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Evento Kweli Brasil Bahia promove unidade e soberania da África Lusófona em Salvador; atividade será de 29/11 a 04/12

Dando continuidade às comemorações do Novembro Negro, será realizado entre os dias 29 de novembro e 4 de dezembro, a terceira edição do evento Kweli Brasil Bahia, na Reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), localizada no bairro do Canela, em Salvador.

O Kweli (“verdade” em suahíli) é uma iniciativa angolana, amparada institucionalmente por uma associação sem fins lucrativos chamada “Palestras em Verdade”, registrada em Portugal.

Dentre os objetivos da iniciativa estão a unidade e soberania da África “lusófona” (continente e diáspora), a partilha de conhecimento ancestral que gera ações práticas, o uso de metodologia de partilha entre academia (curricular) e outros centros de formação (extracurricular), caminhos de soberania econômica entre os nossos povos, e o estreitamento de laços que geram valorização dos povos africanos e afrodescendentes.

A programação do evento contará com solenidade de abertura, sessão Kweli (“falas/conversas”) e exposições culturais afro/africanas (culinária, moda, literatura, beleza, arte).

A atividade será realizada em parceria com o Centro de Estudos dos Povos Afro-Indígena-Americanos (Cepaia) da UNEB, Ifba, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Instituto Cultural Steve Biko, Latitudes Africanas/Unilab, Instituto Mancala, Per Ankh Ntu, de Minas Gerais – Instituto Reafrica, do Rio de Janeiro – Instituto Sankofa, e do Espírito Santo – Instituto Deságua.

Informações: Instagram – @cepaiauneb ou @kweli_eventos

UNEB lança projeto de cooperação internacional Sul-Sul, com palestra do reitor da UniLuanda

Palestrantes do evento foram apresentados pela reitora Adriana Marmori na sede do Cepaia/UNEB.

A UNEB avançou mais uma vez em sua política institucional de internacionalização.

Na tarde dessa segunda-feira (2), a universidade lançou o projeto Gestão Universitária: Diálogos Sul-Sul, uma iniciativa da Reitoria e Secretaria Especial de Relações Internacionais (Serint), na sede do Centro de Estudos dos Povos Afro-Indígenas Americanos (Cepaia), no centro histórico de Salvador.

O lançamento foi marcado com a palestra “Cooperação internacional Sul-Sul global“, proferida pelo reitor da Universidade de Luanda (UniLuanda), Alfredo Buza, e pela diretora executiva do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB), Rossana Souza.

Reitora Adriana Marmori: integração entre universidades brasileiras e africanas.

Com mediação da reitora Adriana Marmori, a palestra reuniu reitores e pró-reitores de várias universidades estaduais e federais da Bahia, representantes de órgãos públicos do estado, docentes e discentes africanos. Da UNEB, prestigiaram também o evento a vice-reitora Dayse Lago, o secretário especial Elizeu Clementino (Serint), a diretora do Cepaia, Lilian Encarnação, e outros gestores, além de professores, estudantes e técnicos de diferentes campi. O encontro teve transmissão ao vivo pelo canal da TV UNEB no YouTube. 

“Este é um momento muito relevante para a UNEB, por estarmos reunindo aqui em nossa casa importantes universidades estaduais e federais e a UniLuanda, de Angola, para refletirmos sobre formas de aproximação e integração entre nossas instituições e as africanas. Refletirmos sobre como valorizar e aprofundar as relações acadêmicas, científicas, culturais e epistemológicas nessa cooperação Sul-Sul”, destacou a reitora Adriana Marmori.

Lembrando o pioneirismo da UNEB na implantação do sistema de cotas para negros em 2002, a reitora salientou que “temos esse compromisso assumido há mais de 20 anos e esse debate vai continuar e avançar em muitos outros eventos, projetos e ações, na perspectiva de maior integração entre a Bahia e Angola e outros países da África“.       

Cooperação começa pela educação

No começo de sua fala, o reitor da UniLuanda assinalou que “estamos aqui fazendo diplomacia acadêmica e científica, estamos a construir uma caminhada para as gerações futuras que será um legado muito importante”.

Reitor Alfredo Buza (UniLuanda) propôs aulas remotas e pesquisas conjuntas entre países.

“Quero agradecer à magnifica reitora Adriana Marmori e à UNEB por este momento de reflexão. Quando falamos de cooperação Sul-Sul, devemos questionar por que o Sul global, que detém os maiores recursos do planeta, continua a olhar uma relação Sul-Norte? – alguma coisa não está ajustada nisso, não está bem”, considerou Alfredo Buza.

O desafio para reverter essa realidade, segundo o reitor da UniLuanda, começa pela educação: “Não vamos falar de cooperação Sul-Sul se não tivermos a cooperação educacional”. Propondo sair mais da teoria e ir para a prática, Alfredo Buza elencou algumas possibilidades de cooperação entre a UNEB e sua instituição: intercâmbio e mobilidade estudantil, pesquisas científicas conjuntas, aulas remotas de professores de Angola em cursos aqui e vice-versa e promover eventos artísticos, culturais e acadêmicos entre as universidades e os países.

Rossana Souza (GCUB): cooperação como espaço de resistência contra-hegemônico.

Em sua participação, a diretora executiva do GCUB, Rossana Souza, apresentou o conceito e breve histórico da Cooperação Sul-Sul (CSS): “Trata-se de uma designação simbólica, não geográfica, porque ocorre entre países em desenvolvimento tanto do Hemisfério Sul quanto do Hemisfério Norte. Configura-se como um espaço de resistência híbrido, contra-hegemônico”.

A diretora executiva informou que o Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras, fundado em 2008, “é uma associação sem fins lucrativos, de caráter acadêmico, científico e cultural, que promove missões internacionais, seminários internacionais, programas de mobilidade internacional, publicações, treinamentos, entre outras atividades”.

No início do evento, os reitores Adriana Marmori e Alfredo Buza assinaram um aditivo de mobilidade estudantil ao convênio de cooperação técnica entre a UNEB e a UniLuanda em vigência. Também foi assinada a prorrogação do acordo de cooperação entre a universidade angolana e a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), representada pela reitora Amali Mussi.

Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira/Ascom.

Proaf apoia lançamento de livro sobre 10 anos de ações afirmativas no Brasil: dia 11/07, no Cepaia

Na próxima quinta-feira (11), às 18h30, no Centro de Estudos dos Povos Afro-Indígenas Americanos (Cepaia) da UNEB, em Salvador, será lançado o livro “Dez anos de ações afirmativas no Brasil: abordagens comunicacionais“.

O evento tem o apoio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf) da universidade.

A obra foi pensada a partir das discussões realizadas pelo Grupo de Pesquisa Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico, vinculado à Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), refletindo sobre 10 anos de vigência da Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012).

A publicação reúne 13 artigos e uma entrevista em que são abordadas as interfaces entre sociedade, comunicação e relações raciais.

O livro, que está disponível gratuitamente no site da Editora Telha, no formato ebook, contou ainda com a parceria do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes), entidade que atua pelo direito humano à comunicação e produz análises da relação entre mídia e racismo no país.

Texto: Leandro Pessoa/Ascom. Imagem: Divulgação.

Abril Indígena: UNEB é pioneira em ações de valorização, inclusão e respeito aos povos indígenas

Centros de pesquisa e licenciaturas indígena, projetos extensionistas em comunidades indígenas, bolsas-auxílio, reserva de vagas no vestibular e Sisu, e a instalação do Campus Intercultural, em Jeremoabo. 

São inúmeros projetos e programas implementados e executados pela UNEB enquanto política de inclusão e permanência indígena, além de ações de valorização e respeito aos nossos povos originários. 

Reitora e vice-reitora da UNEB ao lado dos estudantes do Opará, na reunião do Consu que aprovou a criação do Campus Intercultural

A reitora da UNEB, Adriana Marmori, atua, junto a equipe de gestão da universidade, na implantação e fortalecimento de políticas que democratizam o acesso ao ensino superior público e garantem a assistência estudantil e a permanência universitária. 

“Reitero a importância da presença indígena dentro da universidade, fazendo história, defendendo as línguas e as linguagens, defendendo os saberes construídos em todas as áreas do conhecimento. Nossa universidade reafirma diuturnamente o compromisso com a reparação histórica, com as políticas afirmativas de inclusão e permanência. Esse lugar é de todos e todas, estamos juntos nessa luta”, destaca a reitora. 

Inclusão da comunidade indígena 

Em uma ação pioneira, a UNEB, em 2007 ampliou o sistema de reserva de vagas para as populações indígenas. A medida fortaleceu a democratização do acesso ao ensino superior de grupos populacionais tradicionalmente excluídos.

Brenda: “Estar na universidade é parte do processo de demarcação de territórios para além dos espaços das comunidades”

O cenário que se estabelece após a ampliação do sistema de cotas unebiano é de diversidade na composição discente dos cursos, sobretudo, nos territórios com maior presença de comunidades indígenas, como Norte e Sul da Bahia. Atualmente, a instituição conta com mais de 400 estudantes indígenas, das mais variadas etnias, em cursos de graduação e de pós-graduação, em todas as áreas do conhecimento.

“Estar na universidade é parte do processo de demarcação de territórios para além dos espaços das comunidades. Uma forma de dizer ao mundo que existimos e que aqui permanecemos. É uma maneira de descolonizar esse lugar que até um tempo atrás não era feito e nem pensado para nós, minorias. É uma ferramenta para que nós possamos contar a nossa própria versão da história a partir de agora”, afirma Brenda Kaimbé, estudante do Curso de Pedagogia Intercultural em Educação Escolar Indígena, em Paulo Afonso. 

Permanência dos discentes 

A UNEB está, gradativamente, empenhando-se em promover a institucionalização das condições de permanência dos seus estudantes ingressos através das cotas, de forma que eles tenham satisfatórias condições acadêmicas e econômico-sociais de se manterem nos respectivos cursos, até a integralização.  

Atividades acadêmicas dos estudantes dos cursos Liceei e Pieei no Campus X da UNEB, em Teixeira de Freitas

Entre as ações, está o Programa Apako Zabelê (PBIAZ). Criada em 2022, a iniciativa oferta bolsas de auxílio financeiro aos estudantes indígenas. Neste ano, o programa oferta 287 bolsas aos discentes da universidade. 

Os processos seletivos para ingresso na graduação, através do vestibular da instituição e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), oferecem, obrigatoriamente, 5% das sobrevagas para candidatos indígenas.  

A UNEB é a maior executora do Programa Universidade para Todos (UPT), coordenado pela Secretaria estadual da Educação (SEC), que prepara estudantes concluintes e egressos da rede estadual para seleções de ingresso ao ensino superior. Com turmas em toda a Bahia, inclusive, na comunidade indígena Aldeia Boca da Mata, em Porto Seguro. 

Educação indígena 

E não para por aí, a UNEB também investe, desde 2009, na formação em nível superior de professores de escolas indígenas, através dos cursos das Licenciaturas Intercultural em Educação Escolar Indígena (Liceei) e em Pedagogia Intercultural em Educação Escolar Indígena (Pieei). 

Cerimônia de formatura dos discentes do curso de Licenciatura Intercultural de Educação Escolar Indígena do Centro de Pesquisa Opará

A medida tem como objetivo contribuir para a formação de profissionais e docentes da Educação Básica, que atuam com a educação escolar indígena. 

Neste mês simbólico, foi realizada, no Campus de Paulo Afonso, a formatura de 20 estudantes do curso de Licenciatura Intercultural de Educação Escolar Indígena do Centro de Pesquisa Opará. A solenidade, que representou um marco histórico para os povos originários na Bahia, foi marcada pela emoção dos formandos e de representações de diferentes etnias, especialmente das regiões Norte e Oeste da Bahia.   

“A universidade, apesar dos desafios, abraçou a causa e juntos fomos vencendo todos os obstáculos. Espero que outros indígenas Kantaruré tenham a oportunidade e coragem de concluir a graduação escolhida. Gratidão é a palavra”, diz Sheila Kantaruré, egressa da Liceei. 

Solenidade de diplomação da Licenciatura Intercultural de Educação Escolar Indígena (Liceei) ofertada no Campus de Teixeira de Freitas

Para acolher os novos estudantes das licenciaturas, o Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural da Temática Indígena (Cepiti), realizou, no início deste mês, o I Seminário Educação Escolar Indígena: saberes tradicionais, território e universidade, no Campus de Teixeira de Freitas. Participaram do evento, estudantes, docentes, gestores da universidade e lideranças indígenas da região. 

Também em 2023, a UNEB realizou cerimônia de diplomação da Licenciatura Intercultural de Educação Escolar Indígena ofertada no campus de Teixeira de Freitas. 

“A Liceei é fruto de muita luta indígena. A educação é fundamental e deve ser feita do nosso jeito, dentro da realidade e contexto do nosso povo. Não viemos para a universidade para sermos moldados, viemos para quebrar paradigmas e fizemos isso!”, declarou Ângelo Pataxó, discente indígena graduado. 

A maior universidade do Nordeste oferece ainda o curso de Pós-graduação Stricto Sensu em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAfin), nos Campi de Salvador e Irecê, e a Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e Educação Intercultural Indígena, no Campus VIII, em Paulo Afonso.

Campus de Teixeira de Freitas realizou o I Seminário Educação Escolar Indígena: saberes tradicionais, território e universidade

Em março deste ano, o curso de Licenciatura em Educação Escolar Indígena, do recém-criado Campus Intercultural (Jeremoabo) da UNEB foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para o Programa Nacional de Fomento à Equidade de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade). 

O programa convida as instituições de ensino superior (IES) brasileiras a apresentarem propostas de cursos de licenciatura com objetivo de formação de professores em Cursos das Licenciaturas Indígena, Educação do Campo, Quilombola, Educação Especial Inclusiva e em Educação Bilíngue de Surdos. 

Estudantes do Centro de pesquisa Opará comemoram aprovação da criação do Campus Intercultural, no Consu

Novo Campus Intercultural – Em fevereiro deste ano, o Conselho Universitário (Consu) da UNEB aprovou, por unanimidade, a criação do Campus Intercultural do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação (Opará) – Departamento dos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Camponesas, no município de Jeremoabo. 

“Estamos honrando uma dívida histórica com os povos originários. Essa é uma vitória, uma grande conquista do povo baiano”, celebrou Adriana Marmori, reitora da universidade e presidente do Consu sobre o Campus Intercultural. 

O novo equipamento vai dedicar atenção ao estudo, pesquisa e extensão acerca dos povos originários, além de ser um espaço para a formação continuada de povos indígenas, comunidades tradicionais. 

Pesquisa indígena

Atualmente a UNEB possui três centros de pesquisa que desenvolvem estudos na área: Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação (Opará); Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural da Temática Indígena (Cepiti); Centro de Estudos dos Povos Afro-Indígenas-Americanos (Cepaia).  

Os centros são espaços acadêmicos que fortalecem e incentivam as pesquisas, a formação continuada e dinâmica dos Povos Tradicionais, Indígenas e lideranças de Movimentos Sociais em relação à afirmação, conhecimento e valorização dos saberes e fazeres, como forma de empoderamento das identidades e dos seus patrimônios bioculturais. 

Dorival: “A inclusão das culturas indígenas no cenário educacional e social é um marco para a valorização da diversidade cultural brasileira”

A Universidade conta com dezenas de projetos de pesquisa desenvolvidos com a comunidade indígena, contemplando as áreas de História, Educação, Sociologia, Arqueologia, Artes, Biologia Geral, Agronomia e Medicina. 

Docente, indígena e pesquisador do Opará, Dorival Vieira Júnior Tuxá, destaca que o centro de estudo permite que a sociedade possa conhecer mais de perto e respeitar a diversidade dos povos indígenas e os seus respectivos territórios.  

“A inclusão das culturas indígenas no cenário educacional e social é um marco para a valorização da diversidade cultural brasileira. Iniciativas como o Centro de Estudos Opará são vitais para ampliar o conhecimento sobre essas culturas ricas e multifacetadas. Eles oferecem uma plataforma para que as vozes indígenas possam ser ouvidas e nossas histórias, ensinamentos e tradições possam ser reconhecidos e celebrados. Esses esforços não apenas enriquecem o tecido social do Brasil, mas, também fortalecem o respeito e a autonomia dos povos indígenas, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva”, destaca o pesquisador e primeiro professor indígena efetivo da universidade.

Os centros de pesquisa Cepiti e Opará desenvolvem dezenas de ações de extensão com os povos indígenas. São iniciativas conjuntas em escolas na produção de materiais educativos, formação de professores e professoras indígenas e na agricultura familiar a partir das pesquisas realizadas.

Halysson: “Cepiti possibilitou a implementação inicial das políticas e dos diálogos junto aos povos indígenas no Sul da Bahia”

“O Cepiti foi um dos centros de pesquisas na temática indígena que viabilizou, dentro da UNEB, as primeiras ações que possibilitaram a implementação inicial das políticas e dos diálogos junto aos povos indígenas no Sul e Extremo Sul da Bahia. Nosso centro de pesquisa conta com pesquisadores indígenas e não indígenas articulados e em parcerias com os povos indígenas da região, assessorando, dialogando e fortalecendo ações e as políticas públicas ofertadas a esses povos”, afirma Halysson Fonseca, professor e pesquisador do Cepiti. 

Reconhecimento às lideranças indígenas 

Em 2019, cacique Babau Tupinambá recebeu, pela UNEB, o título de Doutor Honoris Causa

Em reconhecimento aos serviços relevantes ao ensino, à pesquisa, às letras ou às artes, a universidade já concedeu dois títulos de Doutor Honoris Causa a importantes lideranças indígenas da Bahia

Na histórica reunião do Conselho Universitário (Consu), realizada em junho de 2023, foi aprovada a outorga do título de Doutor Honoris Causa a Juvenal Teodoro da Silva. Conhecido como Juvenal Payayá, o líder indígena e escritor é um dos principais defensores da causa indígena e assume um papel importante para o resgate da memória e história dos povos. 

Em 2019, a UNEB também concedeu o título de Doutor Honoris Causa para o líder indígena Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau Tupinambá, personalidade conhecida internacionalmente como referência de luta pelos povos indígenas do Brasil. 

Campanha “O Futuro é Ancestral” 

Campanha Abril Indígena da UNEB faz referência à obra “Futuro Ancestral”, do líder indígena Ailton Krenak

Para celebrar as culturas, memórias e histórias dos povos indígenas, e reforçar a importância da luta resiliente pelo direito à vida e à terra, a UNEB lançou a campanha “O futuro é Ancestral“, alusiva ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril. 

A iniciativa faz referência à obra “Futuro Ancestral”, do líder indígena, filósofo, ambientalista e escritor Ailton Krenak, que traz reflexões sobre o humano e sua origem comum. Para ele, o futuro sempre trará traços da ancestralidade porque nosso DNA é ancestral. É preciso olhar para os saberes e fazeres ancestrais para a humanidade seguir em frente.  

E, nessa perspectiva de vínculo nativo, a UNEB busca reforçar a importância de estreitarmos os laços que nos unem enquanto povo diverso, plural, rico. Somos uno com a natureza, o bem-estar social e o bem-viver, que partem dessa compreensão de unicidade e conexão. É isso que as culturas indígenas defendem e avigoram. 

Contextualizando a data 

Em 19 de abril, celebramos o Dia Nacional dos Povos Indígenas, uma data simbólica que representa a luta e resistência indígena. Uma homenagem à diversidade cultural e histórica dos povos originários que habitam o Brasil, a data tem como objetivos combater preconceitos e exigir que os direitos sejam respeitados.  

Criada em 1943, com o nome de “Dia do Índio”, a comemoração foi adotada no Brasil durante o governo do então presidente Getúlio Vargas. 

Em 2022, a data deixou de ser chamada de Dia do Índio e recebeu oficialmente o nome de “Dia dos Povos Indígenas”, a partir da Lei 14.402, de 2022. A mudança do nome da celebração tem o objetivo de explicitar a diversidade das culturas dos povos originários. 

Texto: Wânia Dias, com colaboração de Danilo Cordeiro e Leandro Pessoa/Ascom

Fotos: Danilo Oliveira/Ascom, Camila Brandão/Ascom-Opará, Cepiti, arquivo pessoal dos entrevistados

Arte campanha “O Futuro é Ancestral”: Marina Marques/Ascom  

Salve o 2 de julho! UNEB marca presença no cortejo que celebrou 200 anos da Independência da Bahia

Gestores, servidores técnicos e docentes, estudantes e movimentos sociais seguiram da Lapinha ao Santo Antônia Além do Carmo

“Com tiranos não combinam brasileiros, brasileiros corações”. Esses foram os versos estampados nas camisas e entoados pelas vozes da comunidade da UNEB, que esteve presente no desfile oficial do 2 de julho, na manhã do último domingo (2), em comemoração ao Bicentenário da Independência da Bahia.  

Dayse Lago: presença institucional para visibilizar a história da participação popular na independência

A data marca a vitória do povo baiano na luta pela independência da Bahia, que culminou com a expulsão do exército português das terras brasileiras. Desde 1823, o desfile da independência rememora e atualiza essa conquista exaltando o caboclo e a cabocla enquanto representantes dos combatentes anônimos que participaram ativamente das batalhas.

“É muito importante a Universidade estar presente nas comemorações do 2 de julho, não só no cortejo, mas também com publicações e exposições, para conhecer e visibilizar uma história que ainda não foi contada: a história da participação popular, das mulheres, negros, indígenas, que consolidaram a independência do Brasil”, declarou a vice reitora Dayse Lago, que esteve presente no desfile. 

Pedro Daniel: “Reafirmação da nossa resistência, da luta do povo por liberdade, por independência”

O 2 de julho é feriado estadual, efeméride nacional e se tornou Patrimônio Cultural Imaterial do estado em 2006.  

“A Universidade tem como compromisso a participação ativa nas manifestações populares e não podia ficar de fora do Bicentenário da Independência. É uma reafirmação da nossa resistência, da luta do nosso povo por liberdade, por autonomia, por independência”, declarou o chefe de gabinete Pedro Daniel, articulador da comemoração no âmbito da universidade. 

O cortejo da UNEB, que contou com a presença de gestores, servidores técnicos e docentes, estudantes e movimentos sociais, se concentrou no Largo da Soledade e seguiu com a população baiana até o Centro Histórico de Salvador, com ponto de encontro no Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia), no Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador.

Dina Maria: Maria Felipa se faz presente em cada pessoa desta comunidade acadêmica

“Essa é uma das datas cívico-populares mais importantes da Bahia, no 2 de julho nós vimos se concretizar o levante de aldeias aquilombadas do nosso povo. Nessa luta, Maria Felipa se destacou como liderança feminina do recôncavo da Bahia e, hoje, ela se faz presente em cada pessoa desta comunidade acadêmica, aqueles e aquelas que moram na periferia, na roça, no interior, e que constroem estratégias cognitivamente sofisticadas para se fazerem presente na batalha que é ser baiano, ser baiana, ser baianes em nosso estado”, declarou Dina Maria, pró-reitora de Ações Afirmativas.

Protagonismo popular

Juvenal Payayá: “estamos vivos, recuperando nossa cultura. A gradeço a UNEB por ser uma parceira”

O cortejo da UNEB contou ainda com a presença do Cacique Juvenal Payayá, liderança dos povos Payayá do território da Chapada Diamantina.

“Esse é um momento importante para nós, povos originários. Estamos na luta pela na reconquista da territorialidade e do fim da experiência de ter passado 500 anos vivendo com o colonizador. Hoje, eu me sinto bem aqui e vejo que as pessoas estão nos recebendo, compreendendo que nós, Payayás, estamos vivos, recuperando a nossa cultura. A gradeço a UNEB por ser uma instituição parceira nesse processo”, declarou o Cacique que, conforme deliberação do Conselho Universitário da universidade, irá receber o título de Doutor Honoris Causa. 

A servidora Manoela Martins desfilou no bicentenário com a sua filha, Maria Esther Martins

Neste ano em que a Bahia celebra os 200 anos de independência, a UNEB comemora 40 anos de história.

“Pra mim é um prazer e uma honra estar presente com a UNEB em um momento tão importante da história da Bahia. Sobretudo neste ano em que completamos quatro décadas de existência”, afirmou a servidora técnica Manoela Martins, que este ano desfilou acompanhada da sua filha Maria Esther Martins.

No Cepaia, os participantes puderam ainda conferir a exposição de alguns dos projetos de pesquisa selecionados pelo edital Programa de Apoio a Projetos de Extensão (Proapex) da UNEB, que destacaram o protagonismo dos povos originários brasileiros.

Euclides Santos: reconhecimento do povo baiano

“Esse é um festejo cívico que reafirma o protagonismo do povo baiano no processo histórico da independência da Bahia e do Brasil. E a participação da UNEB é muito importante, pois somos uma universidade inclusiva, que promove o ingresso desse mesmo povo, historicamente afastado deste espaço de produção de conhecimento diverso e amplo”, explica Euclides Santos, coordenador do Cepaia.

A programação cultural contou com o pré-lançamento do livro “Adupé”, que reúne pesquisas de sete territórios de identidade da Bahia, ressaltando o papel da mulher na construção da identidade baiana.  

Helder Bomfim: Adupé é homenagem às mulheres

“O livro é uma homenagem do nosso grupo de pesquisa Ciência e Resistência às contribuições das mulheres baianas, parteiras, benzedeiras, ialorixás de povos e comunidades tradicionais da Bahia, que foram fundamentais para a construção da nossa identidade”, explica o professor Helder Bomfim, do Campus XVII, Bom Jesus da Lapa.   

Confira aqui a programação cultural completa exposta no Cepaia

Texto: Wânia Dias e Leandro Pessoa/Ascom
Fotos: Danilo Oliveira/Ascom

Cátedra Fidelino de Figueiredo da UNEB comemora 10 anos em reunião anual de cátedras do Instituto Camões

Autoridades de Portugal e gestores da UNEB prestigiaram evento.

A primeira década de existência da Cátedra Fidelino de Figueiredo da UNEB foi comemorada durante a Reunião Anual das Cátedras do Instituto Camões (Portugal) no Brasil, que se realizou nos dias 14 e 15 passados, nas instalações do Centro Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia), da universidade, localizado no Centro Histórico de Salvador.

Além da cátedra anfitriã, o encontro anual congregou – para relato e troca de experiências e avaliação de perspectivas para 2024 – diretores e diretoras das cátedras Jaime Cortesão (USP), Padre Antônio Vieira (PUC-RJ), Agostinho da Silva (UFU), Marquês de Pombal (UFS) e José Saramago (UFPR), e do Centro de Estudos Luso-Afro-Brasileiros (PUC-MG).

A mesa de abertura teve a participação da reitora Adriana Marmori, do secretário dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Francisco André, do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Ramos, do secretário de Relações Internacionais (Serint) da UNEB, Elizeu Clementino, e da diretora da Cátedra Fidelino de Figueiredo, Rita Aparecida Santos.

Reitora Adriana Marmori: avanços na internacionalização.

“Somos uma universidade jovem comparada às universidades da Europa, mas que tem um histórico de instituição inclusiva e de interiorização em toda o estado da Bahia. Temos avançado e consolidado nosso processo de internacionalização. Somente com Portugal firmamos parceria com as universidades de Évora, Lisboa, Coimbra, Porto, Minho, Aveiro e, mais recentemente, Portalegre”, destacou Adriana Marmori.

A reitora, lembrando das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil na Bahia, fez “um clamor pelo reconhecimento na literatura portuguesa da luta dos povos negros e indígenas, em especial das mulheres nessa história da conquista da nossa liberdade como nação”.

O secretário de estado português Francisco André agradeceu a UNEB pela acolhida desse encontro, “em que vamos refletir sobre a importância da língua no plano das relações internacionais”.

“A língua portuguesa não é apenas um veículo de comunicação entre pessoas e nações, mas também é a pedra basilar da construção de uma identidade comum, alicerçada na diversidade dos povos que a falam”, enfatizou o secretário.

Comunidade acadêmica e convidados confraternizaram.

Agradecendo a participação das autoridades, gestores e da comunidade acadêmica no evento, a diretora Rita Aparecida Santos fez uma breve explanação sobre os 10 anos de existência da Cátedra Fidelino de Figueiredo.

“Posso dizer que é de amor que essa cátedra vem se constituindo nestes 10 anos”, disse a gestora, completando com versos do poeta João Cabral de Melo Neto: “Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos”.

Entre as conquistas da Cátedra Fidelino de Figueiredo, Rita Aparecida salientou “os 28 livros publicados na Coleção Atlânticos, três exposições no metrô de Salvador, uma em um grande shopping center da capital e duas em Barreiras e Caetité”.

Dayse Lago parabenizou os 10 anos da cátedra.

A vice-reitora Dayse Lago fez questão de parabenizar a cátedra e a iniciativa do encontro no Cepaia: “O trabalho da cátedra é uma experiência repleta de afetos, de trocas e também de rigor acadêmico, mas sem rigidez. Vida longa a essa cátedra!

Acesse aqui vídeo da abertura do evento (TV UNEB)

Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Fotos: Danilo Oliveira/Ascom.

UNEB realiza atividades em celebração ao Dia da África em Itaberaba e Salvador: de 24 a 30/maio

Evento é uma parceria entre Leafro, PPGAfin, Lab Koringoma e Cepaia, todos da UNEB

O Laboratório de Estudos Africanos e Espaço Atlântico (Leafro) da UNEB está realizando diversas atividades em celebração ao Dia da África, em Itaberaba e Salvador, nos próximos dias 24 a 30 de maio.

A programação concentra-se em torno do Seminário Dia da África na UNEB, cuja parte inicial acontece nos dias 24 e 25, no Departamento de Educação (DEDC) do Campus XIII da universidade, em Itaberaba, ao qual está vinculado o Leafro.

Em uma parceria entre o Leafro e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGAfin), o grupo de pesquisa Lab Koringoma (artes musicais africanas e da diáspora africana) e o Centro de Estudos dos Povos Afro-índio-americanos (Cepaia), todos da UNEB, a programação tem continuidade em Salvador nos dias seguintes.

Entre outras atividades, estão agendados mesas-redondas, conferências, oficinas, exposições de arte e o lançamento dos livros Sons de África e da diáspora atlântica, organizado pelos professores Josivaldo Oliveira (Leafro) e Andréa Adour (UFRJ), e Do samba ao funk do Jorjão, do pesquisador Spirito Santo, que também vai proferir conferência e ministrar o minicurso “História e presença das musicalidades centro-africanas no Brasil”.

O evento é aberto a toda comunidade da UNEB, além de docentes e discentes da educação básica e da superior, ativistas sociais e outros interessados. O objetivo da iniciativa é refletir sobre a experiência histórica e cultural da África e de suas diásporas para o Brasil, fortalecendo rede de pesquisadores de diferentes regiões e instituições.

Comemorado mundialmente em 25 de maio, o Dia da África celebra a fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), hoje conhecida como União Africana, no ano de 1963.

Para inscrições (gratuitas) no minicurso “História e presença das musicalidades centro-africanas no Brasil”, de Spirito Santo, acesse este link: https://forms.gle/AuW3ZnJfHfsHCotS7.

Texto: Organização do evento, com edição da Ascom. Imagem: Divulgação.

Centro de estudos da UNEB reúne pesquisadores para debater democracia e justiça social no contexto internacional

Cepaia da UNEB reuniu pesquisadores em palestra sobre democracia e justiça social no contexto internacional

O Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) da UNEB realizou, ontem (10), a palestra “Diálogos Latitudes Africanas”.

Com o tema “Democracia, justiça social, ambiental e de gênero no contexto internacional”, a iniciativa se constitui a partir da ideia de pensar justiça social, de gênero, racial e ambiental de maneira contextualizada entre Brasil, Canadá e África, sendo ainda um espaço para se pensar novos caminhos para o saber científico no estado da Bahia.

Mediada pelo professor, Bas’Ilele Malamalo, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a palestra foi proferida pela docente e pesquisadora Gina Thésée, da Faculté des sciences de l’éducation de l’Université du Québec à Montréal – UQAM.

Ambos os professores são interessados nos estudos da educação de pessoas em situação de múltiplas vulnerabilidades, notadamente, células que resultam de dinâmicas sistêmicas de dominação, opressão e exclusão. A palestra também contou com a participação do docente Paul R Carr, da Université du Québec en Outaouais, Canadá.

Participaram também da palestra os professores da UNEB, Osvaldo Fernández e Katharina Doring, além do coordenador do Cepaia da universidade e organizador da iniciativa, Euclides Santos.

O evento ainda reservou momentos de trocas de experiências sobre ensino, pesquisa e extensão com a participação da pró-reitora de Ações Afirmativas (Proaf) da UNEB, Dina Maria do Rosário, e do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN) da universidade, Joabson Figueiredo.

Fotos: Mauricio Cordova/Ascom

Centro de estudos da UNEB recebe exposição indígena até o fim deste mês

Exposição está em cartaz no Cepaia da UNEB até o fim deste mês

A exposição “Seres Terrestres em conexão com a sua divina existência” está em cartaz, até o fim deste mês, no Centro Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) da UNEB, em Salvador.

A iniciativa, gratuita e aberta ao público, aborda o respeito às diversidades, a reverência à cultura e a espiritualidade indígena. A exposição visa difundir o conhecimento, os saberes e as práticas dos povos originários das etnias Fulni-ô, Kariri Xocó e Fulkaxó.

A mostra é idelizada pelos artistas plásticos Anatê e Rayran (Fulcaxó), sob orientação de Cícero Cruz (Wakay) e Manuela Barreto (Madjwane).

“Essa ação contribui para valorização, reconhecimento e fortalecimento das culturas dos povos originários. É importante observar que as etnias indígenas são diversas e cada uma possui sua individualidade”, salientou Anatê.

A exposição pode ser visitada na sede do Cepaia da universidade, localizada na Rua do Passo, nº4, bairro Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador. A mostra pode ser prestigiada de segunda à sexta, das 8h às 17h; e sábado, das 9h às 16h.

A iniciativa tem apoio do Cepaia, Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGAfin), Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf), Assessoria Especial de Cultura e Artes (Ascult) da UNEB.

Informações: (Cepaia) – Tel. (71) 3241-0840

Imagem (destaque): Divulgação

Batuque UNEB: Comunidade universitária leva alegria às ruas do Centro Histórico de Salvador

Estudantes, técnicos, professores, gestores e parceiros saíram do Largo do Santo Antônio e seguiram até o Cepaia

Se “o baiano é Carnaval”, como anuncia “Chame Gente“, eternizada nas vozes do saudoso Moraes Moreira e de Armandinho Macêdo, e a UNEB é a universidade de toda a Bahia, então, nada mais natural do que a comunidade universitária fazer a festa, com alegria, brilho e afeto, em “cada esquina” da folia e, em especial, no Centro Histórico de Salvador.

Adriana: universidade além dos muros

A instituição colocou ontem (15) o seu bloco Batuque UNEB na rua, com estudantes, técnicos, professores, gestores e parceiros. Em cortejo, de abadás e fantasias, os unebianos saíram do Largo do Santo Antônio Além do Carmo e seguiram até o Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) da universidade, no mesmo bairro, embalados pelas bandas Escola Olodum e Cores e Tambores.

“A UNEB é essa universidade diversa, múltipla. É uma instituição que está enraizada em todos os cantos da Bahia, valorizando a cultura, as tradições e a alegria. É uma marca da nossa gestão estarmos presentes em todos esses momentos com a nossa comunidade acadêmica e a comunidade externa. Então, este é um grande movimento para levar à sociedade baiana o que é a universidade para além dos seus muros”, destacou a reitora, Adriana Marmori, que colou com a comunidade em todo o circuito.

Dayse confidenciou que Anelita é a verdadeira foliã

Vice-reitora da instituição, Dayse Lago também garantiu a sua camisa e customizou a sua fantasia. A docente foi para a festa com uma companhia especial: a sua mãe, Enelita Lago. “Confesso que a foliã é ela. Alegria em tê-la comigo e em vê-la ao lado de queridos amigos da universidade“, disse, em meio à música.

As gestoras registraram ainda que a presença da UNEB nas ruas e espaços do Centro Histórico da capital é cotidiana, sobretudo, com as ações de ensino, pesquisa e extensão do Cepaia e dos Centros de Estudos em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade (Cegres Diadorim) e de Referencia em Desenvolvimento e Humanidade (CRDH), por isso, é ainda mais importante visibilizar esses equipamentos, a sua produção e congregar a comunidade na região.

Pedro: momento írmpar, que vai virar tradição!

Integração da UNEB com as festas populares

A animação e a efervescência da comunidade acadêmica no bloco chamaram atenção dos moradores e transeuntes do bairro do Santo Antônio Além do Carmo. O estandarte da agremiação foi conduzido com grande entusiasmo pelo chefe de Gabinete da Reitoria, Pedro Daniel Souza, que também coordenou a organização da presença institucional.

Nelma: resistência para dar lugar à alegria

“Com o apoio da nossa reitora e a parceria da Ascult (Assessoria Especial de Cultura e Artes) e da Ascom (Assessoria de Comunicação), organizamos a participação da UNEB no carnaval de Salvador. A presença expressiva de nossa comunidade no bloco, em seu primeiro ano, representou um momento de grande integração e consistiu na reafirmação do desejo dos e das unebianos e unebianas de estarem presentes nas festas e atividades culturais de nosso estado. Foi um momento ímpar para todos nós e vai virar tradição!”, celebrou o gestor.

A organização do bloco “Batuque UNEB” contou também com o apoio do Cepaia, da Pró-Reitoria de Administração (Proad) da universidade e da Prefeitura Municipal de Salvador.

Rita: organização desafiadora e gratificante

Para a assessora da Ascult, Nelma Aronia, a participação da UNEB no carnaval é um momento “de resistência e de outro olhar para a festa, no sentido de destituir todos os poderes, a seriedade, a opressão, o preconceito, e de dar lugar à alegria e à gargalhada”.

Rosângela: instituição que interage com a sociedade

Assessora especial da reitoria, Rita Carvalho também esteve à frente da organização do bloco. “O processo de organização foi desafiador, mas, estar aqui e ver a festa acontecer é um sentimento de dever cumprido. É mais do que merecido a UNEB, como instituição popular e inclusiva, marcar presença neste espaço tão importante, que é o carnaval“. 

A pró-reitora (Proad) da instituição, Rosângela Mattos, salientou a importância da universidade participar das manifestações do povo baiano. “É uma alegria imensa presenciar que a universidade está participando dos festejos tradicionais e populares da Bahia. Isso mostra que a nossa instituição é envolvida, integrada, alegre e interage com a sociedade“.   

Presença de parceiros institucionais

A folia foi comandada pelos tambores, que ecoaram durante os quase dois quilômetros de percurso, com canções do ritmo Samba Reggae e do Axé Music, reconhecidas pelo grande público.

João: sensação maravilhosa de tocar com a UNEB

“Eu me sinto muito feliz em participar do carnaval, levando a alegria em forma de música para o povo. É uma alegria enorme.  E hoje estar aqui, junto com o bloco ‘Batuque UNEB’, me traz uma sensação maravilhosa”, entusiasmou-se o integrante da banda, João Isaias.

O bloquinho também foi acompanhado por representantes da sociedade civil organizada e de movimentos populares, dos Grupos de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa Bahia), Mulheres Maravilhas, e do projeto Adupé Oxum, da Associação Solidários Pela Vida.

“Maravilhoso participar deste evento. É uma integração, um abraço e uma comunicação muito forte com a sociedade. Isso é importante porque a comunidade sente que está sendo acolhida, e vindo da UNEB é especial por ser uma instituição que realmente acolhe, é transparente e igualitária”, comemorou Terezinha da Silva, integrante da associação, que fica localizada no bairro do Cabula, em Salvador.

Parceiros institucionais participaram do bloco

Este ano a folia de momo é especial. Afinal, foram dois anos sem a festa por conta das imposições da pandemia da Covid-19. Além de marcar o importante retorno, esta edição inaugura um novo momento: o Carnaval sem o essencial Moraes Moreira, falecido em 2020. Em sua merecida homenagem, o Governo do Estado da Bahia promoverá ações com o tema “Balança o Chão da Praça” nos próximos dias de programação.

Veja a programação do Carnaval no Pelô!

Texto: Danilo Cordeiro/Ascom
Fotos: Danilo Oliveira/Ascom