O Programa de Pós-graduação em História Regional e Local (PPGHIS), do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus V da UNEB, em Santo Antônio de Jesus, está com inscrições abertas para seleção de aluno regular do curso de mestrado, para ingresso no semestre letivo 2023.2.
Estão sendo ofertadas 20 vagas igualmente distribuídas em duas linhas de pesquisa: Estudos Regionais: Campo e Cidade; e Estudos sobre Trajetórias de Populações Afro-brasileiras.
Poderão se inscrever candidatos portadores de diploma de curso superior, reconhecido ou revalidado, em História e áreas afins.
Os interessados deverão solicitar inscrição através do Sistema de Seleção Discente de Pós-graduação (SSPPG) da universidade, até o dia 5 de maio, e enviar documentação digitalizada e em formato PDF, conforme exigência do edital. A taxa de inscrição é de R$ 50.
As etapas do processo seletivo consistem na homologação das inscrições, avaliação e seleção do currículo lattes, bem como avaliação e seleção do projeto de pesquisa, além de entrevista. O resultado final da seleção será divulgado no dia 24 de julho.
“Eu aprendi a lutar na força do ódio”. “Sei o quanto o meu corpo representa, mas, ele incomoda”. “A dor é necessária, mas, o sofrimento não. E esse sofrimento eu não quero nutrir na minha vida”. “A dor me engajou para estar aqui hoje”.
Essas poderiam ser palavras destes que vos escrevem, mas, não são. Poderiam ser suas (e talvez sejam), mas, há fortes imposições estatísticas que nos mostram um cenário improvável. E essas constatações são motivadas pelas violências que persistem. Essas são frases que usualmente não recebem crédito, não possuem vez e, portanto, não tocam muitos e muitas.
Ciente dessa realidade perversa, e frontalmente contrária às diferentes formas de preconceito e opressão, a UNEB participa do Mês de Visibilidade Trans e, com deferência, traz esses desabafos e outras reflexões da discente Thiffany Odara, do Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduc) da instituição.
Pedagoga e mestranda, ela é uma mulher trans, ialorixá e autora do livro “Pedagogia da Desobediência: Travestilizando a Educação”. Na última sexta-feira (27), foi lançado o primeiro episódio da terceira temporada do podcast “Fala, Balbúrdia!”, da universidade, que contou com protagonismo de Thiffany e com o tema “Visibilidade Trans: Eu Existo, Eu Resisto!” (ouça aqui na íntegra).
“A gente sabe que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, e que antes dessa morte existe um processo em que essas pessoas são colocadas em situação de vulnerabilidade. Como a assistência social do Brasil está para essa população? Não tem! Até então, o governo nunca colocou as pessoas trans no censo, é importante para se refletir, porque isso gera políticas públicas, que só acontecem com números”, destaca a convidada.
Ela reforça que os poucos números que se têm sobre a vida dessas pessoas seguem sendo levantados por associações e entidades como a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que em seu último relatório anual apontou que, pelo décimo quarto ano seguido, o país é o que, de fato, registra mais assassinatos contra essa população em todo o planeta.
A maior parte das vítimas tinha entre 18 e 29 anos, sendo o Nordeste o mais violento do país. Em 2022, 40,5% dos casos de homicídio foram computados na região. Enquanto isso, a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil segue na faixa dos 35 anos. Esses são alguns dos dados que motivam as constatações iniciais deste texto.
Para além do impacto da insegurança pública para essas pessoas no país, Thiffany frisa que apenas profundas crises éticas, políticas e sociais foram capazes de visibilizar a saúde e a vida trans e travesti: “tem uma frase da Keila Simpson, que está no livro Pedagogia da Desobediência, que diz que a Aids praticamente pare o movimento de travestis, porque é no boom do HIV/Aids que o estado é encurralado para pensar mesmo o que ele vai fazer com essa população”.
Corpos que educam e deseducam
“A violência no Brasil para pessoas trans e travestis não acontece só de maneira física, mas, simbolicamente, diariamente. Precisamos inserir as pessoas trans não só nas nossas pesquisas acadêmicas, mas, elas precisam ocupar espaços estratégicos, que nos permitam participar da elaboração das políticas públicas, produzir conhecimento”, avalia Thiffany, ao tempo em que celebra a assunção da Secretaria Nacional dos Direitos da População LGBTQIA+ por Symmy Larrat.
O discurso da pesquisadora se associa à sua defesa intelectual do conceito da “pedagogia da desobediência”, em uma conjuntura na qual estima-se que cerca de 70% das pessoas trans não concluiu o ensino médio e que apenas 0,02% encontram-se no ensino superior, de acordo com o último levantamento da Antra sobre o tema.
“É a luta da travesti pelos não lugares para os quais somos empurradas. A gente precisa entender que o corpo das travestis é um corpo que educa, e é um corpo que pode deseducar esse sistema, que é de exclusão social. Então, a pedagogia da desobediência é essa proposta de pensar uma nova proposta de educação que inclua não somente as travestis, mas, que possa incluir todos e todas aqueles e aquelas que são excluídos e desfavorecidos por esse sistema escroto e falido, pensado a partir de uma ordem colonial, cis, heterossexual e eurocêtrica”, explica.
Thifanny ingressou no curso de Pedagogia ofertado pelo Campus Avançado da UNEB, em Lauro de Freitas, em 2011, a instituição consolidou, após aprovação do Conselho Universitário (Consu), instância máxima deliberativa da universidade, o uso do nome social pela comunidade três anos depois.
“Quando acessei, não tinha nome social. Entrei utilizando o nome pelo qual eu não me reconhecia. Não estou só criticando, mas, é para a gente refletir. Porque sei que estamos em uma nova gestão, mas, eu estou falando de 2011, e olhe quanta coisa melhorou, avançou na UNEB, muitas coisas. Mas eu estou trazendo uma reflexão porque as vezes a gente não se dá conta, está tão inserido na gente”, salienta a atual mestranda.
Com histórico de engajamento de todos os segmentos da comunidade universitária para a consolidação de políticas institucionais de Ações Afirmativas, a UNEB possui vocação para a inclusão.
Em 2014, a partir da Resolução Nº 1.094 do Consu, aprovou a utilização do nome social para reconhecimento da identidade de gênero no âmbito da universidade, e consolidou a própria Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf), através da Resolução Nº 1023/2014, do mesmo conselho.
O processo contou com a participação de diversos pesquisadores dos diferentes departamentos da instituição, como da equipe do Centro de Estudos em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade (Cegres/Diadorim), conforme explica o professor Marco Simões:
“O Diadorim já vinha discutindo proposta para implantação do nome social em 2012. Mas o debate se acentuou em 2013, quando o CEE formula a Resolução 120/2013, que dispõe sobre inclusão dos nomes sociais das estudantes travestis e transexuais nos registros acadêmicos nas instituições do Sistema de Ensino do Estado da Bahia. Então, em 2014, o Diadorim encampou essa proposta e encaminhou essa resolução para o Consu”, conta o docente da instituição.
Sobre a importância dessa matéria, o pesquisador destaca que o nome é a própria representação dos sujeitos, “a forma como você se trata, é o seu reconhecimento enquanto ser social. Então, reconhecer a forma como os sujeitos trans e travestis reinvidicam para si, é reconhecer esses sujeitos políticos, a sua existência e o seu direito a um tratamento justo e digno no âmbito da nossa instituição”.
Em 2018, em nova ação de vanguarda, a UNEB e o seu Conselho Universitário aprovaram a ampliação do Sistema de Cotas para contemplar, com sobrevagas, novas populações histórica e socialmente excluídas, dentre elas, pessoas trans e travestis.
“A UNEB é uma universidade democrática e qualificada, mas que, acima de tudo, busca acolher e garantir o acesso de uma série de grupos e segmentos que foram social e historicamente excluídos, nós somos uma universidade de todos, do povo, de todos e todas as baianas, independente da sua cor, da sua orientação sexual e etnia, nós somos uma universidade da inclusão”, afirma Marco.
No último dia 6 de janeiro, outra ação institucional conferiu maior precisão às possibilidades de uso do nome social na vida acadêmica e funcional da comunidade universitária.
“Possuímos o compromisso, enquanto gestão e sociedade, de cuidar da UNEB e das pessoas que dela participam, que a transformam e são transformadas por ela. É fundamental garantir o ingresso e a permanência qualificada de pessoas trans, travestis e transgêneras, e seguir pautando uma mudança atitudinal em todos os nossos espaços, dentro e fora do Janeiro de Visibilidade Trans, para a garantia de direitos e combate às violências”, afirma a reitora da UNEB, professora Adriana Marmori.
A gestora, que também participou de diversos debates sobre Ações Afirmativas na instituição enquanto conselheira e, agora, presidente do Consu, salienta que um programa de formação específico para a valorização da diversidade e combate às discriminações dentro da universidade está em processo avançado de construção e deve ser submetido para apreciação do conselho neste ano.
Pró-Reitor de Ações Afirmativas (Proaf) da UNEB, Marcelo Pinto informa que de acordo com os registros acadêmicos, em agosto de 2022, 67 estudantes da instituição são travestis, transexuais e transgêneras.
O gestor garante que continuarão sendo empreendidos esforços institucionais para garantia mínima das bolsas do Programa AFIRMATIVA e das oportunidades em todos os outros editais ou atividades que a Proaf vá gerenciar para essas discentes.
O Mês da Visibilidade Trans é celebrado anualmente em janeiro, com especial destaque ao dia 29. A data é motivada por uma mobilização ocorrida em 2004 na Câmara dos Deputados, por meio da campanha “Travesti e Respeito” – liderada por ativistas da comunidade trans em parceria com o Ministério da Saúde.
As ações em alusão à data buscam promover debates e mobilizar a sociedade para a importância da visibilidade, representatividade e luta por acesso à saúde, à educação, à geração de emprego e renda e ao enfrentamento ao preconceito e à discriminação.
Texto: Danilo Oliveira e Danilo Cordeiro Fotos: Ascom/UNEB e Acervo Pessoal
O Colegiado de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus VI da UNEB, em Caetité, vai realizar a VI Semana de Letras/Língua Portuguesa e Literaturas, entre os dias 29 e 31 de março, na unidade.
O evento tem a finalidade de congregar a pluralidade de produções científicas emergentes e proporcionar a socialização de trabalhos acadêmicos no campo das ciências da linguagem.
Esta edição terá como tema “O Modernismo Brasileiro e seus Desdobramentos”, em alusão aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, completados em 2022.
A programação do evento contará com conferências, mesas-redondas, comunicações em grupos de trabalhos, atividades artístico-culturais, e visitas à Casa de Anísio Teixeira e a sítios arqueológicos, em Caetité.
Fala, galera! O primeiro episódio da terceira temporada da Balbúrdia já está no ar!
Estamos em janeiro, mês marcado pelas lutas e mobilizações da população trans por respeito, equidade, garantia de direitos, acesso à educação e à saúde. A celebração tem como ponto alto o dia 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans.
Neste episódio vamos falar sobre o significado e a importância da Visibilidade Trans. Destacaremos os retrocessos e o assalto aos direitos dessa população promovidos nos últimos anos, além da ausência de dados sobre a real condição da comunidade trans, o que dificulta a criação de políticas públicas. Então chega mais que o tema da vez é: “VISIBILIDADE TRANS: EU EXISTO, EU RESISTO!”.
O megafone da Balbúrdia está com a pedagoga e mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduc) da UNEB, Thiffany Odara, mulher trans, ialorixá e autora do livro “Pedagogia da Desobediência: Travestilizando a Educação”.
Vem que está topzeira!
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Conheça a equipe da Balbúrdia:
Wânia Dias (apresentadora e editora executiva); Danilo Cordeiro (apresentador, produtor e editor de áudio); Leandro Pessoa (editor de áudio e produtor musical); Danilo Oliveira (produtor e suporte técnico); Anderson Freire (projeto gráfico e criador da marca da Balbúrdia); Jean Gomes (editor de vídeo e animador); Cristiane Costa (social media).
A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UNEB convida docentes, servidores técnicos e estudantes de pós-graduação stricto sensu da universidade e de outras instituições de ensino superior (IES) para integrar a Comissão Geral de Avaliação Ad hoc e, para os que possuem vínculo com a UNEB, atuar como conselheira (o) de Extensão, neste ano de 2023.
Os docentes e técnicos atuarão na análise e emissão de pareceres sobre as propostas para financiamento de projetos de extensão, produções e artigos extensionistas submetidos para publicação em revistas e séries de extensão.
Para participar, os interessados devem realizar inscrição por meio de formulário online, até o dia 17 de fevereiro.
A publicação tem o propósito de colocar em evidência a participação fundamental da Bahia e dos baianos no processo de independência do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa.
Participam autores e pesquisadores, que possuem no mínimo o título de mestrado, vinculados à UNEB ou a outras instituições, com resultados de pesquisas originais e inéditas sobre a Independência na Bahia, relacionados a alguns dos aspectos: história social; cultural; econômica; política; religiões; escravidão; gênero; representações relativas a festividades comemorativas da independência e a figuras como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa.
A Associação de Ex-alunos (Unex) da UNEB está com vagas abertas para os cursos de língua inglesa e espanhola, voltadas aos interessados a partir de 11 anos.
As vagas são para aulas às segundas e quartas ou terças e quintas ou sextas-feiras. O estudante poderá optar pela modalidade remota, com aulas ao vivo em contato direto com o professor, ou presencial, com aulas no Shopping Cabula Master.
O valor do curso, que pode ser parcelado em até cinco vezes no cartão de crédito, é de R$ 550 para as turmas presenciais e R$ 480 para as remotas.
As inscrições podem ser feitas através do Whatsapp (71) 99294-1240 ou presencialmente na sede da Unex, no Campus I da UNEB, próximo à Biblioteca, de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h, e aos sábados, das 8h30 às 15h30.
Os materiais didáticos são vendidos separadamente e custam R$ 220 (Inglês) e podem ser parcelados em até duas vezes no cartão de crédito. As inscrições estarão disponíveis até o preenchimento total das vagas.
Os interessados que possuem contato com o idioma podem agendar teste de nivelamento presencial gratuitamente.
A UNEB vai reabrir as inscrições para o Vestibular 2023 específico para os cursos de bacharelado emEngenharia de Aquicultura (Valença) e Agroecologia (Conceição do Coité e Irecê).
O período de inscrição será entre os dias 30 de janeiro e 9 de fevereiro. Os interessados devem garantir participação por meio do site selecao.uneb.br/agroaqui2023. A taxa é de R$ 15.
São ofertadas 120 vagas, distribuídas igualmente entre as opções de curso de Engenharia de Aquicultura no Departamento de Educação (DEDC) do Campus XV da UNEB, em Valença (40 vagas), e de Agroecologia no DEDC do Campus XIV, em Conceição do Coité (40 vagas), e no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) da Campus XVI, em Irecê (40 vagas).
Conforme prevê a política de cotas da universidade, serão reservados 40% do total de vagas para negros e garantido o direito a 5% de sobrevagas para indígenas; quilombolas; ciganos; transexuais, travestis e transgêneros; pessoas com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades. Cada grupo contará com essa porcentagem em ambas as ofertas.
O processo seletivo prevê a realização de prova objetiva, aplicada no dia 12 de março, nas cidades de Valença, Conceição do Coité e Irecê, sobre os temas relacionados no Edital de Seleção, e a elaboração de um memorial, com descrição da trajetória pessoal e política e da relação com as populações do campo.
O gabarito preliminar será divulgado no dia 13 do mesmo mês. O resultado final será divulgado até o dia 31 de março. A data de matrícula será divulgada posteriormente.
O currículo e a programação político-epistêmica do bacharelado em Agroecologia orientam-se pelos princípios da Educação do Campo e da Agroecologia. O “tempo universidade” e o “tempo comunidade”, por meio do dispositivo da alternância, integram sua carga-horária, objetivos e métodos.
O curso de Engenharia de Aquicultura visa formar profissionais para atuarem nas diferentes áreas da produção de organismos aquáticos, desenvolvendo de forma construtivista as alternativas que contribuam para o desenvolvimento da Agricultura Familiar, da Pesca Artesanal, da Aquicultura Familiar, Cooperativismo e pequena ou média produção. Em atendimento ao que dispõe o projeto político pedagógico do curso, a oferta também consolida a modalidade pedagogia da alternância.
O Centro de Processo seletivo (CPS) da UNEB ressalta que é imprescindível que os candidatos leiam atentamente o edital de seleção, atentem para os pré-requisitos, para as informações ao candidato e respeitem o cronograma.
A publicação tem o propósito de colocar em evidência a participação fundamental da Bahia e dos baianos no processo de independência do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa.
Participam autores e pesquisadores, que possuem no mínimo o título de mestrado, vinculados à UNEB ou a outras instituições, com resultados de pesquisas originais e inéditas sobre a Independência na Bahia, relacionados a alguns dos aspectos: história social; cultural; econômica; política; religiões; escravidão; gênero; representações relativas a festividades comemorativas da independência e a figuras como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa.
De branco, a pé, com fé e representando a Universidade do Estado da Bahia, a comunidade acadêmica, em cortejo, fez-se presente no tão esperado retorno da Lavagem do Bonfim, ontem (12), na segunda quinta-feira deste 2023, após dois anos de suspensão dos festejos por imposição da pandemia da Covid-19.
Foi um dia de reencontros, abraços, sorrisos, respeito e, sobretudo, de reverência às tradições e, também, à ancestralidade. A instituição de toda a Bahia com o seu povo, compondo o tapete branco vivo, caminhando em direção à Colina Sagrada.
“A UNEB, como universidade plural, que tem dentro da sua comunidade acadêmica todas as crenças, não poderia ficar de fora do Bonfim. Estamos aqui reiterando a tradição, a cultura, a fé no Senhor do Bonfim, que move a Bahia e a todos nós”, destacou a reitora da universidade, professora Adriana Marmori.
A celebração já registra cerca de 280 anos de história, democraticamente acolhendo devotos, diferentes manifestações de fé, curiosos e as também conhecidas promessas, em uma caminhada de mais de seis quilômetros entre os bairros do Comércio e do Bonfim, em Salvador.
O permanente desejo de abertura institucional da UNEB às pautas e às manifestações populares foi ressaltado pelo chefe do Gabinete da Reitoria, professor Pedro Daniel: “Esta é a universidade da diversidade. Estando aqui, reconhecemos também os trabalhos com as comunidades tradicionais, com os festejos e com as questões culturais”.
Para muitos, a renovação para o ano que se inicia se dá apenas após a famosa data. Esse é o caso da estudante de História da instituição, Gleissia Santos, que também participou do cortejo junto aos amigos unebianos.
“Muito feliz por fazer parte deste momento, porque quando falamos de identidade e história, falamos também de culturas e tradições. Nesta festa é o momento de nos unirmos, celebrando conquistas, sobretudo, neste início de ano. Momento de renovar as energias”, avaliou a discente.
Com o retorno das festas de largo no estado, a Universidade do Estado da Bahia também está de volta ao seu projeto de participação institucional na ruas, com novas edições previstas já nos próximos meses.
Retomada e fortalecimento identitário
Pró-Reitor de Ações Afirmativas (Proaf) da UNEB, o professor Marcelo Pinto acompanhou todo o cortejo. Para ele, o retorno da celebração e da representação institucional da UNEB na rua celebrou a vida, a alegria e as relações do povo baiano com a sua casa e com a sua fé.
Desde as primeiras horas do dia, as pessoas já se organizaram para acompanhar os festejos. Assim fez também a pró-reitora de Ensino de Graduação (Prograd) da instituição, professora Gabriela Pimentel. “A UNEB e nós, que também a compomos, estamos a vivenciar a Bahia, com suas cores e seus sabores, a nossa identidade”, frisou a gestora.
Espaço essencialmente democrático, a Lavagem do Bonfim congrega católicos, que reverenciam o santo durante cortejo e, também, fiéis das religiões de matrizes africanas, que homenageiam Oxalá. Com vasos de água de cheiro e vestidas com o tradicional branco, as baianas continuam a perfumar os caminhos até a Colina Sagrada.
Esse é um cenário que é contemplado e vivido com fervor há décadas pelo servidor Euclides Santos, diretor do Centro de Estudos dos Povos Afro-índio Americanos (Cepaia) da UNEB.
“Participo todos os anos, com a mesma felicidade. Fico ainda mais emocionado ao perceber que a universidade nunca abriu mão deste espaço, desse lugar de diálogo, de querer dar voz à comunidade e de garantir que esta manifestação e que o Senhor do Bonfim, ou Oxalá, nos dê força para continuar lutando”, celebrou o gestor.
Além de visitar a imagem peregrina do Senhor do Bonfim, que mais uma vez saiu da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia em procissão, a comunidade acadêmica reuniu-se também no Edifício Jequitaia, na Calçada, para a também tradicional feijoada da UNEB.
Texto: Danilo Oliveira/Ascom Fotos: Ícaro Rebouças e Wânia Dias/Ascom