A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) lançou, neste sábado (24), o edital de inscrição do Vestibular UNEB 2025. Os interessados devem se inscrever de 9 de setembro a 7 de outubro, exclusivamente, pelo site vestibular2025.uneb.br.
Estão sendo ofertadas 6.346 vagas para o processo seletivo, sendo 4.371 para cursos de graduação na modalidade presencial, outras 1.975 oportunidades para os cursos na modalidade a distância pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
As inscrições devem ser realizadas no site do Vestibular UNEB 2025. O interessado deve clicar em “INSCRIÇÃO ONLINE”, identificar o seu grupo de pertencimento, escolher a modalidade de ensino desejada, primeira e segunda opções de curso, língua estrangeira, optar ou não pelas cotas e definir local onde realizará as provas. A taxa é de R$ 90 e deve ser paga até a data apresentada pelo boleto bancário.
Segundo o edital de seleção, será feita a reserva de 40% do total de vagas para negros. A política de cotas da universidade também prevê o direito a 5% de sobrevagas para indígenas; quilombolas; ciganos; transexuais, travestis e transgêneros; pessoas com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades. Cada grupo contará com essa porcentagem em todos os cursos.
Estão habilitados a concorrer às vagas ou sobrevagas reservadas, os candidatos que autodeclarem fazer parte dos grupos citados; tenham cursado todo o Ensino Fundamental II e todo o Ensino Médio exclusivamente em escola pública; registrem o valor máximo de renda bruta familiar e que se enquadrem nos requisitos previstos pelo edital do processo seletivo.
As provas serão aplicadas nos dias 15 e 16 de dezembro. A relação de cursos, quadro de vagas, informações sobre as provas, documentação exigida e cronograma da seleção constam no edital do Vestibular UNEB 2025.
Isenção da taxa de inscrição
A UNEB vai abrir também inscrições para concessão de isenção do pagamento da taxa de inscrição no Processo Seletivo Vestibular 2025, nos dias 9 e 10 de setembro.
De acordo com o edital de isenção, podem ser beneficiados candidatos concluintes ou egressos do Ensino Médio, em estabelecimento de ensino das redes públicas da Bahia ou municipais do estado, ou que tenham cursado o Ensino Médio através de Exames Supletivos ou curso equivalente, também das redes públicas de Salvador ou de cidades do interior baiano.
Também podem solicitar o benefício, servidores das Universidades Públicas Estaduais (UNEB, UEFS, UESC, UESB) ou seus filhos, cônjuges e dependentes judiciais de primeiro grau.
A relação dos candidatos selecionados na primeira etapa do Programa de Isenção será divulgada no dia 13 de setembro, no site do Vestibular UNEB 2025. Esses deverão se apresentar para a segunda etapa, nos dias 18 e 19 de setembro, portando original e cópia dos documentos exigidos. A relação final dos beneficiados será divulgada até o dia 1º de outubro.
O candidato que solicitou e não foi contemplado com a isenção, mas, desejar realizar as provas do processo seletivo deverá, no período de inscrição, acessar o módulo de consulta no site do vestibular, utilizando o seu código ou CPF e data de nascimento, e imprimir o boleto para realizar o pagamento da taxa.
Na próxima segunda-feira (26), às 10h30, na sala 9 do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus I da UNEB, será apresentado o projeto de extensão “Florestópolis”, institucionalizado pelo Edital 016/2024 da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade.
A iniciativa, que tem caráter experimental, busca promover espaços de agrofloresta em áreas urbanas, a partir da implementação de cultivos utilizando o modelo de sintropia, que se assemelha aos processos naturais que ocorrem no ambiente biodiverso de uma floresta.
As áreas escolhidas para as primeiras ações estão localizadas no entorno do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus I da Universidade, e no bairro do Arenoso, no Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães.
O projeto assimila à práxis e ação dialógica em prol de benefícios para comunidades vulneráveis, transformando espaços subutilizados em ambientes produtivos, cultiváveis e acolhedores. Especificamente, a ação espera promover colheitas de plantas e sementes que podem ser utilizadas pelas pessoas envolvidas dos entornos das áreas implantadas e também dispostas a aplicar e partilhar experiências de cuidado com a biodiversidade.
A iniciativa recolhe experiências anteriores e busca se articular com outros projetos do Campus I, no compromisso com os bairros da vizinhança, no sentido de fortalecer ações de cuidado com o ambiente e fortalecimento de práticas sustentáveis com um modelo especial de sintropia, promovido na Bahia por Ernst Götsch e valorizado atualmente através dos primeiros encontros acontecidos em Poções, para a consolidação da Rede Baiana de Agroflorestas, na qual a UNEB tem papel especial.
Desse modo, o projeto conta com a experiência de três especialistas: André Arista, consultor em agrofloresta urbana e ecoempreendedor; Catarine Sales, engenheira agrônoma, especialista em hortas e cultivos urbanos e periurbanos, em agroecologia e educação ambiental, consultora ambiental para a recuperação de áreas degradadas; e, Nelson Araújo, consultor em sistemas agroflorestais sintrópicos e consórcio de plantas brasileiras, palestrante e ativista socioambiental, que estará interagindo no encontro de apresentação.
Formam a equipe executora da iniciativa professores e alunos dos cursos de administração e nutrição da UNEB, além da parceria do projeto Turismo de Base Comunitária (TBC), da Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati), Centro Acadêmico de Educação do Campo (CAECDT) do Projeto ReCatingar, do Coletivo de extensão Freire em Ação, além da equipe da Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra), de jardinagem e dos centros acadêmicos, assim como também da equipe de gestão pedagógica do Colégio Luís Eduardo Magalhães.
A atividade tem como missão promover e divulgar a produção acadêmica, além de fomentar o desenvolvimento de projetos oriundos do ensino, da pesquisa e da extensão.
A inscrições para o evento devem ser realizadas até o dia 25 de agosto, através do Sistema Gerenciador de Eventos (SGE) da universidade. Podem participar docentes, discentes, técnicos, pesquisadores e demais interessados.
A programação da iniciativa reúne apresentações de pôsteres, minicursos, exposições, mesas-redondas, rodas de conversa, palestras e comunicações orais, além de relatos de experiência
Com o tema “Sociedade e Ciências: Popularização, Sustentabilidade e Responsabilidades”, a quinta edição da Japex busca promover discussões que integrem as diversas áreas que compõem o DCET do Campus I, abordando suas práticas multifacetadas, inovações, tendências metodológicas que sustentam os campos do ensino, da pesquisa e da extensão.
A UNEB está construindo a Rede LGBTQIAPN+ da universidade, que vai conectar diversos coletivos e ações na instituição voltados para essa comunidade.
A iniciativa está sendo coordenada por um grupo de trabalho (GT) constituído pela Reitoria, a partir de proposta surgida durante a campanha institucional do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, ocorrida em junho passado.
O encontro, amplamente divulgado em listas de e-mails e redes sociais, aconteceu remotamente, via aplicativo de internet, para possibilitar a participação de membros de todos os campi e unidades da universidade.
Com a presença de cerca de 90 pessoas, entre professores, técnicos administrativos, discentes e gestores da UNEB, a reunião contou com a participação da reitora Adriana Marmori.
“Parabenizo a todas, todos e todes que idealizaram e estão à frente dessa proposta tão importante para nossa universidade. Penso que essa rede deve ter um desenho colaborativo, de interação com outras redes que a UNEB vem estabelecendo há muito tempo, com coletivos e grupos de pesquisa. Também pode ter articulação, por exemplo, com o Grupo Gay da Bahia (GGB), com a Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia (para a qual a universidade leva um trio), com as ações focadas na campanha “16 Dias de Ativismo na UNEB pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, em todos os campi, com reflexões e discussões, entre outras”, destacou Adriana Marmori.
A reitora colocou o apoio institucional da gestão universitária à iniciativa da rede: “Infelizmente, ainda temos muito preconceito institucional e precisamos ficar vigilantes e avançar na inclusão. Esta UNEB que defendemos há 41 anos como pública, gratuita e inclusiva deve primar pelo princípio da inclusão de todas as formas – e uma delas é a construção dessa Rede LGBTQIAPN+ institucional”, reiterou Adriana Marmori.
Também prestigiou a reunião a vice-reitoraDayse Lago: “Eu fico muito feliz em ver essa rede institucionalmente se formar. Temos muitos membros da comunidade atuando e militando nessa área, mas práticas inclusivas são da responsabilidade de todas e todos nós. E temos observado que muitas vezes os nossos colegas – sejam técnicos, sejam professores, sejam estudantes – não sabem como lidar com certas situações relacionadas à comunidade LGBTQIAPN+. Então, vemos relatos marcados de muita dor. Essa rede pode contribuir muito para enfrentar essas questões. Contem comigo”, disse a vice-reitora.
“Teia de Nós“
A reunião foi conduzida pela assessora de Comunicação (Ascom) da UNEB, Wânia Dias, que relatou breve histórico, contexto e objetivos da proposta de criação da Rede LGBTQIAPN+ da universidade.
“Não queremos aqui inventar a roda. Sabemos e valorizamos a longa história de lutas e conquistas de tantas pessoas desta universidade nessa questão. A UNEB é uma universidade comprometida com a diversidade e a inclusão –
inclusive em seus documentos institucionais. Essa rede vem para agregar, somar esforços, contribuir para um ambiente acadêmico mais seguro e inclusivo em todos os campi”, esclareceu Wânia Dias.
No início do encontro, a assessora apresentou o vídeo “Teia de Nós“, de autoria de Rozin Daltro, que trabalha no Núcleo de Relações Públicas da Ascom. “Não somos apenas conexões, somos abrigo e escudo, onde a presença do outro nos reafirma em um mundo que frequentemente nos desumaniza. Nossa rede é a força que nos torna visíveis e livres (…) Na trama do coletivo não estamos sós”, diz Rozin Daltro em sua performance no vídeo-poema.
Visando conhecer melhor e oportunizar a participação de quem deseje colaborar na construção da rede institucional, foi disponibilizado no encontro um formulário online, acessível a qualquer membro da comunidade universitária.
Diversos coletivos e membros da comunidade LGBTQIAPN+da universidade participaram da reunião, relatando as atividades desenvolvidas, dificuldades enfrentadas e avanços alcançados.
Também participaram do encontro o Coletivo de Estudantes Cotistas da UNEB (Cecun), Entre Elas – Educação e Culturas, Unetrans+, Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade (Mped), entre outros.
A parte final do encontro foi destinada aos próximos encaminhamentos para consolidação da Rede LGBTQIAPN+ da UNEB. Entre as sugestões, estão a elaboração da cartilha UNEB Diversa, para distribuição em toda a universidade.
Compõem o GT constituído pela Reitoria para construção da Rede LGBTQIAPN+ da UNEB a assessora Wânia Dias (Ascom), o funcionário da Ascom, Rozin Daltro, o chefe de Gabinete da Reitoria (ChefGab), Pedro Daniel, os pró-reitores de Extensão (Proex), Rosane Vieira, de Ações Afirmativas (Proaf), Dina Rosário, e de Assistência Estudantil (Praes), Jean Santos, o secretário especial de Relações Internacionais (Serint), Elizeu Clementino, e a assessora especial de Cultura e Artes (Ascult), Nelma Aronia, e a coordenadora da Agência UNEB de Inovação (AUI), Suely Messeder.
Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Imagens (prints): Danilo Oliveira/Ascom.
O projeto de extensão “Coro Oyá Igbalé” vinculado ao Departamento de Educação (DEDC) do Campus I da UNEB, em Salvador, está selecionando cantoras voluntárias (mulheres)que integrarão o grupo a partir do mês de setembro.
Estão sendo disponibilizadas 20 vagas e as interessadas devem realizar inscrições gratuitamente por meio do formulário online, até o dia 28 de agosto.
A seleção será coordenada pela professora Julice Oliveira, nos dias 22 e 29 de agosto, das 14h às 18h, na sala 105 do Pavilhão Aulas Multidisciplinar (PAM) do Campus I da Universidade.
Podem se inscrever no projeto mulheres com idade mínima de 18 anos que fazem parte da comunidade acadêmica da UNEB (professoras, alunas, funcionárias e colaboradoras), residentes da comunidade externa em bairros vizinhos ao Campus I da instituição, profissionais liberais, professoras das redes estadual e municipal de ensino, donas de casa e demais interessadas.
As candidatas não precisam ter experiência em canto ou ter participado de outros corais. O trabalho desenvolvido pelo Coro Oyá Igbalé ensina a cantar música sacra afro-brasileira, assim como, o vocabulário especializado.
As cantoras selecionadas participarão das apresentações programadas para os meses de outubro e novembro, podendo participar das gravações em estúdio, conforme o desempenho e atuação regular nos ensaios.
O informativo, produzido pela Gerência de Pesquisa (GPesq) da PPG, apresenta uma relação de editais referentes à pesquisa acadêmica que estão com inscrições abertas. Encontram-se reunidos certames publicados por instituições diversas de todo o país.
Os pesquisadores interessados em concorrer aos editais, caso necessitem, podem entrar em contato com a GPesq/PPG, para mais informações e auxílio na elaboração de propostas e projetos, pelo e-mail pesquisa.ppg@uneb.br.
Entre os dias 26 e 29 de agosto, a UNEB dará continuidade à escuta e ao diálogo com a comunidade acadêmica e comunidade externa para as Audiências Públicas sobre Culturas, Artes e Movimentos Democráticos na Extensão Universitária, em três campi da instituição.
No dia 26, os diálogos serão realizados no Campus XX, em Brumado. Nos dias 27 e 28, será a vez do Campus XVII, em Bom Jesus da Lapa. Dia 29, o Campus IX da Universidade, em Barreiras, encerrará o ciclo de escuta.
A programação de cada campus foi proposta e será conduzida pela comunidade acadêmica e externa e conta com grupos de trabalho (GT) com temáticas de interesse de cada território, conversas abertas e diversas apresentações artísticas. Um momento de escuta, partilha de experiências e de fortalecimento do debate da cultura nos territórios.
Segundo Daniela Galdino, gerente de Apoio à Cultura e às Ciências (GACC) da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), a expectativa é percorrer diferentes Territórios de Identidade da Bahia até o final de 2024, fomentando o debate e realizando escuta às comunidades externas e acadêmica.
“Esse movimento nos permitirá repensar as políticas extensionistas da UNEB durante o percurso, aprimorando cada vez mais a participação democrática. Além disso, as audiências públicas estão diretamente relacionadas com a consolidação do Programa de Arte e Cultura (Proarte) da Universidade, sobretudo por se constituírem como espaço de troca de experiências com artistas, coletivos culturais e gestores culturais em atuação nesses territórios de identidade”, frisou a gerente da GACC da Proex.
A primeira Audiência Pública aconteceu em abril deste ano, no Campus III, em Juazeiro. A atividade contou com uma programação extensa, com cinco grupos de trabalhos, apresentações artísticas, além da mesa institucional e da conversa aberta com a presença da comunidade acadêmica e externa.
A partir da primeira experiência foi realizada uma chamada pública para que os campi com interesse de realizar a audiência pudessem submeter suas propostas. A partir disso, a expectativa é a realização de outras 12 audiências até o final de 2024.
As audiências são realizadas a partir da parceria entre a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), Assessoria Especial de Cultura e Artes (Ascult), Gabinete da Reitoria – Assessoria Especial Territorial (ASSESPT), direções de Departamentos, coordenações dos Núcleos de Pesquisa e Extensão (Nupe) e das Assessorias Territoriais da UNEB.
O projeto de extensão de podcasts ‘Vozes Diamantinas’, produzido por alunos do curso de Jornalismo do Campus XXIII da UNEB, em Seabra, será veiculado na Rádio UFS FM, emissora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a partir do dia 30 de agosto.
Os podcasts serão veiculados na programação jornalística da emissora universitária e vão apresentar ao público de Sergipe o que se produz em universidades baianas. A iniciativa busca valorizar um saber que não é amplamente divulgado na mídia sobre os saberes populares da Chapada Diamantina, região muito rica em tradições no estado da Bahia.
“A UNEB, por ser multicampi, está presente em quase toda a Bahia e nós, que estamos produzindo conhecimento na Chapada Diamantina, temos que valorizar o que se produz aqui. É uma grande honra poder mostrar tanta riqueza junto com os futuros profissionais de jornalismo da região. Expandir esse conhecimento para Sergipe, através da Rádio UFS, nos enche de orgulho”, destaca a coordenadora do projeto, Juliana Almeida.
Será a primeira vez que a emissora da Rádio UFS veiculará material produzido por universidades da Bahia. “Nossa missão na Rádio UFS também é ser plural e dar visibilidade ao que outras universidades produzem em conteúdo para rádio. Veicular o Vozes Diamantinas aqui será também uma forma de enriquecer nossa programação e conhecer outras culturas”, disse o diretor de Jornalismo da rádio, Josafá Neto.
O projeto ‘Vozes Diamantinas’ está produzindo 20 podcasts sobre diferentes temas relacionados à Chapada Diamantina que é muito conhecida por suas belezas naturais, mas há muito mais o que ser mostrado e valorizado, além de explorar as potencialidades da linguagem sonora. Os podcasts são produzidos pelos alunos de Jornalismo Ana Novaes, Ana Paula Oliveira, Bores Júnior, Lucas Assunção e Taciere Santana.
“Minha experiência no projeto de extensão “Vozes Diamantinas” está sendo maravilhosa, pois, estou melhorando os meus conhecimentos sobre a linguagem sonora e também aprendendo com cada matéria realizada. O nosso projeto se consolida como marco significativo da expansão do ensino para fora do espaço físico da universidade. No nosso caso, essa ampliação se dar através das ondas sonoras do podcast, onde partilhamos a cultura e os saberes populares do território de identidade da Chapada Diamantina”, ressalta o discente de Jornalismo, Bores Júnior.
O primeiro podcast veiculado será sobre o Jarê, uma religião típica da Chapada Diamantina e sua criação se inicia com o povoamento da região. Tem um pouco da religião de matriz africana, espírita, católica e cultos indígenas. O Jarê se constituiu de fé em devoção aos caboclos, os encantados e os orixás. Há episódios também sobre medicina da floresta, pinturas rupestres, sobre o Morro do Pai Inácio, as manifestações folclóricas como o Boi de Mariá e a mística das tribos indígenas da região.
Texto: Curso de Jornalismo – Campus Seabra, com edição da Ascom
A UNEB vai abrir inscrições para o curso de extensão “Freud. Guerra e morte. Temas da atualidade”.
A formação fará uma análise dessa obra sem perder de vista os temas que envolvem a política e a economia. As atividades serão de forma presencial e online.
Os interessados em participar devem realizar inscrições na sala do Núcleo de Pesquisa e Extensão (Nupe) do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus I da Universidade, em Salvador, entre os dias 2 e 13 de setembro.
O curso será ministrado pelo docente Raimundo Costa, a partir do dia 16 de setembro, às 13h30. As aulas presenciais serão realizadas no prédio II do DCH, na sala 2, localizado no Campus I. Os participantes terão direito a certificado.
A formação conta com apoio do Nupe do DCH e do Colegiado do curso de História, ambos do Campus I da UNEB.
“Somente uma universidade pública poderia fazer uma homenagem como esta. Viva a universidade pública, cuja mãe é o povo! Salve a UNEB, a universidade do povo!”
Foi com essas palavras que o escritor e professor Juvenal Teodoro da Silva – reconhecido na Bahia e no país como o líder indígena Cacique Juvenal Payayá –, manifestou, visivelmente emocionado, sua gratidão ao receber o título de Doutor Honoris Causa da UNEB.
A solenidade foi mais um marco histórico da universidade: pela primeira vez, o Conselho Universitário (Consu) da UNEB deslocou-se até o território indígena Payayá, no município de Utinga, região baiana da Chapada Diamantina, para a entrega da mais alta honraria acadêmica ao cacique, em festiva cerimônia realizada na manhã de hoje (16), com transmissão ao vivo pelo canal da TV UNEB no Youtube.
“Este é um Consu histórico e memorável! O dia em que o cacique, poeta, ativista dos direitos dos povos indígenas e difusor de conhecimento para as novas gerações foi condecorado e homenageado com a maior honraria da universidade, entregue em seu território e diante de sua comunidade. Agradeço a aprovação unânime do Conselho e peço aos conselheiros que, em gesto simbólico, tirem a borla da cabeça – borla na academia significa conhecimento e aqui, neste espaço, a gente se rende ao conhecimento dos povos originários”, iniciou sua fala a reitora Adriana Marmori, que presidiu a solenidade.
A reitora salientou que a Bahia possui a segunda maior população indígena do país: “E isso se deve à herança ancestral dos povos indígenas e dos povos negros africanos trazidos compulsoriamente para o Brasil. Por isso, nós estamos aqui, a UNEB está aqui, porque ela já nasceu interiorizada, capilarizada, enraizada em todos os territórios do estado – e assim nossa universidade se articula com saberes que transbordam respeito, criatividade e compartilhamento”.
“Temos um diálogo muito forte com os povos indígenas. Neste ano a UNEB passou a ter 32 departamentos, porque criamos o pioneiro Departamento dos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Camponesas, no município de Jeremoabo. Nossos registros apontam 495 egressos indígenas de cursos de graduação e de pós-graduação; e atualmente são 528 indígenas matriculados em diferentes cursos e campi da universidade. É um universo significativo, mas ainda é pouco. Criamos uma bolsa-auxílio exclusiva para estudantes indígenas, para contribuir com sua permanência nos cursos. Precisamos de mais, mais bolsas, mais indígenas“, disse Adriana Marmori.
Reconhecendo o talento literário do laureado, a reitora citou trecho de uma das obras de Juvenal Payayá – “Hoje os Payayá engrossam o quadro dos apelidados de índios dispersos, índios urbanos, índios desaldeados, índios não puros, impuros, sem nada, sem direito a ser o que são; apesar desse preconceito, nós, os Payayá, nunca desistiremos: lutamos reunindo foças e recursos inexistentes, em busca de identificar os poucos Payayá que certamente restaram do grande massacre” – e completou: “Precisamos ter um outro olhar, um olhar para o triste caminho do genocídio indígena. E assim eu conclamo a UNEB, o nosso Conselho, toda a comunidade baiana, a continuar se firmando como espaço de produção de ciências, se somando às lutas históricas das comunidades indígenas, fazendo ecoar essas denúncias”, destacou Adriana Marmori.
Como lembrança do momento histórico, a reitora pediu para distribuir a todos os presentes o livro “Em busca do mapa da verdade“, de autoria do cacique, impresso pela universidade.
“Estamos aqui para ajudar a salvar a terra“
Com lágrimas nos olhos, Juvenal Payayá agradeceu à comunidade da UNEB pelo título que lhe foi outorgado, em especial à reitora Adriana Marmori, “uma mulher sábia, que considero da minha família”.
O cacique salientou também que “o povo Payayá não é apenas um povo que quer seu território para sobrevivência: estamos aqui para ajudar a salvar a terra, a salvar o rio, lutamos para preservar a vida. Plantamos aqui mais de 50 mil mudas de plantas nativas”.
“Meu agradecimento de coração por esta oportunidade, por tudo o que a UNEB fez e faz para nossos povos. Receber um titulo deste é poder ocupar um espaço de fala como este aqui. A liderança é uma das coisas mais importantes para nossos povos. Nunca esqueci dos ensinamentos dos nossos pais, avós e antepassados; obedecer aos mais velhos e à natureza, saber se guiar pelas melhores orientações – isso me fez chegar até aqui. Ainda criança descobri que, sem educação, a gente não vai para lugar nenhum“, afirmou o novo doutor honoris causa da UNEB.
Segundo Juvenal Payayá, “é necessário que se refaça a história dos povos ditos extintos, que se reconstrua o mapa desses povos. Nossa gratidão aos caciques que me antecederam e que nos encaminharam a não desistir dessa luta”.
Escritor, poeta, desenhista, ativista, professor, palestrante, entre outras atividades, Juvenal Teodoro da Silva, nasceu em uma aldeia na Chapada Diamantina, em 1945. Estudou História, na Universidade de São Paulo (USP), e Economia, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). É membro da Red Latinoamericana por la Defensa del Patrimonio Biocultural e membro fundador dos movimentos Associativo Indígena Payayá (Maip) e Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba). Foi membro também dos conselhos estaduais de Educação da Bahia (CEE-BA) e dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado (Copiba). É autor de mais de uma dezena de livros publicados, entre romances, contos, crônicas e poesia, alguns em coautoria com sua esposa, Edilene Payayá.
A mesa solene da cerimônia foi composta pela reitora Adriana Marmori, a vice-reitora Dayse Lago, a superintendente de Politicas para Povos Indígenas (SPPI), da Secretaria estadual da Promoção de Igualdade Racial (Sepromi), Patrícia Pataxó – que representou o governador do estado, Jerônimo Rodrigues –, o reitor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), Jacques Miranda, representando os demais reitores presentes, a técnica administrativa da UNEB Ana Cleide Payayá, madrinha do homenageado, e os conselheiros (Consu) representantes das categorias docente, Clóvis Piau, técnico administrativo, Adaltiva Xavier, e discente, Eduardo Guerra.
Em mensagem de vídeo enviada ao evento, o governador Jerônimo Rodrigues parabenizou a reitora Adriana Marmori, os conselheiros do Conselho Universitário e toda a comunidade acadêmica, pelo “reconhecimento muito justo ao Cacique Juvenal Payayá“, desejando ao líder indígena que “os encantados protejam seus caminhos”.
Coube à representante do governador no evento, Patrícia Pataxó, informar ao laureado que o governo do estado autorizou a abertura de processo para doação daquele território à União (governo federal), a fim de que seja criada a reserva indígena do povo Payayá. “Não existem povos indígenas sem territórios indígenas”, reforçou a superintendente.
“Magnífica reitora, hoje é dia sobretudo de gratidão, estar aqui é uma missão para mim. Nosso agradecimento muito especial à UNEB, por todo o esforço de trazer a universidade aos povos indígenas. O Brasil é plural e nossas universidades públicas são territórios indígenas também”, assinalou Patrícia Pataxó.
Proponente do título ao Cacique Payayá quando era membro do Consu – proposta que foi aprovada por unanimidade em junho de 2023, sendo publicada como Resolução 1.576/2023 –, a servidora técnica da UNEB Ana Cleide Payayá recordou, no seu discurso panegírico, a dedicação e etapas superadas até o encaminhamento do processo no Conselho Universitário.
“Em minha pesquisa de doutoramento, estudei sobre a longa trajetória de luta do cacique. Também desenvolvi um projeto de extensão universitária com a comunidade Payayá. E culminou com o meu reconhecimento por essa etnia indígena. Tudo isso foi consolidando a ideia de propor o título ao Conselho. Espero que esse honraria traga mais força e vitalidade ao Cacique Juvenal“, assinalou a madrinha do homenageado.
A cerimônia, em clima de alegre confraternização, foi prestigiada pela comunidade acadêmica e gestores da UNEB, indígenas do território Payayá e caciques de outras etnias, políticos e autoridades da região e de outros órgãos do estado, reitores e gestores de outras universidades e instituições de ensino públicas, entre outros convidados.
No começo da sessão, foi exibido vídeo-documentário sobre a vida e luta do Cacique Juvenal Payayá, produzido pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da UNEB. Vale ainda registrar que, antes da solenidade e no seu encerramento, a comunidade Payayá apresentou danças e músicas rituais da etnia.
Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira/Ascom.