Semana de Integração contou com extensa programação
A UNEB encerrou ontem (16) as ações da Semana de Integração 2023.1. A iniciativa marcou o início das atividades acadêmicas neste semestre letivo na instituição e destacou o tema “Inclusão na Universidade: nada sobre nós sem nós”.
Foram quatro dias de extensa programação, promovida entre os dias 13 e 16 de março, no Campus I universidade, em Salvador. O evento contou com aula inaugural, rodas de conversas e conferência destinadas aos novos e veteranos estudantes da instituição.
No último dia de atividades (16), houve a conferência “Respeita Nossa História: ações afirmativas, diversidade e educação inclusiva”, que foi ministrada pela professora Letícia Nascimento, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), com participações dos pró-reitores da UNEB, Marcelo Pinto (Ações Afirmativas – Proaf), e Elias Dourado (Gestão e Desenvolvimento de Pessoas – PGDP).
A Semana de Integração ainda oportunizou as rodas de conversas “Permanência e Extensão nas Encruzilhadas da Formação Universitária Inclusiva”, “Uma crítica à razão excludente: pesquisas e ações de resistência” e “Semeaduras de Ecologia de Gentes: a inclusão como possível”. As rodas tiveram participações de professores e estudantes da UNEB, e também de representantes do Movimento de Casas de Estudantes (MCE) da universidade.
O evento ainda reservou a aula inaugural, realizada no último dia 13 de março, da qual teve como objetivo debater acessibilidade e inclusão de forma propositiva e interseccionalizando os planejamentos de gestão de todas as instâncias da universidade. A mesa de abertura institucional contou com participação da reitora da universidade, Adriana Marmori; e a vice-reitora, Dayse Lago.
A programação da aula inaugural seguiu com a palestra “Educação Superior com Democracia e Participação: acessibilidade para além das barreiras”, ministrada pelo professor Décio Guimarães, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), e mediada pela pró-reitora de Ensino de Graduação (Prograd) da UNEB, Gabriela Pimentel.
Também no mesmo dia (13), no Teatro da UNEB, no Campus I, ocorreu a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da instituição. A atividade reservou a conferência “Reforma da universidade e inovação pedagógica na ressaca de maio de 68: efeitos pedagógicos em Foucault, Deleuze, Barthes, Derrida e Certeau”, que foi ministrada pelo docente Jorge Ramos do Ó, da Unversidade de Lisboa (ULisboa).
A organização da Semana de Integração UNEB foi coordenada por um colegiado composto pelo Gabinete da Reitoria, pelas Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (Prograd), de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG), de Extensão (Proex), de Assistência Estudantil (Praes), de Ações Afirmativas (Proaf), e de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PGDP), pela Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain) e pelos Centros de estudos e pesquisas da instituição.
As atividades da Semana de Integração 2023.1 como a aula inaugural, rodas de conversas e conferência podem ser revistas no canal da TV UNEB, no YouTube.
Evento recepcionou novos e veteranos estudantes da UNEB
Em clima de boas-vindas e acolhimento aos novos e veteranos estudantes, a UNEB realizou ontem (13) a Aula Inaugural do semestre 2023.1.
Além de recepcionar os discentes, o evento também teve como objetivo debater acessibilidade e inclusão de forma propositiva e interseccionalizando os planejamentos de gestão de todas as instâncias da universidade. A mesa de abertura institucional contou com a participação da reitora da UNEB, Adriana Marmori, e da vice-reitora, Dayse Lago.
Adriana Marmori: “Mudança para inclusão na nossa universidade precisa ser atitudinal”
“A mudança para inclusão na nossa universidade precisa ser atitudinal. Para ser inclusiva, em sua plenitude, precisa assegurar internamente que as pessoas que ingressaram possam concluir os seus cursos da forma mais empática e com mais garantia de direitos possível. Essa é a dinâmica que nós precisamos assumir, enquanto gestão universitária e enquanto comunidade acadêmica”, destacou a professora Adriana Marmori.
Ainda em sua fala, a reitora ressaltou a importância da implementação da Política de Acessibilidade da UNEB. “A nossa Política de Acessibilidade foi construída a várias mãos, com pesquisadores de todos os campi. Essa implementação é ponto de honra para cada um e cada uma de nós, que compõe essa universidade, diversa, plural, multicampi, que deve ter na sua linha e nos seus princípios o respeito aos seres humanos”.
Para a vice-reitora da universidade, Dayse Lago, a instituição precisa investir numa cultura democrática, inclusiva e de respeito aos Direitos Humanos.
Dayse Lago: “Precisamos investir numa cultura acadêmica democrática, solidária e acessível”
“Não basta ter apenas os marcos legais que possibilitem as pessoas com deficiência (PCDs) no ingresso à universidade, mas que a acessibilidade seja garantida diariamente. Precisamos investir numa cultura acadêmica democrática, solidária e de respeito aos Direitos Humanos em todos os espaços, inclusive no espaço da sala de aula e das relações que ali se estabelecem”, salientou a professora Dayse Lago.
Na oportunidade, as gestoras parabenizaram os novos estudantes por terem sido aprovados no vestibular e ingressado na universidade, e ainda felicitaram os discentes veteranos que estão reiniciando mais um semestre na instituição.
A Aula Inaugural está na programação da Semana de Integração 2023.1 , que segue com atividades até esta quinta-feira (16), no Teatro UNEB, no Campus I da instituição, em Salvador. Com o tema “Inclusão na Universidade: nada sobre nós sem nós”, a iniciativa marca o início das atividades acadêmicas neste semestre letivo. As atividades contam com transmissão ao vivo no canal da TV UNEB, no YouTube.
Educação superior com democracia e participação
Evento teve palestra do docente Décio Guimarães, mediada pela pró-reitora da Prograd, Gabriela Pimentel
Mediada pela pró-reitora de Ensino de Graduação (Prograd) da instituição, Gabriela Pimentel, a Aula Inaugural reservou a palestra “Educação Superior com Democracia e Participação: acessibilidade para além das barreiras”, ministrada pelo professor e pessoa com deficiência visual Décio Guimarães, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF).
“Quando falamos de uma educação superior com democracia e com participação, estamos querendo provocar mais rupturas, mais transgressões. Estamos a defender uma educação horizontal, uma educação que está aqui no contexto da universidade, mas se articula com todo o processo de escolarização. A porta de entrada na universidade não é o Sisu, não é o vestibular, é a educação infantil, é a educação de jovens e adultos, é toda a educação básica“, defendeu o palestrante.
O docente Décio Guimarães ainda salientou que as pessoas com deficiência (PCDs) historicamente sofrem segregação e sempre foram colocadas na categoria de ensino da educação especial.
Décio Guimarães: “A porta de entrada na universidade é a educação básica”
“As pessoas com deficiência não são público da educação especial, mas, sim, público da educação. Falar das pessoas com deficiência na educação, estamos falando de um público que historicamente esteve às margens e segregado. Quando pensamos nas pessoas com deficiência, estamos a falar de nós mesmos. Somos diferentes. Nossas vidas provocam transgressões e rupturas. Nossos corpos e vidas representam uma luta contra hegemônica, uma luta por ser mais”, analisou o pesquisador.
Aprendizado no dia primeiro dia de aula
Estreante como estudante do curso de Licenciatura em Filosofia da universidade. A discente Milena do Espírito Santo, 18, em seu primeiro dia de aula participou do evento. Ela considerou que a aula inaugural é motivo de aprendizado e conhecimento sobre as pessoas com deficiência (PCDs).
Milena: “Aprendizado e conhecimento de como tratar as PCDs sem preconceitos”
“É uma aula que trouxe aprendizado e conhecimento sobre as pessoas com deficiência. O palestrante Décio Guimarães me fez ter uma visão mais ampla sobre as pessoas com deficiência, de como tratá-los sem preconceitos e incentivar a sua participação efetiva na sociedade”, destacou a discente.
A organização da Semana de Integração UNEB é coordenada por um colegiado composto pelo Gabinete da Reitoria, pelas Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (Prograd), de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG), de Extensão (Proex), de Assistência Estudantil (Praes), de Ações Afirmativas (Proaf), e de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PGDP), pela Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain) e pelos Centros de estudos e pesquisas da instituição.
Aula inaugural do PPGEduC contou com palestra do docente Jorge Ramos do Ó
No mesmo dia (13), no Teatro da UNEB, no Campus I, ocorreu a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da instituição. A iniciativa reservou a conferência “Reforma da universidade e inovação pedagógica na ressaca de maio de 68: efeitos pedagógicos em Foucault, Deleuze, Barthes, Derrida e Certeau”, que foi ministrada pelo docente Jorge Ramos do Ó, da Unversidade de Lisboa (ULisboa).
A organização da Semana de Integração UNEB é coordenada por um colegiado composto pelo Gabinete da Reitoria, pelas Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (Prograd), de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG), de Extensão (Proex), de Assistência Estudantil (Praes), de Ações Afirmativas (Proaf), e de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PGDP), pela Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain) e pelos Centros de estudos e pesquisas da instituição.
Realizado pela Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain), evento debateu sobre compromissos e ações na área
“Três elementos fundantes que devem estar nas nossas práticas a partir deste fórum, em todas as dimensões acadêmicas e administrativas: a acessibilidade, a inclusão e a permanência.”
A fala da reitora Adriana Marmori, durante a abertura do I Fórum Sain de Acessibilidade e Inclusão da UNEB, realizado ontem (1º), no teatro da universidade, no Campus I, em Salvador, traduziu a centralidade desse tema na atual gestão universitária.
O evento, realizado pela recente Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain), debateu sobre os compromissos e ações institucionais da universidade acerca da temática, reunindo gestores, docentes, técnicos, estudantes e egressos, além de representantes de instituições e órgãos públicos que atuam na área dos direitos das pessoas com deficiência (PcDs).
Adriana Marmori (ao microfone): amplo processo formativo para construir e consolidar cultura de respeito e valorização à PcD
“Estamos em uma grande universidade pública e multicampi. Somente com um amplo processo educativo e formativo, envolvendo toda a comunidade acadêmica e comunidade externa é que vamos conseguir construir e consolidar essa cultura de respeito e valorização das pessoas com deficiência, de fato e de direito, da mesma forma que conquistamos com outros marcadores sociais que a UNEB agrega”, ressaltou Adriana Marmori.
Convocando os gestores e comunidade para esse desafio, a reitora ressaltou que “existem coisas que não podem esperar, que precisam ser melhoradas já, a exemplo das pistas táteis e dos profissionais apoiadores para nossos estudantes com deficiência nas salas de aula, em todos os campi”.
Com relação a preconceitos e intolerância, a reitora expressou seu veemente repúdio às declarações xenofóbicas e racistas proferidas recentemente por um vereador no Rio Grande do Sul contra trabalhadores baianos. “Nossa reverência e respeito ao povo baiano e aos povos indígenas na Bahia”, enfatizou Adriana Marmori.
Citando o lema internacional da luta das pessoas com deficiência — “Nada sobre nós sem nós“, base orientadora do evento e referência da Política de Acessibilidade e Inclusão da UNEB, implantada recentemente —, a coordenadora da Sain, Jaciete Barbosa, agradeceu a participação dos diretores de departamento, equipe da gestão central e comunidade acadêmica da universidade, dos núcleos de acessibilidade e inclusão (NAIs) da instituição e parceiros externos, a exemplo dos centros de apoio pedagógicos sediados em vários municípios do estado.
Jaciete Barbosa informou que carta de intenções da UNEB sobre o tema está sendo construída coletivamente com a comunidade
“Esse fórum é uma grande conquista para todas e todos nós. Estamos realizando uma construção coletiva de nossas ações institucionais com o apoio de tantos parceiros. Tenho certeza que esse é o primeiros de muitos fóruns e iniciativas nessa área que realizaremos“, destacou Jaciete Barbosa.
A coordenadora da Sain informou que está sendo construída coletivamente uma carta de intenções da UNEB, na qual constarão os compromissos da universidade para levar à prática efetiva os princípios e diretrizes da Política de Acessibilidade e Inclusão.
Compuseram a mesa de abertura do evento, além da reitora e da titular da Sain, a coordenadora de Educação Especial da Secretaria estadual da Educação (SEC), Marlene Cardoso, a promotora de Justiça Cínthia Guanaes, do Ministério Público do Estado (MP-BA), a coordenadora do Núcleo de Educação Especial (Nede) da universidade, Sandra Farias, e os representantes do Fórum de Diretores e Diretoras de Departamento, Érica Macedo, e da Associação dos Docentes (Aduneb) da UNEB, José Augusto.
O fórum foi transmitido ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube e contou com o trabalho de guias-intérpretes de Libras e outros profissionais de apoio às pessoas com deficiência. Por motivo de saúde, a vice-reitora Dayse Lago participou remotamente do evento. A iniciativa prestou homenagem especial à técnica administrativa da universidade Ana Batista, pioneira na condução do Nede e nas ações institucionais nessa área.
“Temos que subverter a ordem excludente”
Para Douglas Christian (à esq.), o problema são os impedimentos sociais colocados para as pessoas com deficiência
Pessoa com deficiência visual por baixa visão, Douglas Christian Melo, doutor em Educação e docente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), abordou o tema “Acessibilidade e inclusão na universidade: estabelecendo compromissos e ações institucionais”, na conferência de abertura do fórum, que proferiu.
“Por causa da minha deficiência, me disseram que eu não poderia correr, e eu corri. Me disseram que não poderia andar de bicicleta, e eu andei. Me disseram que eu não chegaria à graduação muito menos a ser professor universitário, mas eu cheguei. Temos que subverter essa ordem social excludente, que destrói nossas aspirações e sonhos“, afirmou o conferencista.
Segundo Douglas Christian, uma pessoa com deficiência tem alguma dificuldade “orgânica” (entre aspas, ele ressalva), mas esse não é o problema: “O problema são os impedimentos sociais que estão colocados para essas pessoas”.
“Já sabemos há muito tempo o que precisa ser feito e implantado, como pistas táteis, rampas, etc. Então, por que não foram feitas ainda? A deficiência não é um muro, o muro é da sociedade, que provoca a exclusão. Portanto, não se trata de uma questão técnica, trata-se de um questão política“, acrescentou o docente.
Para avançar nas conquistas desses direitos, avalia Douglas Christian, é fundamental entender que “o tema da acessibilidade e da deficiência é transversal a todas e todos, desde a educação infantil até a terceira idade, perpassando por todas as minorias sociais, como LGBTQIA+, negros, quilombolas, indígenas, mulheres e outras”.
Abordando a questão da legislação a respeito do tema, a promotora de Justiça Cínthia Guanaes assegurou que o Brasil já possui todo um arcabouço legal sobre inclusão e acessibilidade, a começar pela Constituição Federal.
“Temos uma lei brasileira de inclusão que vem reforçar que a educação constitui direito da pessoa com deficiência. Porém, temos ainda muitas barreiras para romper, muitas dificuldades. Por exemplo, precisamos garantir não apenas o acesso à universidade, mas também a permanência com qualidade do estudante com deficiência do início ao fim de seu curso“, pontou a representante do Ministério Público estadual, ponderando que “infelizmente somos uma sociedade que ainda não acredita que a pessoa com deficiência tem capacidade de ser um profissional, de se formar”.
Reitora cumprimentou advogado Matheus Martins (OAB-BA) pelas relevantes reflexões que apresentou no fórum
Outro convidado para o fórum foi o advogado Matheus Martins, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), que é ativista pela inclusão no segmento da PcD.
Louvando o MP-BA pela atuação em prol dos direitos humanos, o advogado lembrou que “foi graças à luta dos ativistas aqui e no exterior que o Estatuto da Pessoa com Deficiência do Brasil conseguiu ser mais oportunizador e menos protetivo”.
“Não queremos ser privilegiados, não queremos proteção. Queremos igualdade de oportunidade. Não defendemos o direito de ser um profissional no dobro do prazo do curso ou da formação, devido a qualquer dificuldade; queremos ser um profissional com as mesmas oportunidades dos demais”, complementou Matheus Martins.
Texto: Toni Vasconcelos / Ascom. Fotos: Danilo Oliveira / Ascom.
O evento tem como objetivo envolver a comunidade unebiana na articulação de ações que assegurem a presença e a participação efetiva dos estudantes, professores e funcionários com deficiência, autismo, altas habilidades e demais públicos-alvos da educação inclusiva na universidade, implementando a política de acessibilidade e inclusão aprovada em 2021.
O evento, gratuito e aberto ao público, vai abordar ao tema “Inclusão e Acessibilidade na UNEB: estabelecendo compromissos e ações institucionais”.
A programação da iniciativa vai contar com conferências, mesas temáticas e apresentações culturais. Destaque para a conferência de abertura que será proferida pelo professor Douglas Christian Ferrari de Melo, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
De acordo com a organização do fórum, a programação do evento foi elaborada tendo como foco a prerrogativa presente na Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência: “Nada Sobre Nós Sem Nós”, em que todas as ações devem ser implementadas mediante diálogo e cooperação com as relevantes organizações representativas de pessoas com deficiência.
A proposta da iniciativa é discutir, refletir e propor ações efetivas para que a política de inclusão e acessibilidade possa ser concretizada na universidade.
No encerramento do evento, será elaborada uma Carta de Intenções para que a UNEB possa se organizar e se comprometer no sentido de que a política de acessibilidade e inclusão seja efetivada a partir da ação da Sain e da implementação dos Núcleos de Acessibilidade e Inclusão (Nais).
A iniciativa contará com a presença da equipe de gestão da universidade, dos estudantes com deficiência da UNEB, dos representantes de sindicatos dos docentes (Aduneb) e dos servidores técnicos (Sintest), além do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição.
O evento é realizado pela Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain), com apoio da Assessoria Especial de Cultura e Artes (Ascult) da UNEB.
Atividade ocorreu no auditório do DCH do Campus IX, em Barreiras, com transmissão ao vivo pela TV UNEB
A UNEB deu mais um passo histórico na consolidação de sua política de acessibilidade e inclusão.
Após institucionalizar essa política e criar a Secretaria de Acessibilidade e Inclusão (Sain) no âmbito da gestão universitária neste ano, na tarde de ontem (25) a primeira discente surdocega congênita a cursar uma universidade pública no país fez a defesa do seu trabalho de conclusão de curso (TCC).
Graduanda do curso de Pedagogia, do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus IX, em Barreiras, Janinne Pires Farias apresentou seu TCC no auditório da unidade, com a presença de gestores, comunidade acadêmica local, familiares da discente e convidados. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube.
Intitulado “Alfabetização e letramento de pessoas surdocegas“, o trabalho de conclusão foi orientado pelas docentes do departamento Débora Cunha e Carla Ribeiro. A banca de avaliação foi composta pelas professoras Aline Matos e Sandra Lousada, também da unidade, contando com a orientação ainda da pesquisadora Shirley Maia, diretora da Associação Educacional para Múltipla Deficiência, sediada em São Paulo.
Janinne agradeceu o apoio das orientadoras, dos guias-intérpretes e de sua família durante todo o curso
“Escolhi esse tema porque eu sou alfabetizada enquanto surdocega e as pessoas perguntam como eu consegui chegar até aqui”, disse Janinne Farias, salientando que quer continuar aprendendo sobre essa temática para “futuramente eu poder orientar famílias que precisem de apoio e professores que queiram aprender mais sobre essa área ainda pouco explorada”.
Com base em seus estudos e na própria experiência, a graduanda defendeu que a surdocegueira não limita a aquisição do conhecimento, “mas ainda falta uma metodologia adequada, um estudo formal, que oriente como alfabetizar e ensinar essas pessoas – e eu quero contribuir para isso”.
A orientadora Débora Cunha lembrou que o ingresso da discente surdocega no curso, desde o início, “foi um desafio para nós docentes e orientadoras, tivemos que estudar e aprender muitas coisas, para construir formas de desenvolver esse trabalho, junto com Janinne”.
“Estamos vivenciando aqui a concretização de um sonho, não apenas de Janinne e sua família, mas de todas e todos nós da universidade. A UNEB e este departamento estão fazendo história aqui, graduando a primeira estudante surdocega congênita”, salientou a orientadora Carla Ribeiro.
Em suas considerações, a docente Aline Matos ressaltou: “Do ponto de vista institucional, eu destaco a preocupação constante da Reitoria, da direção do DCH e do colegiado do curso em promover a inclusão e acessibilidade de modo efetivo nesta universidade, com garantias para a permanência e formação de qualidade, apesar dos percalços q não foram poucos”.
Já a professora Sandra Lousada recomendou que “toda a riqueza de discussões desse TCC saia dos muros deste campus para outros espaços de aprendizagem e ajude a impulsionar a formação docente nessa área”.
A pesquisadora Shirley Maia reforçou que “a gente tenha na Janinne um exemplo de que todo ser humano merece ter oportunidades e que todo mundo aprende, de uma maneira ou de outra”.
Encerrando a atividade acadêmica, o diretor do DCH, Reginaldo Cerqueira, parabenizou todas e todos os envolvidos nesse trabalho – com destaque para as orientadoras e os guias-intérpretes da discente –, convidando Janinne a colaborar na “construção do nosso núcleo de inclusão e acessibilidade, como um legado de seus estudos ao nosso departamento”.
Texto: Toni Vasconcelos / Ascom. Fotos: prints do canal TV UNEB.
A iniciativa visa oferecer suporte de caráter acadêmico aos discentes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas habilidades e outras necessidades específicas temporárias e permanentes, matriculados nos cursos de graduação da UNEB.
“Este edital inaugura uma nova etapa, a de engajamento dos estudantes com a pauta da inclusão na prática cotidiana. A UNEB democrática e verdadeiramente inclusiva se avizinha com essa e outras ações já planejadas e em implantação. Defendemos a permanência qualificada de todas e todos em nossa instituição, que a meu ver deve garantir o direito à acessibilidade e à inclusão como princípios da nossa política de gestão”, destaca a reitora da universidade, Adriana Mamori.
Para a secretária da Sain, Claudia Paranhos, o edital de seleção “busca atender às demandas dos estudantes com deficiência e demais necessidades específicas vinculados à UNEB, e atende à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e a Política de Acessibilidade e Inclusão da nossa instituição, no direito à educação e ao pleno desenvolvimento dos discentes”.
A monitoria tem por objetivo oferecer suporte aos discentes com deficiência, contribuindo para a melhoria da qualidade do processo de ensino, aprendizagem e avaliação, de forma a promover a cooperação entre monitores e junto aos professores nas atividades básicas da universidade, relativas ao ensino, pesquisa, extensão e da gestão universitária.
Inscrições
Serão oferecidas 100 bolsas para estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação da universidade, nos semestres 2022.2 e 2023.1. O benefício será concedido pelo período de 10 meses, no valor de R$ 500 mensais.
O monitor deverá prestar assistência como apoiador nas atividades:
– Acadêmicas nas salas de aula e espaços educativos dos Departamentos/Campi para acompanhamento dos discentes;
– Atividades internas realizadas pelos Departamentos, tais como grupos de trabalho, cursos de formação, reuniões com a presença de pessoas (da comunidade interna e externa);
– Eventos realizados pelos Departamentos/Órgãos da UNEB, tais como Congressos, Seminários, Conferências e Palestras com a presença de discentes, educadores e comunidade externa.
Para participar como monitor do programa será necessário possuir habilidades com tecnologias digitais e plataformas para ensino remoto, disponibilidade de carga horária, segundo previsto no edital, interesse pela atividade a ser realizada e afinidade com a temática da acessibilidade e inclusão de estudantes com deficiência.
As inscrições para participar do Prosain devem ser realizadas entre os dias 14 e 24 de outubro, com encaminhamento da documentação exigida no edital de seleção para o e-mail sain@uneb.br, descrito no assunto “INSCRIÇÃO MONITOR(A) APOIADOR(A) – 2022.2 e 2023.1”.
As etapas do processo seletivo consistem na avaliação da documentação enviada pelo candidato, que será analisada através de comissão instituída pela Sain, acrescida de entrevista.
O resultado final da seleção será divulgado no dia 9 de novembro. O início das atividades de monitoria está previsto para o dia 21 do mesmo mês.
Marcelo Pinto: agradecimento pelo empenho das pessoas que participaram da construção
O texto, chancelado no dia 16 de dezembro, é destinado para pessoas com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas habilidades e outras necessidades específicas e temporárias.
A norma visa promover a cultura inclusiva, por meio da garantia da equidade pedagógica, arquitetônica, digital, comunicacional e informacional em todos os níveis e modalidades (Graduação e Pós-Graduação – lato sensu e stricto sensu; presencial e EaD) das atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão, em todas as atividades administrativas e para todos que compõem a universidade.
Será amparada pela Política de Acessibilidade e Inclusão, toda a comunidade acadêmica da instituição: estudantes, docentes, servidores técnico-administrativos, funcionários terceirizados, prestadores de trabalho temporário, comunidade participante das atividades de extensão, pesquisadores convidados e associados.
“É um passo muito importante para a consolidação da acessibilidade e permanência das pessoas com deficiência, autistas e altas habilidades na UNEB. Só temos a agradecer a todas as pessoas que se empenharam na construção da política. Agora, vamos trabalhar mais ainda para promover a sua execução nesta nova gestão, que é entusiasta e defensora dela”, destaca o pró-reitor de Ações Afirmativas (Proaf), Marcelo Pinto.
O documento tem como referência a legislação vigente no país para os direitos da pessoa com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas habilidades e outras necessidades específicas e temporárias.
Ainda de acordo com o texto, para a promoção da acessibilidade e inclusão são competências da universidade: adequação de mobiliário, espaços, equipamentos, tecnologia assistiva, além da contratação de profissionais especializados e formação continuada em acessibilidade e inclusão para todos os funcionários.
Política construída coletivamente
A instituição da Política de Acessibilidade e Inclusão é resultado do trabalho coletivo da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf) e da escuta como recurso técnico-científico para a otimização da resolução. As ações foram lideradas pela professora da UNEB Dina Maria Rosário, ex-gerente de Promoção e Acompanhamento das Ações Afirmativas (GPAAF) da instituição.
“A aprovação desta resolução é histórica. A UNEB produziu e aprovou um documento com cerca de 230 páginas, avalizado por pesquisadores da área, para regular uma política institucional de acessibilidade e inclusão. O grandioso trabalho de técnicos e analistas universitários, discentes, professores pesquisadores está assentado no empenho pela superação do capacitismo institucional”, ressalta a docente.
Proposta pelos membros do Núcleo de Educação Especial (Nede) do Campus I da universidade, a Política de Acessibilidade e Inclusão pretende incorporar as pessoas com deficiência e necessidades trabalhistas e específicas ao ensino, pesquisa, extensão na universidade.
“Esperamos que essa política faça a universidade mudar de paradigma, no sentido de compreender e atender às pessoas, com respeito e as ações necessárias, para que elas sejam incorporadas ao tripé acadêmico, bem como trabalhista da instituição, podendo sentir-se pertencentes a tudo que é disponibilizado pela UNEB”, explica a coordenadora do Nede, Sandra Regina Farias.
A iniciativa, que torna a UNEB uma das primeiras universidades públicas a ter uma política exclusiva de acessibilidade e inclusão, será implementada em todos os campi, departamentos, setores e instruirá os planos, programas, projetos, orçamentos e as decisões administrativas da instituição.
Próximos passos
Toda a Política de Acessibilidade e Inclusão da UNEB deverá ser implementada no prazo de dois anos, a contar da data de publicação da resolução no Diário Oficial da Estado (DOE), no dia 29 de dezembro de 2021.
O apoio e a execução das ações previstas na resolução serão realizadas por meio da Secretaria de Acessibilidade e Inclusão. A criação do órgão está sob análise da Câmara Administrativa (CAD) do Conselho Universitário (Consu), instância máxima deliberativa da instituição.
A política tem o prazo de dois anos, a contar da data de publicação, para implementação integral
A norma trará impactos da reafirmação do compromisso da UNEB, principalmente no atendimento com mais qualidade e eficiência às pessoas que precisam de apoio de pessoal, tecnológico ou de mobilidade para que possam cursar com dignidade os cursos nos quais foram aprovadas e matriculadas.
A garantia de acessibilidade e inclusão nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, caberá à Rede de Acessibilidade e Inclusão da UNEB, formada pelos Núcleos de Pesquisa e Extensão (Nupe), em parceria com os centros, laboratórios e grupos de pesquisa e extensão da instituição, através da apresentação de relatório caracterizador de deficiência ou dos transtornos especificados na Política de Acessibilidade e Inclusão.
Também ficará a cargo desse coletivo, a garantia de acessibilidade e inclusão laboral dos servidores técnico-administrativos, docentes, funcionários terceirizados e prestadores de trabalho temporário com deficiência e transtorno descritos na resolução.
Ainda segundo o documento, a UNEB deve seguir fortalecendo o atendimento diferenciado em processos seletivos e concursos públicos realizados pela universidade.
Reitor José Bites, que está encerrando oito anos de reitorado, agradeceu emocionado aos conselheiros e gestores
Em sua última reunião ordinária neste ano, o Conselho Universitário (Consu) da UNEB aprovou, por unanimidade, a criação e o regimento interno do primeiro Restaurante Universitário (RU) da instituição, pauta histórica do movimento estudantil.
O equipamento, instalado em prédio construído adequadamente para sua finalidade no Campus I, em Salvador, será inaugurado na próxima terça-feira (21).
“Esse projeto do RU, que contou com o relevante trabalho de uma equipe de nutricionistas da própria universidade, é um avanço significativo na garantia da segurança alimentar e da permanência dos nossos estudantes”, destacou o reitor José Bites, presidente do Consu.
A sessão foi realizada hoje (16), remotamente, por meio do aplicativo Microsoft Teams e transmissão ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube, com participação de 38 conselheiros.
Outro processo aprovado que marcará a história da universidade é a Política de Acessibilidade e Inclusão da instituição, destinada a pessoas com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas habilidades e outras necessidades específicas temporárias e permanentes de caráter acadêmico e laboral.
Os conselheiros aprovaram também por unanimidade a criação do Programa de Apoio às Coordenações e Secretarias de Colegiado de Cursos da Graduação e da Pós-Graduação Stricto Sensu (Proacs), que atenderá antiga demanda de servidores docentes e técnicos administrativos que exercem esses cargos em todos os campi da UNEB.
Emoção e agradecimentos
No turno inicial da sessão do Consu, foram aprovadas as 19 resoluções ad referendum constantes da pauta da reunião.
Entre as resoluções, estão a criação e regulamentação do Programa de Bolsa de Pesquisa (Progpesq), para estudantes de pós-graduação stricto sensu da universidade, e do Programa Saúde na UNEB (Prosaúde).
Essa reunião do Conselho Universitário foi a última também do reitorado do professor José Bites, que se encerra este mês, após oito anos de dois mandatos eletivos consecutivos.
Ao final do encontro, o professor Bites, visivelmente emocionado, agradeceu a todos de sua equipe de gestão, aos conselheiros do Consu, aos diretores de departamento e à comunidade acadêmica da UNEB.
“Trabalhei todos os dias, junto com vocês, para entregar uma universidade melhor”, disse o reitor, desejando ainda pleno êxito à próxima gestão da universidade, representada pelas professoras Adriana Marmori e Dayse Lago, reitora e vice-reitora eleitas, que assumem os cargos em janeiro.
Também no encerramento da sessão, o Conselho encaminhou moção de aplausos e congratulações à Associação dos Docentes (Aduneb) da universidade, pelos “40 anos de lutas da entidade sindical”.
Estudantes do 5° semestre do curso de Turismo e Hotelaria do Departamento de Ciências Humanas (DCH), do Campus I da UNEB, em Salvador, promovem o XIII Encontro Integrado de Turismo e Hotelaria (ENITUH), no dia 25 de novembro, às 14h, no Canal do Colegiado de Turismo e Hotelaria da UNEB, no YouTube.
A iniciativa abordará o tema “Acessibilidade Turística: Desafios e Possibilidades” e as inscrições para certificação ocorrerão durante o evento, por meio do link a ser disponibilizado.
A primeira mesa destacará o tema “Desafio da acessibilidade turística no Brasil” e contará com a presença da autora do projeto #PraCegoVer, Patrícia Braille; a Consultora em audiodescrição e Mestre em História Social (UFU), Mylena Rodrigues e a Doutora em Arquitetura e urbanismo (UFBA), Rosana Reis.
Já a segunda mesa abordará as “Políticas de turismo para inclusão social de pessoas com deficiência” com a participação da Arquiteta e Urbanista (UFPB) e pesquisadora do Laboratório de Acessibilidade – LACESSE (UFPB), Larissa Scarano; da Advogada, escritora e criadora da página @boramesmo, Mila D’Oliveira; e da diretora da primeira agência de viagens para surdos no Brasil, tradutora e intérprete em Libras, Tatiana Melo.
Os cursos de Letras/Espanhol do Departamento de Ciências Humanas (DCH) dos campi I e V, em Salvador e Santo Antônio de Jesus, respectivamente, realizam o evento “Entendendo a Audiodescrição como Integrante da Acessibilidade”, dia 16 de novembro, às 19h, no Canal da TV UNEB, no YouTube.
A live é gratuita e os interessados devem realizar inscrição no site www.sge.uneb.br.
A atividade integra o currículo das disciplinas Tópicos em tradução e Práticas de tradução e contará com a presença das professoras Sandra Rosa e Maria Auxiliadora Ferreira, com mediação da monitora Rafaela Silva.
O papo irá tratar da audiodescrição, uma das técnicas tradutórias da atualidade, comumente conhecida como descrição de imagens visuais e que já se faz presente em materiais didáticos, museus, teatros e páginas de internet.