrático. De maneira geral, todos os países centrais e, em alguma medida os periféricos, usaram do expediente da vigilância digital para o controle sanitário da disseminação do vírus dentro e fora das suas fronteiras. Israel, por exemplo, anualmente gasta bilhões de dólares com vigilância digital ultrassofisticada como estratégia para a sua segurança, bem como para controle no comportamento dos seus cidadãos na pandemia. Aqui em Salvador, a prefeitura controla a disseminação do vírus a partir de câmeras termais instaladas na estação de transbordo. A economia política de vigilância se situa na tênue fronteira entre os direitos individuais e os direitos coletivos e difusos. Não é uma equação fácil de resolver. Ainda que possa ter fins coletivos, seus excessos são de difícil controle público e violam frontalmente os direitos individuais.  Por isso, os defensores dos direitos humanos reivindicam um esforço global para o controle civil e político, em nível  nacional e transnacional, do uso desses dados para outros fins que não ultrapassem o controle da pandemia.

ASCOM: Pensando em nosso futuro pós-pandemia, qual o impacto dessas ações na manutenção direitos humanos?

Núbia Reis: Bom, eu acho que pós-pandemia é ainda um lugar distante. Eu penso na proteção dos direitos humanos no aqui e agora. A OMS tenta assegurar acesso às vacinas e aos equipamentos de proteção para os países periféricos e mais pobres. A possibilidade de quebra de patente é uma luz no fim do túnel. A questão que se apresenta é qual a efetividade e eficácia dessas ações em curto e médio prazo, pois o vírus parece não respeitar o binômio tempo/espaço da ação política. A resposta a essa questão me parece ser indicativa da “manutenção” dos direitos humanos como marco civilizatório.

ASCOM: A pandemia pode ser um marco importante na história da vigilância?

Núbia Reis: Eu não colocaria nestes termos. A pandemia é um evento que potencializou a vigilância, mas ela já fazia parte da nossa realidade social de muito tempo. Não podemos esquecer o vazamento de documentos e informações confidenciais (inclusive da ex-presidente Dilma foi uma alvo) pelo WikiLeaks  e as denúncias de Snowden sobre o sistema de vigilância global da NASA dos Estados Unidos. Nós deixamos registros digitais mesmo quando não acessamos diretamente computadores ou smartphones. O mais grave nessa história é que esses dados, além de não ter controle estatal ou civil, eles foram usados para definir realidades políticas como as eleições de Trump nos Estados Unidos, em 2016.

ASCOM: Outro dilema ético manifesto é a geopolitização da vacina. Interesses comerciais, disputas históricas entre laboratórios e grandes potências econômicas mundiais. O cenário é caótico e hostil. Os países mais ricos e com maior acesso a tecnologia garantiram logo as suas doses.  Assistimos, por exemplo, nações como o Canadá, ostentar cinco vezes mais doses de vacina do que o necessário para vacinar seus habitantes, enquanto países mais pobres definham e apresentam números alarmantes de óbitos por Covid-19. Do ponto de vista dos direitos humanos o que isso significa?

Núbia Reis: Por um lado, indica a ausência dos direitos humanos como padrão normativo, sociorrelacional e ético-político nas decisões sobre a pandemia. Por outro, é uma excelente oportunidade para testar o poder social dos direitos humanos como pilar civilizatório. Os países centrais que controlam os investimentos, a produção e a distribuição das vacinas têm uma excelente oportunidade para provar que os direitos humanos não são meros recursos retóricos normativos, políticos e morais.

ASCOM: Você acha possível vencer esse vírus com essa postura de isolamento nacionalista ou a cooperação solidária seria o caminho?

Núbia Reis: Racionalmente, todos os caminhos apontam que a cooperação solidaria seria a melhor via para vencer a pandemia. No plano político e pragmático, temos muitos interesses em jogo que não podemos reduzir a um “isolamento nacionalista”. Neste caso, os interesses econômicos sobrepõem claramente os interesses sociais. Mas, a dinâmica do vírus é um teste para a sobrevivência do sistema neoliberal e seu fetiche pelo mercado como  “agência” política e social.

ASCOM: Sei que é impossível prever o que virá, mas, considerando a sua área de estudo e empirismo, quando você fecha os olhos e pensa no futuro, o que vê?

Núbia Reis: Olhando para o Brasil, que e a realidade que vivo, eu vislumbro que teremos muito trabalho para a reconstrução dos direitos humanos como um pilar civilizatório. No caso da pandemia, nós temos o negacionismo, a descrença na ciência, pouco investimento em tecnologia; redução do financiamento das universidades; indicação de medicamento de eficácia não comprovada para tratamento precoce da doença; a compra tardia e insuficiente da vacina pelo governo federal em uma pandemia que já matou quase 450 mil brasileiros (até o presente momento). Por outro, é possível observar um desmonte institucional e um ataque discursivo de autoridades relevantes na cena política na tentativa de ressignificação dos direitos humanos em padrões poucos democráticos e pouco inclusivos. Neste cenário, os grupos historicamente vulnerabilizados – mulheres, negros, LGBTQIA+, indígenas, defensores dos direitos humanos e do meio ambiente etc. – têm seus direitos atacados, bem como vivemos sob os auspicio de uma narrativa da ditadura militar como uma revolução social. Enfim, temos muito trabalho pela frente.

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Núbia Reis (ver currículo lattes) é fonte da nossa primeira edição da Reportagem de Capa Pandemia e condição humana: que futuro estamos desenhando para a humanidade?. Já conferiu? Clica aqui e nos acompanhe nessa jornada reflexiva sobre o desenho civilizatório que estamos rascunhando para o nosso amanhã.

Pandemia e condição humana: que futuro estamos desenhando para a humanidade?

Wânia Dias

O mundo, tal qual conhecíamos, está mudando.  Após mais de um ano sobrevivendo à pandemia da Covid-19, se tornou impossível contar quantas vezes ouvimos ou pensamos sobre isso. Trata-se de uma afirmação recorrente que, ao mesmo tempo em que nos enche de esperança sobre uma possível novidade salvadora, nos coloca sob o manto nebuloso do desconhecido.

Em poucos meses, praticamente toda a nossa estrutura de vida em sociedade se transformou.  Práticas, hábitos, relações. Tantas palavras e expressões, antes pouco usadas, hoje se tornaram vocabulário cotidiano: toque de recolher, lockdown. Ensino remoto, home office, Call. Saturação, PCR, ventilação mecânica.

Estamos experimentando mudanças estruturais não apenas em nossos alicerces sociais, mas, sobretudo, em nossa condição humana. O quadro, de tão inesperado e imprevisível, nos remete às cenas mais sombrias dos clássicos filmes apocalípticos. Mas é tudo real! Muito real!

E, enquanto tudo isso acontece, buscamos respostas do âmbito mais prático da vida: o que fazer?  Como trabalhar? Como estudar?  E também do âmbito das subjetividades: quem sou? Qual a minha missão nesse mundo? O que isso tudo quer nos dizer?

Luciano Santos, filósofo

São pensamentos individuais, unilaterais que, se analisados de modo mais amplo, refletem o posicionamento das grandes nações, que estão tratando de modo isolado essa que é uma crise societária universal. Cada país cuidando dos seus, sem olhar para o todo, promovendo ações que desaguam em múltiplas agendas reacionárias, atrapalhando a coordenação unificada da crise.

No cerne dessa luta a la “cada um por si” temos a geopolitização da vacina que é agravada pelo desgoverno de alguns países, o perigoso aprimoramento das ferramentas de vigilância, a pretexto do combate à pandemia, e a virtualização de emergência, que agora baliza o modus operandi das nossas rotinas.

O que tudo isso significa para a condição humana e nossos processos civilizatórios?

A condição humana em tempos pandêmicos

A grave crise societária provocada pela pandemia nos obrigou a desenvolver ações de forma apressada para dar conta da celeridade e imprevisibilidade da atuação do vírus. Passamos a pensar em como superar a ameaça imediata, desconsiderando os desdobramentos de tais decisões no futuro que se avizinha, no mundo que habitaremos quando a tempestade passar.

Decisões que antes levariam anos de deliberações são rapidamente aprovadas. Tecnologias imaturas, como as utilizadas no ensino remoto, por exemplo, são inseridas em nosso cotidiano, porque os riscos de não se fazer nada são ainda maiores.

Para o filósofo Luciano Santos, o constante estado de emergência em que estamos vivendo aponta para uma pane na nossa ordem civilizatória.

“Me parece que a proliferação desses estados de emergência está a nos dizer que há uma situação planetária de pane na ordem civilizatória que nos rege, a qual chamamos de globalização. Essa pane no sistema, com todas as séries de emergências que ela suscita, deve radicalizar uma discussão sobre quais as prioridades que cabem ao Estado nesses contextos emergenciais. E é evidente que, no caso específico do Brasil, onde nós vivemos numa situação praticamente de anomia, quer dizer, de sistemática deserção do governo, essa questão se torna extremamente crucial. Retomar a responsabilidade do Estado como gestor da ordem pública é uma questão de sobrevivência coletiva”, destacou Luciano Santos.

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Contudo, lidar com essa condição contínua de emergência e tudo o que ela traz como consequência, é apenas um dos dilemas que a humanidade enfrenta nesse mundo pandêmico. A reboque da crise, surgem agendas reacionárias das mais diversas categorias. Uma delas, a mais polêmica talvez, é a vigilância digital dos cidadãos, justificada pela necessidade de controle da disseminação do vírus. Um labirinto da ética, que nos coloca de frente a uma equação difícil de resolver: direitos individuais X direitos coletivos: os fins justificam os meios?

Olho que tudo vê

Caminhando pelo perigoso trajeto que está nos levando a essa nova ordem civilizatória, citada por Luciano Santos, temos presenciado governos de todo o mundo construindo e executando sistemas de vigilância comportamental, biométrico, genético, geodemográfico. São tantos tipos diferentes de monitoramento social, que seria impossível enumerá-los. Na maioria das vezes, o cidadão sequer sabe que está sendo monitorado e que tem os seus dados capturados.

O debate sobre essa questão é longo, a própria Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) não restringe o uso de dados pessoais, quando a finalidade é para uso de segurança pública e calamidade pública. Por outro lado, existem os direitos individuais, como o direito à intimidade e privacidade, previsto em nossa Constituição Federal, que “oferece guarida ao direito à reserva da intimidade assim como ao da vida privada”.

Núbia Reis, cientista social

Para a cientista social e especialista em direitos humanos Núbia Reis, a economia política de vigilância se situa na linha tênue entre os direitos individuais e os direitos coletivos.

“De maneira geral, todos os países centrais e, em alguma medida os periféricos, usaram do expediente da vigilância digital para o controle sanitário da disseminação do vírus dentro e fora das suas fronteiras. Aqui em Salvador, por exemplo, a prefeitura controla a disseminação do vírus a partir de câmeras termais instaladas na estação de transbordo. A economia política de vigilância se situa na tênue fronteira entre os direitos individuais e os direitos coletivos e difusos. Não é uma equação fácil de resolver. Ainda que possa ter fins coletivos, seus excessos são de difícil controle público e violam frontalmente os direitos individuais. Por isso, os defensores dos direitos humanos reivindicam um esforço global para o controle civil e político, em nível nacional e transnacional, do uso desses dados para outros fins que não ultrapassem o controle da pandemia”, contextualizou a Núbia Reis.

A excepcionalidade utilizada para afrouxar a responsabilidade ética e ampliar a vigilância, nos faz pensar sobre a duração dessas medidas. A humanidade já presenciou medidas autoritárias aprovadas em outras crises e que foram normalizadas depois, como o aumento da vigilância nos EUA, após o 11 de setembro, que durariam até 2005, mas estão vigentes até hoje.

Vigilância digital, monitoramentos, cerceamento da liberdade de expressão e de acesso à informação. São muitas as violações dos direitos individuais durante a pandemia, sempre com a justificativa de contenção do vírus, e os impactos da normalização dessas ações autoritárias para a nossa, já adoecida democracia, podem ser gigantescos.

A geopolítica da morte

Outro ponto ético importante diz respeito a geopolitização da vacina. Interesses comerciais, disputas históricas entre laboratórios e grandes potências econômicas mundiais. O cenário é caótico e hostil.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) tenta assegurar acesso às vacinas e aos equipamentos de proteção para os países periféricos e mais pobres, segue em pauta também a possibilidade de quebra de patentes. Mas um ponto crucial é a celeridade com que essas ações são implementadas, considerando que o vírus parece não respeitar o binômio tempo/espaço da ação política.

Os países mais ricos e com maior acesso a tecnologia garantiram logo as suas doses. Assistimos, por exemplo, nações como o Canadá, ostentar cinco vezes mais doses de vacina do que o necessário para vacinar todos os seus habitantes, enquanto países mais pobres definham e apresentam números alarmantes de óbitos por Covid-19.

Para Núbia, esse cenário, por um lado, indica a ausência dos direitos humanos como padrão normativo, sociorrelacional e ético-político nas decisões sobre a pandemia. Por outro, é uma excelente oportunidade para testar o poder social dos direitos humanos como pilar civilizatório.

“Os países centrais que controlam os investimentos, a produção e a distribuição das vacinas têm uma excelente oportunidade para provar que os direitos humanos não são meros recursos retóricos normativos, políticos e morais. Racionalmente, todos os caminhos apontam que a cooperação solidária seria a melhor via para vencer a pandemia. No plano político e pragmático, temos muitos interesses em jogo que não podemos reduzir a um “isolamento nacionalista”. Neste caso, os interesses econômicos sobrepõem claramente os interesses sociais. Mas, a dinâmica do vírus é um teste para a sobrevivência do sistema neoliberal e seu fetiche pelo mercado como “agência” política e social”, apontou Núbia.

Nesse ínterim, Luciano Santos ressalta que chegamos historicamente a uma encruzilhada, onde a distopia e a utopia se apresentam muito próximas. Para ele, é possível que nosso futuro seja marcado pelo confronto, cada vez mais aberto, entre uma possibilidade distópica e uma possibilidade utópica decorrentes do processo histórico que nos trouxe até aqui.

Juracy Marques, ecólogo humano

“A distopia, quer dizer, toda essa produção de uma ordem civilizatória em que o poder (financeiro, tecnológico-industrial) foi agigantado em detrimento do sentido, produzindo situações cada vez mais insolúveis, aponta para a possibilidade de que os nossos piores pesadelos se tornem cada vez mais normalizados, cotidianos. Mas, justamente em resposta a isso, também vejo que aquelas forças comprometidas com a Vida, atores sociais que levam consigo o compromisso de cuidar das populações humanas e da Terra, que é a nossa morada, vindo a organizar-se, tornem cada vez mais cotidiana a mobilização de uma política utópica, com vistas à transformação dos fundamentos desse sistema insolúvel, inviável, que nos levou até onde estamos”, explicou o pesquisador.

Todo esse cenário político-social que se estabelece coloca em pauta o desrespeito escancarado das liberdades e direitos individuais. A Declaração Internacional dos Direitos Humanos foi o marco civilizatório da humanidade, no pós-guerra, há 72 anos. Sete décadas depois, dentro desse panorama de inversão desmedida de valores, esse documento continua sendo o caminho possível para resgatarmos a dimensão humana da nossa humanidade.

Futuro pós-pandêmico e seu novo desenho civilizatório

O futuro pós-pandêmico é um lugar distante, ainda estamos no epicentro da crise. Mas uma coisa é certa, o futuro chegará, a tempestade passará e teremos que lidar com o resultado das decisões tomadas no hoje. Estamos, nesse exato momento, rascunhando o nosso novo desenho civilizatório, que ditará quem seremos, enquanto humanos, quando esse amanhã chegar.

O ecólogo humano Juracy Marques destaca que, a urgência agora é que mudemos a nossa relação com a natureza e o nosso olhar sobre os modelos civilizatórios que, historicamente, temos pensado como atrasados.

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“O que, de fato, nos torna humanos? De alguma forma vivemos a ilusão de que já superamos a nossa condição animal por uma condição humana. Freud, e muitos outros autores, nos alertam que o animal que fomos ainda nos habita. Poderíamos ir muito longe na reflexão dessa questão, mas simplificaria dizendo que a humanidade da humanidade ainda não chegou. Mas poderá vir, se tomarmos a decisão acertada nesse momento crucial da nossa história e, acredito, a valorização excessiva do capital e da tecnologia, sobretudo, a sedução pela inteligência artificial, não seja o caminho. Só para dar um exemplo, mais de 70% das florestas que ainda estão de pé no planeta, se mantêm em decorrência da forma como os povos tradicionais, particularmente os povos indígenas, se relacionam com a natureza, tendo-a, como algo sagrado”.

A pandemia é uma tragédia civilizatória, que já matou quase quatro milhões de pessoas no planeta, das quais quase 500 mil são brasileiras. Esses números mostram o quanto a vida humana é frágil, mas acima de tudo, o quanto ela é desvalorizada, banalizada.

Juracy finaliza: “Precisamos, nesse momento chave da nossa história, fazer uma opção por um modelo de civilização que honre a jornada extraordinária da nossa espécie como forma de celebração da vida e da existência, que é tão maravilhosa”.

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Todos os pesquisadores que participaram dessa reportagem são professores da UNEB. As entrevistas realizadas com cada um deles renderam um conteúdo tão potente, que decidimos publicá-las na íntegra para que você, leitor, possa ampliar ainda mais seu olhar reflexivo sobre o tema.

Luciano Santos – Currículo Lattes
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Núbia Reis – Currículo Lattes
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Juracy Marques – Currículo Lattes
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ASCOM entrevista: Juracy Marques: “O espírito humano está doente. A pandemia foi uma gota que fez a alma transbordar ao longo da nossa jornada evolutiva”

 

Juracy Marques, ecólogo humano

Ancestralidade, cooperação, reconexão com a natureza. Esses são pontos cruciais destacados pelo professor da UNEB Juracy Marques em entrevista sobre o nosso futuro pós-pandêmico, concedida à Assessoria de Comunicação (Ascom) da universidade.

Juracy, que é ecólogo humano, nos inspira com seu olhar realista a respeito dos perigosos caminhos que estamos percorrendo em nossa jornada evolutiva e sobre as mudanças urgentes que precisamos promover em nós, enquanto indivíduos e enquanto sociedade, para que essa tragédia civilizatória que vivemos hoje, não seja o fim, mas sim o  marco de um recomeço.

Para o pesquisador, “nenhum cidadão desse planeta, deve furta-se ao chamado desesperado que a vida nos impõe”.

Assessoria de Comunicação (ASCOM): Hannah Arendt diz que “Os humanos são responsáveis pela criação contínua de suas próprias condições”. Seríamos, pois, inventores inesgotáveis de nossa própria condição humana?

Juracy Marques: Indiscutivelmente. Isso não quer dizer que pense o mundo, essencialmente, pela dimensão material. Defendo o pressuposto de que há uma causa fundamental para a origem de tudo. Como espiritualista, crítico ao papel das religiões, acredito que o Grande Espírito, por muitos chamados de Deus, Destino, Caos, Olorum, Tupã, Deisnger Inteligente, etc, “é nosso estado de consciência”. Miguel Nicolelis, o “Einstein brasileiro”, no seu mais recente livro “O Verdeiro Criador de Tudo: Como o Cérebro Esculpiu o Universo como Nós o Conhecemos”, escreve que “por volta de 100 mil anos atrás, cada cérebro humano já tinha à disposição por volta de 86 bilhões de neurônios capazes de estabelecer entre 100 trilhões e 1 quadrilhão de contatos diretos, ou sinapses, entre si. De dentro desse atelier neuronal incomensurável, o Verdeiro Criador de Tudo começou a sua obra monumental de esculpir o universo humano como o conhecemos”. Como observamos, as sinapses do nossos cérebro (transformação de estímulos químicos em impulsos elétricos)  são maiores que o número de átomos da nossa Galáxia. Esta citação, a partir de uma teoria cerebrocêntrica, de alguma forma, localista,  sustenta que a vida se resume às aventuras experimentadas pelos nossos cérebros que estão conectados, sincornizados, numa rede que desenha nossos destinos e que Nicolelis nomeou como Brainet.

Tomando a seguinte citação trazida por Goswami, no seu livro “Evolução Criativa”, que diz, “na visão atual, a matéria não evolui até a vida, mas todo o universo material evolui em possibilidades até a primeira célula viva e seu ambiente estarem prontos para manifestar as funções biológicas rudimentares (reprodução e manutenção)”, penso que, a condição humana, com suas dores e sabores, é desenhada num cenário cósmico, também fora do espaço tempo, como ondas de possibilidades, e, não necessariamente, e não apenas biológico-neuronal.

Entretanto, há questões trazidas  na ecologia do cérebro, ou seja, na cerebrosfera, que não podemos subestimar, a exemplo, dos múltiplos comportamentos humanos causados pelos níveis de prazeres (gozo) gerados por nossas interações com a dopamina e outros neurotransmissores. São essas camadas que estão por trás da nova plasticidade civilizatória que atravessamos, mas, dificilmente, relacionaremos uma compulsão por tecnologias ou a desilusão pela vida, o suicídio, mal do nosso século, à atuação dos algoritmos que moldam a nossa percepção da vida, dos nossos gostos e desgostos.

Assim, de inventores da nossa condição humana passamos a ser inventados nessas redes de abstrações mentais que, cotidianamente, nos atravessaram e nos atravessam, na nossa longa jornada civilizatória. Portanto, não há dúvidas que criamos os universos humanos, como as borboletas criam os universos das borboletas, as orquídeas os universos das orquídeas e os vírus, os universos dos vírus. Embora disputemos o controle do mundo com outros seres, particularmente vírus e bactérias, nessas primeiras décadas do século XXI, a nossa espécie está vivenciando o “abismo evolucionário” marcado, sobretudo, pela divinização da tecnologia e do capital. Se continuarmos acreditando nesses dois deuses, nossa espécie experimentará o colapso civilizatório que se avizinha. Precisamos, nesse momento chave da nossa história, fazer uma opção por um modelo de civilização que honre a jornada extraordinária da nossa espécie como forma de celebração da vida, da existência, que é tão maravilhosa.

ASCOM: Mas, com tantas mudanças estruturais em nossa sociedade, que surgem a reboque da pandemia, como ainda é possível manter as características primárias da nossa humanidade, manter aquilo que nos torna humanos?

Juracy Marques: Essa pergunta é marcada por uma inqueitação que trago desde muito tempo: o que, de fato, nos torna humanos? No meu livro “A Ecologia de Freud: Os Ecossitemas da Natureza Humana” mergulho nessas reflexões. De alguma forma vivemos a ilusão de que já superamos a nossa condição animal por uma condição humana. Freud, e muitos outros autores, nos alertam que o animal que fomos ainda nos habita.

Se um primo próximo a nós, nossos irmãos neandertais, chamados, equivocadamente, de “homens das cavernas”, visse a forma destrutiva como estamos estruturando a nossa civilização, acabando com as florestas, construindo armamentos de destruição em massa, causando mundanças nos sitemas climáticos, enchendo o universo de lixo tecnológico, tentando colonizar Marte acreditando no colapso da Terra, enfim, diria que nós somos primitivos demais. Nós somos os homens e mulheres das cavernas digitais.

Voltando à pergunta, há um consenso em muitas ciências humanológicas, que o que marca a passagem do animal para o humano, é o desenvolvimento da linguagem, estruturada na passagem do que chamamos “Revolução Criativa”, datada entre 30 a 70 mil anos atrás. Destaco que estamos falando de um espécie cujos ancestrais datam de mais de 7 milhões de anos e que, por volta de 300 mil anos, já tinha chegado à condição Sapiens. Então, o que carregamos nessa nova roupagem da nossa espécie, como a inerdição do incesto, a dinamização da linguagem, a ritualização da morte e o culto às divindidades, entre outros aspectos, é algo bem recente no nosso comportamento humano e se deve, entre outros fatores, à bipedização e, acredita-se, ao aumento do nosso cérebro.

Poderiamos ir muito longe na reflexão dessa questão, mas simplificaria dizendo que a humanidade da humnidade ainda não chegou, poderá vir se tomarmos a decisão acertada nesse momento crucial da nossa história e, acredito, a crença excessiva no capital e na tencologia, sobretudo, a sedução pela inteligência artificial, tão cultuada por transhumanistas e singularistas, não seja o caminho. Só para dar uma exemplo, mais de 70% das florestas que ainda estão de pé no Planeta, estão em decorrência da forma como os povos tradicionais, particularmente os povos indígenas, se relacionam com a natureza, tendo-a, como algo sagrado.

Então, o futuro da humanidade deve olhar para estes modelos civilizatórios que, historicamente temos pensado como atrasados. O elogio da modernidade, o culto ao modelo civilizatório colonial supremacista, ainda em voga, deve ruir e, no seu lugar, devemos plantar uma nova forma de ver o mundo que está no coração dos povos que amam a natureza e a vida e que não tiveram a alma ressecada pela ganância ao poder, ao dinheiro.

ASCOM: Você acredita que a pandemia é/será um marco evolutivo da humanidade? Seria ela a matriz para a construção de um novo mundo?

Juracy Marques: Poderíamos aprender muito com esta experiência. Como diz Krenak, “o presente é um presente.” Entretanto, como está exposto, os  escarniçadores da Terra, os donos do capital, que só pensam em acumular riqueza, e isso se dá pela destruição da natureza, que é a origem das pandemias, continuaram sua carnificina ecológica sem nenhum pudor na pandemia. Não há limites para a ambição dessa parcela da humanidade. Krenak usou uma metafóra que me agrada muito: “gostaria de colocar todos os biblionários do mundo, que só pensam no capital, dentro de um cofre e tracá-los com o dinheiro deles dentro”.

Certa vez, vi escrito numa aldeia hippie, na Bahia: “está chegando o tempo em que os pobres temerão a fome e os ricos temerão os famintos”. Não podemos ignorar que é a luta pela sobrevivência que ditam as leis da seleção natural.  Então! Vivemos a era dos extremos. Poderíamos ter aprendido muito com as lições trazidas por esta pandemia que já matou 4 milhões de pessoas no Planeta, destes, quase 500 mil irmãos brasileiros. Mas, não! Os donos do capital estão aproveitando esta tragédia civilizatória para aumentar suas riquezas mesmo que isso, possa indicar, o fim da humanidade, e, acho, se eles também  forem humanos, deles.

ASCOM: Reinventamos a nossa humanidade em cada marco evolutivo?

Juracy Marques: Sim, mas essa reinvenção, necessariamente, não quer dizer que estamos tendo vantagens evolutivas. Veja o progresso da ciência e, como consequência, criamos as condições para exterminarmos toda a humanidade, que vantagem evolutiva há nisso? Há mais ganhos nos modos primitivos dos nossos ancestrais, que nas fantasias que cultuamos sobre nosso futuro.

ASCOM: Que civilização a humanidade está desenhando para o nosso futuro pós-pandêmico?

Juracy Marques: Observamos, estamos quase todos traumatizados. O espírito humano está doente. A pandemia foi uma gota que fez a alma transbordar nesse oceano que ficou cheio ao longo da nossa jornada evolutiva. O momento de agora e, pós-pandemia, exigem que tiremos das mãos dos detentores do capital, o controle pelo destino do mundo. Eles não amam a vida, amam apenas o dinheiro. Portanto, o que estou dizendo, claramente, é que, só haverá nosso futuro se o recuperarmos das mãos ecocidas dos detentores do capital, que têm levado, para os desertos da alma, toda a beleza de se viver. Eles são amargos, nunca saberão a grandiosidade de viver uma vida simples, conectada com a natureza, solidário aos nossos semelhantes. Eles não honram a dimensão fundamental para o sucesso evolutivo da nossa espécie: a cooperação.  Suas percepções existenciais são egocentradas. Como diz Davi Kopenawa Yanomami, “eles só sabem escavar as doenças do coração da Terra”. Desejo, mesmo, que nossas vidas pós-pademia, caso não seja normal, ao menos não seja anormal.

ASCOM: Sei que é impossível prever o que virá, mas, considerando a sua área de estudo e empirismo, quando você fecha os olhos e pensa no futuro, o que vê?

Juracy Marques: Quando olho o futuro só vejo a natureza. A reconexão com a natureza é que poderá nos salvar. Dou este conselho a quem está perdido nos cárceres algorítmicos onde nos escravizamos. Vá para a natureza e se salve!

Quando olho para a Natureza sinto-me perto de Deus. Me apaixonam os pássaros, as flores, os rios, o mar… Minha alma vive dessas formas de me encantar pelo olhar. Não sei como descrever, mas meu espírito se vê espelhado na face de Deus refletida na Natureza.

A Ecologia tornou-se, para mim, minha religião. Sou um ecoespiritualista tão perdido nesse universo quanto uma folha jogada às tempestades da existência. Mergulho no Espírito de Deus todas as vezes que entro na alma das flores ou no silêncio das estrelas. Mas, nesta questão, não estou passivo, estou lutando, militando.

Mas, alerto, essa ciência dos sistemas da vida é tão preciosa e tão perigosa. Os debates socioambientais, todos eles, quer os que defendem a conservação das florestas, das montanhas, dos rios e oceanos até aqueles que tratam das pegadas ecológicas da espécie humana, estão sob o controle de uma sofisticada rede do crime organizado que gozam da proteção política e econômica das grandes corporações internacionais. Isso vale para os sistemas de produção de energia, para o mercado das infraestruturas, para as destrutivas atividades minerárias, para a ambiciosa usurpação da biodiversidade e para a inominável teia da exploração e escravização humanas.

Chico Mendes dizia que “fazer ecologia sem luta de classe é praticar jardinagem”. Esse campo não é tarefa para pessoas ingênuas e amadoras. Requer, também, uma posição ética radical que exige de nós negarmos a negação e passarmos a assumir uma postura ética revolucionária com a nossa própria vida. Temos que, de fato, ser a mudança que desejamos para o mundo. E como dizia Disraeli, “o momento exige que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”.

Nenhum ecólogo, nenhum cidadão desse Planeta, deve furta-se ao chamado desesperado que a vida nos impõe. Espero que, quem esteja lendo este desabafo da minha alma, seja mais uma gota nos rios de esperança que alimentam nossa vida oceânica que nesse momento grita.

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Juracy Marques (ver currículo lattes) é fonte da nossa primeira edição da Reportagem de Capa Pandemia e condição humana: que futuro estamos desenhando para a humanidade? Já conferiu? Clica aqui e nos acompanhe nessa jornada reflexiva sobre o desenho civilizatório que estamos rascunhando para o nosso amanhã.

Seconf informa sobre inconsistências no RH BAHIA na apresentação dos informes de rendimentos

A Secretaria Especial de Contabilidade e Finanças (SECONF) informa que em virtude de algumas inconsistências apresentadas pelo sistema RH BAHIA na apresentação dos informes de rendimentos, referentes aos recebimentos salariais no ano de 2020, onde servidores e colaboradores da UNEB têm encontrado divergências na efetivação de sua declaração de Imposto de Renda (IR), será necessário a conferência prévia do extrato emitido pelo sistema da UNEB, no endereço http://scdirrf.uneb.br/login/index, visando a correção dessas inconsistências.

Salientamos que as informações contidas no  referido sistema são exatamente aquelas recebidas pelo Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Administração do Estado (DRH /SAEB), acrescida da base de dados de pagamentos realizados diretamente pela universidade, considerando as execuções de projetos e programas institucionais, que são consolidados e informados a base de dados da Receita Federal, através do programa gerador da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF).

Diante disso, destacamos que a SECONF se coloca à disposição para os esclarecimentos e dúvidas que se apresentem, através do email institucional:        contabilidadeuneb@uneb.br, tendo em vista prestar as devidas informações e orientações para  efetivação da declaração pessoal do imposto de renda.

Lembramos que o prazo final para declaração do Imposto de renda está mantido para dia 31de maio de 2021.

Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Secretaria Especial de Contabilidade e Finanças (SECONF)

PARFOR UNEB abre chamada pública de artigos para compor publicação

O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) da UNEB realiza chamada pública de seleção de artigos para compor uma publicação impressa e/ou em formato e-book para o período 2021/2022.

Os interessados em participar da seleção devem preencher ficha de inscrição, termo de autorização de publicação de artigo e uso de imagem, juntar ao texto que será publicado e enviar através de e-mail até o dia 10 de julho. A documentação devem seguir as orientações do Edital.

Serão selecionados para compor a publicação 40 trabalhos originais e inéditos, que abordar uma das seguintes áreas temáticas: docência na formação de professores em exercício no PARFOR-UNEB; Práticas de Gestão no PARFOR- UNEB;  Resultados de pesquisas de TCC dos professores-estudantes durante a formação no PARFOR-UNEB em conjunto com o orientador; Relato de experiência docente com Oficinas e Seminários realizados na formação de Professores em Exercício no PARFOR-UNEB; Resultados de pesquisas oriundas de dissertações e teses acerca do PARFOR na UNEB.

O resultado da chamada de textos será divulgado no dia 30 de agosto.

A publicação será realizada em parceria com o Grupo de Pesquisa Educação, Políticas Públicas e Desenvolvimento Social (EPODS) e do Mestrado Profissional em Intervenção Educativa e Social (MPIES), ambos vinculados ao Departamento de Educação (DEDC) do Campus XI da UNEB, em Serrinha.

Informações: ebookparfor@uneb.br

 

Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica acontece dia 24/05: inscrições abertas!

Estudantes do curso de Administração do Campus I da UNEB, em Salvador, realizam o III Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica no próximo dia 24 de maio, das 8h30 às 12h. O evento será virtual, transmitido através da plataforma MS Teams.

A atividade, desenvolvida por discentes da disciplina Gestão da Inovação Tecnológica do semestre 2021.1, abordará o tema”Ferramentas Tecnológicas para Alavancagem dos Negócios frente a Pandemia”.

O objetivo é destacar as estratégias utilizadas por empreendedores para promover inovação e reinvenção perante o conturbado momento vivido a nível global, proveniente da pandemia da COVID-19.

As inscrições devem ser realizadas no site www.sge.uneb.be. Será necessário inserir um e-mail válido para receber o link de acesso ao MS Teams para o dia do evento. Os participantes receberão certificado.

Durante o evento serão sorteados brindes.

Informações: Ig @simposiogit.

Estudantes baianas representam América do Sul em competição científica mundial

As estudantes Karen Costa, graduanda em psicologia pela UNEB, e Kaylane Alves, graduanda em engenharia química na Ufba, foram selecionadas para representar a América do Sul na final da competição de estudantes Schneider Go Green.

Elas apresentaram o projeto Piezoeletricidade que propõe a criação de uma passagem para pedestres que utiliza energia captada pela movimentação de pessoas e veículos. A proposta oferece uma forma inovadora de impulsionar e distribuir a energia. O projeto contou com a mentoria do professor João Carlos de Souza Marques.

Karen conta como surgiu a ideia do projeto: “Apesar de estudarmos em Salvador, moramos em Candeias. Em uma das nossas voltas para casa, começamos a pensar em formas sustentáveis e inteligentes de gerar energia. Foi então que lembrei que já havia estudado sobre piezoeletricidade no ensino médio e, a partir daí, começamos a pensar em formas inovadoras de gerar energia através dela. Observamos que a travessia irregular de pedestres é um grande problema na nossa cidade, então, buscando solucionar também essa questão, chegamos na ideia da faixa de pedestre piezoelétrica”.

O Schneider Go Green é realizado globalmente pela Schneider Electric desde 2011. A competição já atraiu a participação de milhares de estudantes do mundo, totalizando a apresentação de mais de 20 mil projetos. A final global desta edição acontecerá em junho.

“Tanto eu quanto Kalyane sabemos da importância da pesquisa e do investimento na ciência, sobretudo, visando uma sociedade mais eficiente e sustentável, assim esperamos que essa seleção inspire outras pessoas a seguirem os seus sonhos”, afirmou Karen.

Núcleo de Práticas Jurídicas inicia atendimento remoto; interessados já podem solicitar atendimento

O Núcleo de Práticas Jurídicas do Campus I da UNEB, em Salvador, informa, à comunidade da capital e região metropolitana, que reiniciou suas atividades, de forma remota, através de mediação tecnológica.

O núcleo já está recebendo inscrições para demandas relativas a questões de Pensão Alimentícia, atendimento que inicialmente  está limitado a 20 casos.

Para fazer parte da triagem, basta responder ao formulário online.

Informações: Ig @oficialnpj1uneb ou npj1uneb@gmail.com

Universidade divulga 4ª edição do Caderno de Editais 2021

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós- Graduação (PPG), através da Gerência de Pesquisa (GPESQ), divulga a quarta edição do Caderno de Editais 2021. Os editais são relacionados à Pesquisa, com inscrições abertas de todo o País. A periodicidade deste informativo será mensal e poderá ser encontrada no www.ppg.uneb.br.

Os pesquisadores interessados em concorrer aos editais, caso necessitem, podem entrar em contato com a Gerência de Pesquisa (GPESQ), para maiores informações e auxílio na elaboração de propostas e projetos através do e-mail pesquisa.ppg@uneb.br.

Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós- Graduação (PPG)

UNEB e Secti recebem 11 startups em novo ciclo da Incubadora de Empresas do Parque Tecnológico da Bahia

A UNEB e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) realiza live no próximo dia 20, às 14h30, para apresentar as empresas que foram selecionadas em edital para iniciar o novo ciclo da Incubadora de Empresas do Parque Tecnológico da Bahia. O encontro será transmitico pelo Canal da Secti, no YouTube.

O projeto é realizado pela Áity Incubadora de Empresas, que é gerida pela Agência UNEB de Inovação, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a SECTI e a UNEB.

Serão apresentadas 11 novas startups, que terão contrato de dois anos para residir no local e compartilharão espaço com diversas outras empresas, além de receberem orientação do Sebrae, por meio de capacitações, mentorias e consultorias.

“A criação e gestão de incubadoras de empresas ligadas as universidades têm estimulado a criação de ecossistemas sinérgicos de inovação, incentivado a transferência de tecnologia e fomentado o desenvolvimento de negócios com impacto social e econômico. Dessa maneira a Agência UNEB de Inovação desempenha um importante papel de intermediar a troca de conhecimento que a UNEB pode oferecer aos empreendedores e a sociedade”, explica José Gideá, coordenador da Agência UNEB de Inovação.

O acordo entre a UNEB e a SECTI tem como finalidade o estímulo ao Empreendedorismo no estado, através da gestão, operação e expansão das atividades em Incubadoras de Base Tecnológica.